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LIÇÃO Nº 5 – A OBRA SALVÍFICA DE JESUS CRISTO

Jesus veio morrer no lugar do pecador para conceder-lhe a vida eterna.

I – INTRODUÇÃO

– Jesus Cristo veio morrer no lugar do pecador para conceder-lhe a vida eterna.

– Jesus Se fez pecado por nós.

I – JESUS, O CORDEIRO DE DEUS

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– Na continuidade do estudo da doutrina da salvação, estudaremos hoje o significado da obra salvífica de Jesus Cristo.

– Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, era esta a Sua missão. Era a “semente da mulher” que restabeleceria a amizade entre Deus e o homem (Gn.3:15),

a “posteridade de Abraão” que faria benditas todas as famílias da Terra (Gn.12:3; Gl.3:16), Aquele cujo castigo nos traria a paz (Is.53:5).

Não foi à toa que foi determinado tanto a José quanto a Maria que Lhe fosse dado o nome de Jesus, que quer dizer “Salvador” (Mt.1:21; Lc.1:31).

O próprio Cristo disse que tinha vindo para que o mundo fosse salvo por Ele (Jo.3:17).

– O Senhor Jesus, portanto, tinha uma missão, uma obra a realizar, que era a razão de ser de Sua vinda à Terra, tanto que dizia ser esta a Sua comida (Jo.4:34), como também a forma com a qual glorificava ao Pai sobre a face da Terra (Jo.17:4), tendo, por isso, bradado na cruz tê-la consumado (Jo.19:30).

– Não há, portanto, dúvida alguma de que o Senhor Jesus tinha uma obra salvífica, ou seja, uma obra salvadora a realizar e é de extrema relevância que entendamos o significado desta obra.

– Por primeiro, tem-se que Jesus veio “tirar o pecado do mundo”, como anunciou João Batista, e por duas vezes, à multidão que o seguia (Jo.1:29,36).

Jesus aqui é denominado de “Cordeiro de Deus” e esta expressão bem demonstra qual o papel que Jesus desempenharia na salvação da humanidade.

– Quando se diz que Jesus é o “Cordeiro de Deus”, está-se a indicar que o Senhor Jesus deveria ocupar o lugar do pecador, ser a oferta do sacrifício pelo perdão dos pecados, pela retirada dos pecados da humanidade.

– Há um verdadeiro “rastro de sangue” nas Escrituras, tudo em virtude do pecado cometido pelo homem.

Ainda no Éden, foi necessária a morte de um animal para que o primeiro casal tivesse vestimentas, que se fizeram necessárias após o pecado.

A Bíblia diz que o Senhor providenciou túnicas de pele de animal para o primeiro casal e isto, naturalmente, importou na morte, no derramamento de sangue de um animal, que não é identificado nas Escrituras mas que a tradição judaica diz ter sido um cordeiro.

– A ideia de um sacrifício necessário para o pagamento do preço dos pecados, da entrega de uma vida para que a vida fosse restaurada já estava presente na promessa da salvação.

O próprio Deus, ao anunciar a salvação, afirmou que a “semente da mulher” teria “ferido o seu calcanhar”, a indicar, portanto, a necessidade de um sofrimento, de um padecimento.

Trata-se da justiça divina, pois, em tendo havido a entrada da morte que deu fim à vida pelo pecado, não se poderia restabelecer a vida a não ser por uma morte.

– Os sacrifícios como condição para se chegar a Deus passam a ser uma necessidade ao longo da história da humanidade.

Encontramos Caim e Abel oferecendo sacrifícios a Deus, tendo Abel, cujo sacrifício foi aceito, entendido a necessidade de se oferecer “o melhor”, de se entender a relevância de tal conduta diante do Senhor, de se reconhecer a pecaminosidade humana.

Noé, quando agradece a Deus pelo livramento do dilúvio, oferece sacrifícios ao Senhor, sendo o altar uma constante na vida do patriarca Abraão, prática também adotada tanto por Isaque quanto por Jacó.

– A lei de Moisés previu o sistema de sacrifícios, tendo Deus esclarecido que tais sacrifícios tinham por objetivo a “cobertura” dos pecados (Sl.32:1), ou seja, os animais eram sacrificados em lugar do pecador para cobrir as transgressões e, deste modo, impedir que a ira de Deus viesse sobre os pecadores.

Numa linguagem bem popular, era um meio de “colocar a sujeira debaixo do tapete”, enquanto não viesse alguém que pudesse fazer uma verdadeira faxina, que limpasse o homem dos seus pecados.

– No lugar santíssimo, onde estava a arca da aliança, símbolo da presença de Deus no meio do povo, uma vez ao ano, o sumo sacerdote deveria entrar para cobrir o propiciatório da arca com o sangue do sacrifício feito em benefício do povo, para “adiar” o castigo pelo pecado (Lv.16), a indicar, portanto, que o sacrifício prenunciava um sacrifício definitivo para a retirada dos pecados.

– Além deste episódio anual, no “dia da expiação”, havia, também, diariamente, dois sacrifícios de cordeiros, um pela manhã e outro à tarde, o chamado “sacrifício contínuo” (Dn.8:12), onde também se fazia a “cobertura” dos pecados dos homens (Ex.29:38-43).

– Como diz a Declaração de Fé da CGADB: “…Todo o sistema sacrificial do Antigo Testamento fundamenta-se na ideia de substituição, e essa transferência da culpa do pecador para a vítima é simbolizada pela imposição de mãos sobre a cabeça do animal: ‘E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação’ (Lv.1:4).

A descrição do cordeiro da Páscoa, desde o êxodo do Egito, aponta para Cristo e o Seu sacrifício: ‘não levará daquela carne fora da casa, nem dela quebrareis osso’ (Ex.12:46). Isso foi cumprido no Calvário.

O cordeiro pascoal foi sacrificado no Egito para redenção de Israel, em lugar dos primogênitos.

Deus feriu os egípcios e livrou os filhos de Israel. Da mesma forma, o Senhor Jesus morreu pelos nossos pecados. Ele é o nosso Cordeiro Pascoal: ‘Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós’ (I Co.5:7)…” (Cap. V.2, p.60).

– Quando Jesus é indicado como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, está-se a dizer que o Senhor Jesus tinha vindo precisamente para, a exemplo do cordeiro pascal e dos cordeiros do sacrifício contínuo, ser morto em lugar dos pecadores,

para não apenas cobrir o pecado dos homens, como fazia o sangue dos animais, mas, muito mais do que isto, retirar o pecado do mundo, derramando o Seu sangue num sacrifício perfeito, definitivo, que retirasse a separação que existia entre Deus e o homem, causado pelas iniquidades da humanidade (Is.59:2).

– O escritor aos hebreus diz que isto foi feito efetivamente pelo Senhor Jesus, ao afirmar que Cristo ofereceu um único sacrifício pelos pecados e, com uma só oblação (i.e., oferta) aperfeiçoou para sempre os que são santificados (Hb.10:12,14).

– A primeira prova de que o sacrifício de Jesus tirou o pecado do mundo, a barreira de separação que existia entre Deus e os homens e entre os homens entre si (Ef.2:13-16), foi que, assim que o Jesus expirou na cruz, o véu do templo, que separava o lugar santo do lugar santíssimo, onde o sumo sacerdote só podia entrar no “dia da expiação”, foi rasgado de alto a baixo (Mt.27:51; Mc.15:38; Lc.23:45), mostrando, assim, que não havia mais esta separação, que a amizade entre Deus e o homem fora restabelecida.

– A segunda prova de que o sacrifício tirou o pecado do mundo foi a ressurreição de Jesus, pois, com ela, evidenciou-se a vitória de Cristo sobre a morte e sobre o pecado, trazendo a garantia da satisfação da justiça divina pelo sacrifício de Jesus, tanto que um dos efeitos imediatos da entrada do pecado no mundo, qual seja, a morte física, foi suplantado pela ressurreição de Cristo, a primeira ressurreição com glorificação.

O próprio Jesus disse isto a João na ilha de Patmos: “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap.1:18).

OBS: “…Na ocasião, o apóstolo São João viu o Senhor Jesus glorificado como está no céu, trajando-Se como sacerdote, com vestes semelhantes aos sacerdotes judeus. Com a morte do Senhor Jesus, quando Ele bradou na cruz:

’Está consumado’ (Jo.19:30), naquele exato momento, o véu do templo (isto é, o véu que separava o santuário do Santo dos Santos, também chamado de lugar santíssimo, onde somente o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano para oferecer sacrifícios por si mesmo e pelo povo – Hb.9:6,7; Ex.30:10) rasgou-se de alto a baixo, o que, pelo Espírito Santo, podemos entender que a entrada à presença de Deus está franqueada a todo e qualquer pecador penitente, isto é, todo pecador que se arrepende e, pelo sangue de Jesus, é perdoado (Hb.9:8-12)…” (OLIVEIRA, José Serafim de. A revelação do Apocalipse: saiba o que a Bíblia diz sobre o futuro!. 5. ed., pp.17-8).

I – JESUS MORREU EM LUGAR DOS PECADORES

– Quando o Senhor anunciou a salvação ainda no dia da queda, disse que a salvação viria pela “semente da mulher”, ou seja, seria um homem que proporcionaria o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem. Teria de ser um “novo homem”, um “segundo Adão”, para poder realizar esta obra.

– De pronto, pois, temos a ideia de que um “novo Adão” teria de assumir o lugar do homem para realizar a salvação, para libertar a humanidade do poder do pecado. Era preciso, portanto, “assumir o lugar do homem” para obter a salvação deste mesmo homem e é a isto que se denomina de “expiação vicária”, ou seja, de um sacrifício que assumisse o lugar, pois “vicário” significa “substituto”.

– Os animais que eram sacrificados para “cobertura” dos pecados assumiam o lugar do pecador, eram seus substitutos, pois, na verdade, quem merecia morrer pelo pecado era o próprio pecador, que era, então, substituído pelo animal, exatamente como vemos no episódio do sacrifício de Isaque, em que um carneiro substituiu o filho de Abraão (Gn.22:13), oportunidade, aliás, em que Abraão pôde ver o “dia de Cristo”, o dia em que viria a bênção de Deus para todas as famílias da Terra (Jo.8:56).

– Entretanto, não bastava que se tivesse um homem para morrer pelos demais homens. Era mister que este homem fosse justo, reto, como Adão antes da sua queda (Ec.7:29) e a Bíblia nos mostra que não havia, sobre a face da Terra, nenhum homem que pudesse cumprir este papel, pois todos eram gerados à imagem e semelhança do Adão decaído (Gn.5:3), não havendo um justo sequer neste mundo (Sl.14:1-3; 53:1; Is.59:16; 63:5; Rm.3:10), não havendo homem que não pecasse (I Rs.8:46; II Cr.6:36).

– Diante desta realidade, o próprio Deus decide Se humanizar para que, então, assumindo o lugar do homem, pudesse salvar o próprio homem, vencendo, como homem, o pecado (Is.59:16). A encarnação do Verbo Divino (Jo.1:12; Fp.2:5-7), da Segunda Pessoa da Trindade, do Filho é a primeira “assunção de lugar” na obra da salvação.

– Jesus, o “nascido de mulher” (Gl.4:4), assumiu, assim, a condição de ser humano, precisamente para poder, como homem, morrer em nosso lugar e, para morrer, teve de nascer, ainda que gerado por obra e graça do Espírito Santo (Lc.1:35).

– Ao atingir a idade da razão, Jesus, ao contrário dos demais homens, como era o “último Adão” (I Co.15:45), soube rejeitar o mal e escolher o bem (Is.7:15), passando a ter uma vida santa, pois, como disse o anjo Gabriel a Maria, seria “o Santo” (Lc.1:35), não sendo, pois, um pecador, mas, sim, um homem sem pecado, que assumiria, posteriormente, o lugar do pecador na satisfação da justiça divina.

– Depois de Se fazer carne e habitar entre nós, ainda que sem pecado, Cristo também Se submeteu à lei de Moisés, que é a lei de Deus, dada pelo próprio Senhor a Israel, lei que Jesus teria de cumprir. Por isso, além de ser “nascido de mulher”, Jesus, também, nasce “sob a lei”, para realizar tudo quanto fora figurado nela com vistas à salvação da humanidade, visto que a lei nada mais era que uma “sombra dos bens futuros” (Hb.10:1), uma preparação para a efetiva libertação do pecado.

– Jesus, assim, assume a condição de Servo do Senhor, alguém que obedece a Deus, que fique em obediência aos mandamentos divinos, pois teria de ser justo a fim de poder morrer pelos injustos.

Por isso, disse o próprio Cristo que tinha vindo para cumprir e não para abrogar ou destruir a lei (Mt.5:17), lei, aliás, que jamais tinha sido integralmente cumprida, uma vez que aponta o pecado mas não pode livrar o homem do pecado (Rm.7:7-24).

– Desde quando publicamente assume a Sua responsabilidade perante a lei divina, o que se dá quando é levado ao templo aos doze anos de idade, Jesus mostra toda a Sua comunhão com Deus, tanto que mostra ter a revelação do teor da lei, deixando admirados os próprios doutores desta mesma lei (Lc.2:46).

Viera para cumprir a lei, para lhe dar o exato entendimento e somente quem entende a lei poderia cumpri-la.

– Ao iniciar Seu ministério público, Jesus bem demonstra que veio assumir o lugar do pecado. Seu ministério inicia-se com o batismo.

Ora, João conclamava as pessoas ao batismo para o arrependimento dos pecados. As pessoas tinham de vir se batizar admitindo ser pecadoras e que se arrependiam dos seus pecados a fim de que pudessem receber o Messias que estava para vir (Mt.3:2,6-12).

– Quando Jesus chega para ser batizado, João, que era cheio do Espírito Santo, viu que ali estava o Messias e que Este não tinha pecado e, por isso, não queria batizá-l’O.

No entanto, Jesus insistiu para ser batizado e disse que isto deveria ocorrer para que se cumprisse toda a justiça (Mt.3:15).

Jesus não tinha pecado, mas, ao ser batizado, assumiu o lugar dos pecadores, indicando o sentido de Sua obra salvífica. Jesus viera para assumir o lugar do pecador e, por isso, é batizado.

– Assumindo o lugar do pecador no batismo, Jesus é cheio do Espírito Santo e capacitado para realizar o Seu ministério (Mt.3:16; Mc.1:10; Lc.3:21,22; 4:1).

É, então, tentado pelo diabo, mas, ao contrário de Adão, vence a tentação, tentação esta que não se circunscreveu à tentação no deserto, pois Jesus foi tentado em tudo durante toda a Sua vida terrena (Hb.4:15), jamais tendo pecado.

– Durante todo o Seu ministério público, Jesus é apresentado aos homens, ministério que durou três anos e meio, numa perfeita correlação com os mais de três dias em que o cordeiro pascal era observado para que se verificasse se tinha alguma mancha para ser imolado na Páscoa (Ex.12:3-6).

Jesus foi achado inocente, tanto pelo Sinédrio, que o condenou sem provas de culpa (Mt.26:59-66; Mc.14:53-64; Lc.22:66-71); tanto pelo tetrarca da Galileia, Herodes Antipas, que nele não encontrou qualquer culpa (Lc.23:15); tanto pelo governo romano, representado por Pôncio Pilatos, que, mesmo o tendo mandado à morte, declarou a Sua justiça (Mt.27:11-24; Mc.15:1-15; Lc.23:13-25).

– Sendo justo, Jesus poderia pagar o preço dos pecados da humanidade. Somente um justo poderia dar a Sua vida para salvar os pecadores e Jesus, em Sua inocência, tinha condições para tanto.

Esta vida teria de ser entregue para a satisfação da justiça divina e, como a vida é o sangue (Gn.9:4), este pagamento do preço somente se poderia dar pelo derramamento do sangue inocente de Cristo (Hb.9:22).

– Mas não seria qualquer morte que satisfaria a justiça de Deus. Seria necessária uma morte que trouxesse a bênção para a humanidade, mas que, para isto, carregasse a maldição advinda do pecado, porquanto o pecado trouxe maldição aos homens.

E a morte que representava maldição era, segundo a lei de Moisés, a morte de cruz (Dt.21:22,23).

– Por isso, Jesus não só tinha de derramar o sangue para a salvação da humanidade, como tinha de ser crucificado para tanto, já que teria de levar sobre a Si a maldição do gênero humano. Por isso, o próprio Cristo disse que seria crucificado (Jo.3:14; 12:32,33).

– “…O caráter da morte substitutiva de Cristo é anunciado de maneira direta deste o Antigo Testamento: ‘Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos’ (Is.53:6).

A palavra profética continua mais adiante dizendo: ‘porquanto derramou a Sua alma na morte e foi contado com os transgressores, mas Ele levou sobre Si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu’ (Is.53:12).

Jesus via a Si mesmo nessa profecia de Isaías (Lc.22:37). As iniquidades de todos os pecadores foram transferidas para o Servo Sofredor mencionado nesse oráculo de Isaías. Sua morte foi em nosso lugar (Rm.5:8), Ele morreu por todos(II Co.5:14; I Tm.2:4,6; 4:10; Tt.2:11; Hb.2:9), pelos pecados do mundo inteiro (II Co.5:19; I Jo.2:2; 4:14).

 O Senhor Jesus Cristo morreu em favor dos pecadores: ‘que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras’ (I Co.15:3).

 Ao utilizar a expressão ‘segundo as Escrituras’, Paulo assevera que o sacrifício de Jesus representa a convergência do pensamento exarado no Antigo Testamento (Hb.9:22).

O Senhor Jesus ofereceu-Se como sacrifício voluntário, e isso agradou o Pai (Jo.10:17,18).…” (CGADB. Declaração de Fé das Assembleias de Deus, V.2, pp.60-1).

III – JESUS MORREU PARA REDIMIR OS PECADORES

– Jesus, além de morrer no lugar dos pecadores, também os redimiu. Como diz o poeta sacro traduzido/adaptado por Paulo Leivas Macalão:

“Jesus é meu eterno Redentor, por Seu sangue já remido estou. Deu-me paz, poder consolador.

Vivo contente pois Ele me amou” (refrão do hino 139 da Harpa Cristã). Mas o que significa dizer que Jesus é o Redentor, que Sua obra remiu os pecadores?

– Jesus tomou o lugar do pecador, mas isto só não bastava. Era preciso que, além de assumir a posição da humanidade, o Senhor também pagasse a dívida contraída pelo homem com a prática do pecado.

Ao pecar, o homem ficou em dívida para com Deus, uma dívida impagável, bem ilustrada por Cristo na parábola do credor incompassivo (Mt.18:23-35).

– Ao desobedecer a Deus, o homem deixou de ser justo, de praticar a justiça e, ante a injustiça, tornou-se devedor de Deus, uma vez que não retribuíra com sua obediência a todos os benefícios que recebera e continuou a receber do Senhor.

Tudo é de Deus (Sl.24:1), inclusive a nossa vida, e, como Deus é o Senhor, temos de prestar contas daquilo que Ele nos dá e o homem, no pecado, tendo querido ser igual a Deus (Gn.3:5,6), ficou em dívida para com o Senhor, não tendo condição de saldar este débito, já que não poderia salvar-se a si mesmo, dominado que estava pelo pecado.

– Torna-se, então, necessário providenciar-se o pagamento desta dívida, a superação deste débito eterno e impagável do homem.

Aqui é que entra a necessidade da “redenção”. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, redenção é “o resgate do gênero humano por Jesus Cristo”.

A palavra vem da raiz “empt” que, por sua vez, vem do verbo latino “emo”, que significa “tomar, segurar” como também “comprar, adquirir”.

– A palavra “redenção” significa a “compra”, a “aquisição” e isto nos leva à necessidade de “compra” da liberdade de um escravo, motivo por que a ideia de redenção sempre se associou, em relação a seres humanos, à ideia de livramento.

Um escravo tinha de pagar o preço da sua liberdade, do seu livramento. Como diz a Bíblia On-Line da Sociedade Bíblica do Brasil, no Antigo Testamento, a redenção estava sempre associada a esta ideia de livramento, “in verbis”: “…No AT, Deus, o REDENTOR, liberta o povo de situações de cativeiro {Is 43.14}, sofrimentos {Jr 14.8}, morte {Jó 19.25}, pecado {Is 44.22; 59.20}.…”.

– No Sl.14:7, o Senhor é chamado de “a redenção de Israel”, sendo empregada a palavra “yshuah” (ישןצה ), que tem a mesma raiz de “Yeshua”(ישןצ ), que é, precisamente, o nome de Jesus em hebraico, ou seja, “Salvador”.

A palavra empregada “…significa salvação, libertação, ajuda, vitória.(…) Seu significado primário é resgatar de aflição ou perigo…”( Bíblia de Estudo Palavra Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 3444, p.1695).

– No Sl.49:8, diz-se que “a redenção da sua alma é caríssima e seus recursos se esgotariam antes” e a palavra ali empregada é “pidhyom” (פרים ), que “…significa resgate, dinheiro de resgate…” (Bíblia de Estudo Palavra Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 6306, p.1863).

No Sl.111:9e 130:7, temos praticamente a mesma palavra utilizada para dizer que o Senhor havia enviado redenção para o Seu povo e que n’Ele há abundante redenção ( a palavra aqui é “p’dhuth” (פרןת ), que significa resgate, redenção).

– Tem-se, portanto, a ideia da aquisição para livramento, para libertação, dentro do contexto da escravidão já aludido. Jesus veio pagar este preço altíssimo, que nem ouro, nem prata poderiam pagar, pois todos os recursos financeiros se esgotariam antes, a dívida impagável.

Era necessário que este preço fosse pago e o preço era o de uma vida inocente, de um sangue imaculado, sem a mancha do pecado.

Os homens haviam se tornado escravos do pecado (Gn.4:7; Jo.8:34) e, para ser libertos dele, teriam de pagar um preço, preço este que nenhum homem tinha condição de satisfazer.

– Era isto que os israelitas tementes a Deus aguardavam, como deixa claro o texto de Lc.2:38, onde temos que a palavra empregada para “redenção” é “lytrosis” (λυτρσις), cujo significado é “pagamento de um resgate; preço pago para redimir os cativos”.

– Pedro bem explica este preço ao afirmar que “…não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (I Pe.1:18,19).

– Jesus é o Redentor precisamente porque pagou este preço e só Ele o poderia fazer, pois Ele, como disse o apóstolo, não Se contaminou com o pecado, era inocente e puro e, por isso, poderia oferecer uma vida santa em pagamento pelo pecado praticado pelo mundo. Em I Tm.2:6, Paulo diz que Jesus é o preço pago pela redenção do pecado, sendo a palavra ali empregada para redenção, a palavra grega “antilytron” (αντίλυτρον), cujo significado é “um preço pago pela redenção”. E este pagamento é para sempre, pois a redenção é eterna (Hb.9:12).

– Jesus Cristo não pecou, venceu o pecado e, portanto, pôde pagar o preço de todos os pecados da humanidade, pois suplantou o pecado, que dominava toda a humanidade, podendo, assim, quitar a dívida que a humanidade tinha para com Deus.

– Quando o Senhor Jesus exclamou: “Está consumado”, na cruz do Calvário (Jo.19:30), utilizou-se da expressão “tetelestai” (τετελεσται), que tem como significado “terminar, consumar, pagar uma dívida”, ou seja, houve ali a quitação da dívida do homem para com Deus, o seu devido pagamento, um pagamento que é total, como dá a entender a palavra “apolytrosis” (απολυτροσις), utilizada em Ef.1:7,14; 4:30; Cl.1:14.

– O apóstolo Paulo também alude a isto ao dizer que Jesus cravou na cruz a cédula que nos era contrária (Cl.2:14) e, ao se utilizar desta figura, está a recorrer ao direito, pois esta “cédula” era um “escrito de dívida” e o seu “riscar” significa a sua quitação, o seu pagamento.

Quando se riscava a cédula, se estava a dizer que a dívida estava quitada, estava paga, exatamente quando se rasga, na atualidade, uma nota promissória, como sinal de que a dívida foi paga.

– É regra do direito que qualquer um, interessado ou não, pode pagar a dívida de outrem, mas o terceiro que não tiver interesse no pagamento, se o fizer em nome e à conta do devedor, tem de ter a concordância deste devedor para que o pagamento tenha efeito.

É o que se encontra, por exemplo, no artigo 304 e seu parágrafo único de nosso Código Civil.

OBS: Transcrevemos aqui o mencionado artigo 304 do Código Civil: “Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.”

– Ora, o Senhor Jesus não tinha interesse algum em pagar o preço de nossos pecados, fê-lo por amor e o amor divino, já aprendemos neste trimestre, é desinteressado, não busca seus interesses ( I Co.13:5).

Por isso, o preço pago pelo Senhor Jesus, para dar quitação aos pecados de um determinado ser humano, precisa ter a aceitação deste pecador, sem o que não quitará a dívida deste específico devedor.

– Por isso, a redenção do Senhor, como diz o Sl.130:7, é abundante, ou seja, suficiente para todos os homens.

Jesus pagou o preço dos pecados de todos, mas o pecador somente se beneficia desta quitação se não se opuser a ela, se aceitar o gesto de Cristo. Por isso, a redenção é ilimitada, infinita, pois infinito é o Homem-Deus que a obteve, mas depende da aceitação do pecador para dar a este pecador que aceita tal quitação o perdão de seus pecados.

IV – JESUS MORREU PARA RECONCILIAR OS HOMENS COM DEUS

– Desde quando o Senhor anunciou a promessa da salvação, disse que o objetivo desta salvação seria o restabelecimento da amizade entre Deus e o homem, pondo fim à inimizade surgida com a prática do pecado. Deus disse à serpente que a “semente da mulher” poria inimizade entre a serpente e a humanidade (Gn.3:15).

– Havia uma comunhão entre Deus e o homem. Deus, em toda viração do dia, comparecia ao jardim do Éden para um encontro com o primeiro casal (Gn.3:8) e não havia qualquer separação entre Deus e a coroa da criação terrena.

No entanto, com o pecado, ocorreu a divisão entre Deus e o homem (Is.59:2) e Jesus veio restabelecer esta unidade perdida.

– Em Sua oração sacerdotal, o Senhor Jesus deixa bem claro que Sua missão era fazer voltar de novo a comunhão e unidade entre Deus e os homens:

“Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, par que o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo.17:21). Jesus queria que a mesma comunhão e unida que Ele tinha com o Pai (Jo.8:29; 10:30; 17:22) se estendesse aos demais homens.

– Esta reunião, este restabelecimento de comunhão e união entre Deus e o homem é o que se denomina de “reconciliação”. Por meio de Jesus, alcançamos a reconciliação com Deus (Rm.5:11). Deus reconciliou o homem conSigo mesmo por Jesus Cristo (II Co.5:18).

– A palavra empregada para “reconciliação” é “katallagé” (καταλλαγή), que significa “troca, i.e., restauração à benevolência (divina) – expiação, reparação, reconciliação” (Bíblia de Estudo Palavra Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbete 2643, p.2257).

A palavra inglesa utilizada é bem elucidativa, a saber, “atonement” (at+one+ment), palavra que significa “estado de unidade”, “estado em que se cria uma unidade”.

– O sacrifício de Jesus retirou a separação entre Deus e o homem, pois quem fazia tal divisão eram os pecados (Is.59:2).

O homem, que estava longe de Deus, pelo sangue de Cristo, pode se aproximar do Senhor, reconciliando ambos os povos existentes sobre a face da Terra, judeus e gentios, com Deus, através de um novo povo, a Igreja, o corpo de Cristo (Ef.2:13-18).

– O sacrifício de Jesus trouxe a união, a comunhão entre Deus e o homem, homem que voltou a se integrar com o seu Criador.

Ora, que é isto senão a “paz”, uma vez que a palavra hebraica “shalom” (שלם ) significa precisamente “integridade”, “completude”? Por isso, Paulo diz que Jesus evangelizou a paz (Ef.2:17) e, por meio da fé n’Ele, voltamos a ter paz com Deus (Rm.5:1). Por isso, o Senhor disse ter deixado a Sua paz para nós (Jo.14:27).

– A reconciliação representou o retorno da comunhão e, agora, o ser humano tem novamente acesso ao Pai (Ef.2:18), tendo ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela Sua carne (Hb.10:19,20).

– Não há mais separação entre nós e Deus e, por isso, podemos chegar à Sua presença, pelo sangue de Cristo, desfrutar de intimidade com Ele, desde já compartilhar da Sua glória, mesmo ainda em nossa peregrinação terrena.

Nossas orações chegam à presença do Senhor, no Seu trono de graça, não havendo mais necessidade que, antes que isto ocorra, haja um sacrifício que adie a ira de Deus, como ocorria no tempo da lei de Moisés, em que o incenso somente poderia ser oferecido depois do sacrifício pelo pecado.

– Agora, em virtude da reconciliação, não mais vivemos, mas é Cristo que vive em nós (Gl.2:20), fazemos parte do corpo de Cristo e, assim, temos comunhão uns com os outros (At.2:42-46) e todos nós com o Senhor Jesus, como declaramos solenemente em toda celebração da ceia do Senhor (I Co.11:23-26).

V- JESUS MORREU PARA SATISFAZER A IRA DE DEUS PELO PECADO

– Por fim, devemos observar que o sacrifício de Jesus satisfez a ira de Deus pelo pecado. O pecado é uma transgressão, é um desvio da conduta estabelecida pelo Senhor ao homem.

Trata-se, portanto, de uma falta que representa uma desobediência ao Soberano de todas as coisas e, em virtude disto, tem de sofrer a devida punição, pois Deus é justo, é a própria justiça (Gn.18:25).

– Ao dar livre-arbítrio ao homem, Deus já o avisara de que, não fosse ele obediente à ordem divina, sofreria a punição da morte (Gn.2:16,17), morte que seria a separação entre criatura e Criador.

– Como Deus é fiel (I Co.1:9; II Tm.3:3), assim que o primeiro casal pecou, adveio a punição pelo cometimento do pecado, entre os quais a morte espiritual, que foi a separação entre Deus e o homem, representada pela expulsão do jardim do Éden, como também a própria morte física, que foi a separação entre a parte material e a parte imaterial do homem.

– Deus não Se agradou com a prática do pecado, pois é um Deus santo (Lv.11:44,45; 19:2; 20:26; 21:8; I Pe.1:16), ou seja, Sua essência o faz ficar sempre separado do pecado. Assim, como reação ao pecado, houve a manifestação da ira de Deus.

– A ira de Deus é mencionada explicitamente, pela vez primeira, em Ex.4:14, quando é dito que “a ira de Deus se acendeu contra Moisés”, diante da sua relutância em aceitar a missão que Deus lhe estava a dar. Aqui a palavra hebraica é “’aph” (אף ), cujo significado é “nariz”, “narina”, pois “…por conta da respiração acelerada quando se está sob emoção…” (Bíblia de Estudo Palavra Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 639, p.1534). Tem-se, portanto, que a “ira de Deus” é associada a uma reação da sensibilidade divina a um ato desagradável a Ele.

– É também uma reação a um ato de desobediência do povo, que seria o maltrato do estrangeiro, da viúva e do órfão, que levaria o Senhor a Se irar contra Israel a ponto de permitir que as mulheres dos israelitas ficassem viúvas e seus filhos, órfãos (Ex.22:21-24).

– Vê-se, portanto, que a ira de Deus é a reação ao pecado e o castigo de todas as consequências resultantes de tal prática. A ira divina é a reação ao pecado e o sacrifício de Jesus não teria outro papel senão o de satisfazer esta ira divina e, assim, neutralizá-la, fazê-la cessar.

– É o mesmo significado que tem a palavra grega “orgé” (οργή), cujo significado é de “indignação, fúria, especialmente incluindo o desejo de vingança, punição”.

– O homem, ao pecar, desagrada a Deus e tem, como consequência, sobre si a ira de Deus. É o que nos diz Rm.1:18: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça”.

– A ira de Deus, como bem explanou Jonathan Edwards (1703-1758) em seu famoso sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, é consequência de uma atitude de homens que permanecem sem juízo e destituídos de entendimento, que respondem com corrupção e perversão a um Deus justo e reto (Dt.32:4-6).

– Esta ira pode se manifestar a qualquer instante, pois, como também, afirmou Edwards, baseando-se em Dt.32:35:”… A declaração que escolhi para meu texto, “A seu tempo, quando resvalar o seu pé”, parece subentender as seguintes questões, relativas à punição e destruição que aqueles ímpios israelitas estavam sujeitos a sofrer:

  1. Que eles estavam sempre expostos à destruição , assim como está sujeito a cair todo aquele que se coloca de pé, ou anda por lugares escorregadios. A maneira como serão destruídos vem aí representada pelo deslize de seus pés. A mesma citação encontramos no Sl 73.18-19, “Tu certamente os pões em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição”.
  2. Faz supor também que estavam sempre sujeitos a uma súbita e inesperada destruição, à semelhança daquele que anda por lugares escorregadios e a qualquer instante pode cair.

O ímpio não consegue prever se, num momento, ficará de pé, ou se, em seguida, cairá.

Quando cai, cai subitamente, sem aviso, como está escrito, também, no Sl 73.18-19, “Tu certamente os põe em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados! Totalmente aniquilados de terror!”

  1. Outra coisa implícita no texto é que os ímpios estão sujeitos a cair por si mesmos, sem serem derrubados pelas mãos de outrem, pois aquele que se detém ou anda por terrenos escorregadios não precisa mais do que seu próprio peso para cair por terra.
  2. E também a razão pela qual ainda não caíram, e não caem, é por não haver chegado ainda o tempo determinado pelo Senhor. Pois está escrito que quando este tempo determinado, ou escolhido, chegar, seu pé irá resvalar.

E então serão entregues à queda, para a qual já estão predispostos por causa do próprio peso.

Deus não os susterá mais em lugares escorregadios, mas vai deixá-los sucumbir. Então, nesse exato momento, cairão em destruição, à semelhança daqueles que transitam em terrenos escorregadios, à beira de precipícios, e não conseguem se manter de pé sozinhos, caindo imediatamente e se perdendo ao serem abandonados…” (Pecadores nas mãos de um Deus irado. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/advertencias/pecadores_maos_deus_irado.htm Acesso em 08 ago. 2017).

– Jesus veio retirar esta ira, pois satisfez a indignação divina, pagou o preço dos pecados e, por isso mesmo, quem se refugia em Cristo, quem passa a pertencer a Cristo Jesus, não mais sofre a ira divina. É o que está escrito em Jo.3:36: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”.

– O pecador, quando aceita sua condição de pecador e crê no sacrifício de Cristo, sendo purificado pelo sangue de Jesus, sai da órbita da ira de Deus e passa a desfrutar da comunhão com o Senhor, da Sua benevolência.

Esta realidade foi muito bem descrita pelo poeta sacro Herbert Maxwell Wright, que traduziu e adaptou um hino elaborado em 1890 por Isaac Watts: “Mas um dia senti meu pecado e vi sobre mim a espada da lei, apressado fugi, em Jesus me escondi e abrigo seguro n’Ele achei” (terceira estrofe do hino 15 da Harpa Cristã).

– Quem está em Cristo, não fica mais sujeito à destruição, pois não têm mais os pés escorregadios, mas, bem ao contrário, agora teve firmados os seus pés sobre uma rocha e teve firmados seus passos (Sl.40:2).

Quem está em Cristo, passa a estar em comunhão com o Senhor, está seguro, não tendo porque temer qualquer investida maligna contra si, pois ninguém, a exemplo de Estêvão, pode impedir de chegarmos ao céu.

– Jesus é a propiciação pelos nossos pecados (I Jo.2:2; 4:10) e aqui a palavra grega empregada é “hilasmos” (ίλασμός), ou seja, “aquilo que aplaca a ira e traz a reconciliação com alguém que tem razões para estar irado com outra pessoa”.

A propiciação torna a pessoa novamente “favorável” aos olhos de Deus, faz cessar a Sua ira. A propiciação está relacionada com o perdão, pois, quando há a propiciação, há o perdão (Lv.4:20,31; 12:7,8; 16:17; 19:22).

A palavra hebraica empregada para “propiciação” é “kaphar” (כּפּד ), cujo sentido é “cobrir, perdoar, aplacar ou cancelar”, a palavra empregada para a “cobertura” das transgressões, como falamos supra.

– Por intermédio de Cristo, o homem se livra da ira de Deus e, por isso, pode voltar a ser amigo de Deus, a ter comunhão e a desfrutar das bênçãos sem qualquer limite.

Ev. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/1146-licao-5-a-obra-salvifica-de-jesus-cristo-i

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