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LIÇÃO Nº 10 – AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO

CREMOS

(…)

  1. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme Sua soberana vontade para o que for útil (I Co.12:1-12).


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INTRODUÇÃO

– Uma das características do movimento pentecostal é a crença de que o Espírito Santo atua na Igreja hoje como atuou nos dias dos apóstolos.

– O Espírito Santo é Deus, portanto, não muda e como atuou nos tempos apostólicos, atua ainda hoje, com o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais.

I – A SALVAÇÃO NÃO SE CONFUNDE COM O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

– A primeira operação do Espírito Santo, na atual dispensação, diz-nos Jesus, ao anunciar a Sua vinda a Terra, seria o convencimento do pecador:

“E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (Jo.16:8).

O Espírito Santo atua sobre a alma do pecador, a fim de que ela possa se arrepender dos seus pecados e decidir aceitar a Cristo como Seu único e suficiente Salvador.

Quando isto ocorre, temos a primeira operação que foi atribuída ao Espírito Santo nesta dispensação: o novo nascimento.

– O novo nascimento é o único ato pelo qual alguém pode entrar no reino de Deus (Jo.3:5).

Trata-se de um ato sobrenatural, espiritual, que é levado a efeito pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus, como nos esclarece Jesus ao ministrar este ensinamento ao mais sábio dos mestres judeus da época, Nicodemos.

A Palavra de Deus é o veículo pelo qual chega ao conhecimento do homem a fé salvadora (Rm.10:17) e é através dela que o homem é lavado e pode se apresentar limpo na presença de Deus (Jo.15:3).

– No entanto, a atuação da Palavra de Deus para a limpeza espiritual, para a lavagem da regeneração (Tt.3:5), depende de um ato de vontade do homem, da sujeição do homem pela Palavra, algo que não advém simplesmente pelo ouvir pela Palavra de Deus, mas que depende da aceitação da palavra por parte do homem.

É por isso que o salmista adverte que, se ouvirmos a voz de Deus, não podemos endurecer os nossos corações (Sl.95:7,8), numa clara indicação de que alguém pode ouvir a palavra de Deus mas, nem por isso, nascer de novo.

O próprio Jesus deu-nos conta disso, ao dizer que nem todos os integrantes do corpo apostólico estavam limpos, apesar de todos terem ouvido, à exaustão, os Seus ensinos (Jo.13:10 “in fine”), como também ao comparar ao homem prudente aqueles que ouvem e que praticam a Palavra de Deus (Mt.7:24), enquanto que, quem ouve mas não cumpre, este seria o insensato (Mt.7:26).

– Se a Palavra de Deus é um elemento indispensável para o novo nascimento, mas não suficiente, tem-se que o ser humano, para alcançar a salvação, depende de aceitar esta Palavra e este gesto, também, não é fruto do discernimento do espírito ou da alma humanos, mas é o resultado de uma manifestação da graça divina, qual seja, a atuação do Espírito Santo no convencimento do homem do pecado, da morte e do juízo.

– O Espírito Santo vem junto ao homem e procura convencê-lo de que ele é um pecador, de que ele precisa se arrepender dos seus pecados e aceitar a Cristo como seu único e suficiente Salvador.

O Espírito Santo mostra ao homem, segundo nos ensina Jesus, que deve gerar no homem a crença em Jesus, na justiça de Deus e na sua satisfação através do sacrifício vicário de Cristo e no fato de que este sacrifício foi aceito por Deus e que, a partir de então, Jesus tem as chaves da morte e do inferno em Suas mãos.

Este é o trabalho do Espírito Santo, que leva o homem a reconhecer que precisa converter-se, ou seja, mudar a orientação da sua vida e deixar a autossuficiência, a busca da vida eterna por seus próprios méritos e crer que somente a sua sujeição a Jesus e, consequentemente, à Sua vontade, poderá lhe trazer o perdão dos seus pecados e a vida eterna.

– Quando o homem se convence do pecado, da justiça e do juízo, aceitando a Jesus como seu único e suficiente Salvador, crendo em Cristo, na Sua obra no Calvário e se arrependendo dos seus pecados, renunciando à impiedade, isto é, ao pecado e às concupiscências do mundo e passa a viver, neste mundo, sóbria, justa e piamente,

 segundo a vontade do Senhor, que está presente na Sua Palavra (Tt.2:12), temos o novo nascimento, a geração de um novo homem, de uma nova criatura, pois os pecados são perdoados, o sangue de Jesus purifica o homem de todo o pecado e ele passa a ocupar uma nova posição diante de Deus, justificado pela fé (Rm.5:1), tendo paz com Deus, pois os pecados, que antes faziam divisão entre ele e Deus (Is.59:2), não mais existem, são removidos (Jo.1:29), lançados no mar do esquecimento (Mq.7:19), voltando o homem, então, a ter comunhão com Deus.

O espírito do homem, assim, volta a ter vida, é vivificado (I Co.15:22), pois cessa a sua separação de Deus, que o tornava inerte.

Passa a dirigir a vida do indivíduo, já que é o canal entre Deus e o homem (Rm.8:14-16), o que faz com que as obras a serem praticadas sejam totalmente distintas (Gl.5:16,17).

– Vemos, portanto, que o novo nascimento é um ato sobrenatural indispensável para que ingresse no reino de Deus.

A soberania de Deus na vida de alguém somente se inicia quando este alguém nasce de novo, e, nascer de novo, exige a atuação conjugada da Palavra de Deus e do Espírito Santo, bem como a aceitação do homem para que esta atuação se faça.

– Esta experiência, também chamada de regeneração (ou seja, nova geração), conversão ou salvação (em sentido estrito, pois a salvação abrange outros aspectos além deste), é uma operação do Espírito Santo e tem, como objetivo, a remoção dos pecados e o estabelecimento de uma vida espiritual, ou seja, de uma comunhão entre Deus e o homem.

– Quando observamos esta experiência, na Bíblia Sagrada, notadamente quando nos é ensinada pelo Senhor da vida, o próprio Jesus, que tornou esta experiência possível e permanente para a humanidade, vemos que ela já se concretiza desde o momento em que alguém tem um encontro pessoal com Cristo,

entendido este encontro não como um encontro físico, mas como uma demonstração de sujeição à vontade do Senhor e crença no Seu nome. É por isso que Jesus, ao se dirigir às mais diversas pessoas que com Ele se encontraram e que creram n’Ele, não cessava de dizer: ” Vai, a tua fé te salvou”.

Esta expressão de Jesus garante-nos que, quem crer n’Ele, já alcança a salvação, pois deixou que o Espírito Santo o convencesse do pecado, da morte e do juízo e, portanto,

houvesse a vivificação em Cristo, com todas as operações há pouco mencionadas (perdão e remoção dos pecados, restabelecimento do espírito e da comunhão com Deus, mudança de obras).

– Jesus, quando se dirigia aos Seus discípulos, também, sempre Se referia a eles como pessoas que haviam alcançado a regeneração, que estavam num outro patamar diante de Deus pelo fato de terem crido em Seu nome.

Ao enviar aqueles setenta discípulos para pregar em áreas onde não poderia ir, dada a exiguidade de tempo em Seu ministério (sendo, porém, necessário, que fosse anunciado a todo Israel daquele tempo),

quando estes retornaram, Jesus revelou-lhes que eles tinham seus nomes escritos nos céus (Lc.10:20), revelação esta, aliás, que Lhe motivou alegria no Espírito Santo, gesto este que nos serve para mostrar que o novo nascimento está ligado a esta Pessoa da Trindade, o atuante direto sobre o homem nesta nossa dispensação.

– Após ter ressuscitado, Jesus apresentou-Se, durante espaço de quarenta dias, aos Seus discípulos (At.1:3).

Numa destas vezes, João diz-nos que o Senhor assoprou sobre os discípulos, dizendo para que eles recebessem o Espírito Santo (Jo.20:22), afirmação que mostra que o Senhor estava restabelecendo a comunhão entre Si e os discípulos, que O haviam abandonado por ocasião dos fatos relativos à Sua paixão e morte.

Esta expressão de Jesus, única nos evangelhos, existe, exatamente, para nos deixar explícito que a conversão, embora seja obra do Espírito Santo, não se confunde com o revestimento de poder.

Os discípulos que se encontravam no cenáculo tiveram esta experiência da regeneração na tarde do domingo da ressurreição, enquanto que só seriam batizados com o Espírito Santo no dia de Pentecostes, ou seja, cerca de quarenta e sete dias depois.

– O novo nascimento é a primeira operação do Espírito Santo. Sem ele, ninguém pode entrar no reino de Deus.

Estando-se debaixo do domínio do Espírito Santo, o indivíduo passa a desfrutar de outras ações do Espírito em sua vida, uma das quais é o batismo com o Espírito Santo.

Para que alguém seja batizado com o Espírito Santo, é fundamental que tenha nascido de novo, mesmo que este novo nascimento tenha sido, aos olhos humanos, concomitante ao batismo com o Espírito Santo, na verdade é indispensável que alguém tenha se convertido para que possa ser batizado com o Espírito Santo.

– Quando verificamos as narrativas bíblicas referentes a batismo com o Espírito Santo, veremos, sempre, duas características:

primeiro, que os batizados já eram convertidos, ou seja, já tinham nascido de novo antes da experiência do batismo com o Espírito Santo;

segundo, que não é possível batismo com o Espírito Santo sem o prévio novo nascimento.

– A narrativa do dia de Pentecostes deixa-nos claro que os quase 120 discípulos que se encontravam no cenáculo naquele dia eram todos convertidos e nascidos de novo.

Além de ali estarem todos aqueles que receberam o Espírito Santo por um sopro do Senhor na tarde do dia da ressurreição (Jo.20:22) e que, portanto, haviam sido objeto de regeneração, também se encontravam outros que,

como anunciara alguns dias antes o apóstolo Pedro, eram “irmãos” (At.1:16) e que, com os doze, haviam “convivido todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até o dia que dentre nós foi recebido em cima” (At.1:22).

 É importante, ainda, observar que o número de irmãos, ou seja, pessoas convertidas e que seguiam a Jesus, era, já nesta época, segundo podemos inferir das palavras de Paulo, mais de quinhentas pessoas(I Co.15:6), mas somente quase cento e vinte alcançaram o batismo com o Espírito Santo.

Ao chamar estas pessoas que estavam no cenáculo de “irmãos”, Pedro mostra que todos tinham a mesma natureza espiritual, provinham do mesmo Pai, eram filhos de Deus, porque criam em Jesus (Jo.1:12).

Eram, ademais, pessoas que eram testemunhas do ministério de Jesus, fruto mesmo deste ministério e que tinham seguido a Jesus e, agora, já estavam aguardando a Sua volta(At.1:9-11), o que caracteriza um sincero e fiel servo do Senhor (II Tm.4:7,8).

Temos, portanto, que o número de nascidos de novo, de regenerados, de crentes era diferente do número de batizados com o Espírito Santo no dia de Pentecostes.

Assim, nem todo regenerado foi batizado com o Espírito Santo, mas todo batizado com o Espírito Santo havia sido regenerado.

– A narrativa do batismo com o Espírito Santo em Samaria também nos mostra que esta é uma bênção diferente da salvação e necessariamente posterior a ela.

Quando chegou a Samaria, o diácono Felipe começou a pregar o evangelho, tendo como assunto de sua pregação Jesus (uma boa lição que se deve dar aos evangelistas da atualidade) (At.8:5).

Vemos, portanto, aqui, a operação da fé salvadora, cujo veículo é a Palavra de Deus. Diante desta pregação, houve crença no nome de Jesus e as pessoas confessavam seus pecados e desciam às águas (At.8:12-14). Temos, portanto, uma nítida descrição da conversão, do novo nascimento dos samaritanos.

Só, então, quando Pedro e João são enviados a Samaria é que ocorre o batismo com o Espírito Santo (At.8:17).

Como podemos observar, portanto, mais uma vez, nas Escrituras, vê-se que novo nascimento é distinto de batismo com o Espírito Santo e que o batismo com o Espírito Santo é uma bênção reservada apenas aos nascidos de novo.

– A terceira narrativa que nos descreve um batismo com o Espírito Santo é a experiência vivida pelo apóstolo Paulo, quando ainda estava na casa de Judas, em Damasco.

O texto mostra, claramente, que, após a aparição da luz, na qual Jesus falou ao então perseguidor-mor da igreja, Saulo, prostrado, já se apresenta convertido, pois chama Jesus de Senhor, reconhecendo, então, Sua soberania, sujeitando-se a Ele, algo que somente alguém que tenha recebido o Espírito Santo, que tenha nascido de novo,

pode falar e realizar (I Jo.4:2,3). Além disto, há vários indicadores no texto de que Paulo já estava convertido quando Ananias foi orar por ele, senão vejamos:

Paulo estava orando (At.9:11);

o Senhor o chama de vaso escolhido (At.9:15);

Ananias o chama de irmão (At.9:17).

Só, depois de convertido, portanto, é que recebeu o revestimento de poder (At.9:17).

– A quarta narrativa que nos descreve um batismo com o Espírito Santo é a experiência vivida por Cornélio e os seus em Cesareia.

Ali, também, vemos que, embora o batismo com o Espírito Santo tenha sido concomitante à pregação da palavra por Pedro, devemos observar que, aqui também, a exemplo do que ocorrera em Samaria, em primeiro lugar tivemos a pregação da Palavra,

o veículo pelo qual veio a fé salvadora, gerando, assim, o novo nascimento em todos os ouvintes. Houve, à evidência, a crença no nome de Jesus por parte dos ouvintes, tanto que, antes que o Espírito Santo batizasse a Cornélio e aos seus, Pedro falou, exatamente, desta fé em Jesus para o perdão dos pecados (At.10:43).

Este fato demonstra, claramente, que, também aqui, embora tenha havido uma aparente concomitância temporal, o batismo com o Espírito Santo foi antecedido pelo novo nascimento.

A sequência do texto, ademais, torna bem claro que o batismo com o Espírito Santo se deu deste modo para que não se impedisse o batismo nas águas daqueles gentios, algo que não ocorreria, ante as barreiras culturais existentes, se o dom do Espírito não tivesse vindo sobre eles, como se pode notar em At.10:47,48 e 11:18.

– A quinta narrativa de um batismo com o Espírito Santo é a dos discípulos de Éfeso.

Aqui, também, o texto esclarece-nos explicitamente que o batismo com o Espírito Santo é uma experiência distinta do novo nascimento. Paulo encontra doze varões que serviam a Deus, mas que haviam sido batizados apenas no batismo de João (At.19:3), não conhecendo sequer a existência do Espírito Santo (At.19:2).

Paulo, então, pregou-lhes o evangelho e eles creram, pois, ao ouvirem a mensagem do apóstolo, aceitaram batizar-se(At.19:5), o que somente é lícito para quem crer de todo o coração (At.8:37).

Vemos, assim, que o novo nascimento era presente na vida daqueles varões, varões, aliás, que são chamados de discípulos logo no início da narrativa (At.19:1), expressão que demonstra, claramente, que se tratava de pessoas que gozavam de comunhão com o Senhor, que tinham se arrependido de seus pecados, ainda que não tivessem, ainda, conhecimento da vinda do Messias que havia sido anunciado por João.

Só, então, Paulo ora e impõe as mãos sobre eles e, então, são batizados com o Espírito Santo (At.19:6).

Além do caráter explícito deste texto, também é interessante observarmos a conduta do apóstolo que, baseado na sua própria experiência, somente se dispôs a orar para que houvesse batismo com o Espírito Santo depois que estava certo e convicto do novo nascimento daquelas pessoas.

– As Escrituras, portanto, não nos deixam qualquer margem de dúvida quanto a distinção destas duas operações do Espírito Santo, quais sejam, o novo nascimento e o batismo com o Espírito Santo, bem como a necessária anterioridade da regeneração para que haja o batismo com o Espírito Santo.

Embora sejam operações diferentes, há algumas semelhanças entre elas, que são relevantes e que nos impedem alguns conceitos errôneos, a saber:

  1. a) são operações sobrenaturais – Tanto o novo nascimento quanto o batismo com o Espírito Santo são operações do Espírito Santo e, como tal, transcendem o nível natural, são atos sobrenaturais, que vêm diretamente da parte de Deus, são atos espirituais, que fogem a uma percepção meramente natural.

Por isso, não são explicáveis do ponto-de-vista humano, não podendo a mente humana compreendê-las (I Co.2:14,15).

  1. b) são atos do Espírito Santo – Tanto o novo nascimento quanto o batismo com o Espírito Santo são atos do Espírito Santo, ou seja, resultado da vontade divina.

O homem concorre com a sua vontade, mas apenas para o fim de concretização da vontade de Deus.

Não se tem, assim, uma imposição divina, mas a realização da vontade divina com a anuência, a aquiescência do homem, mas o ato é fruto de uma atuação que está

além da capacidade humana. Tanto no novo nascimento, quanto no batismo com o Espírito Santo, o homem aceita a manifestação divina em sua vida, mas é realizado algo que o homem, sem o Espírito, jamais conseguiria realizar.

Quem salva, perdoa é Deus e o homem não poderia fazê-lo (nem merecia que isto fosse feito por ele). Quem batiza com o Espírito Santo é Jesus, ninguém mais (Mt.3:11).

Por isso, jamais poderemos aceitar que estas operações sejam reduzidas a meros rituais humanos, cuja observância possa, automaticamente, trazer a graça divina.

  1. c) sua ocorrência não dispensa a necessidade da perseverança para a consumação do processo da salvação – Tanto o novo nascimento quanto o batismo com o Espírito Santo são ocorrências pontuais na vida de alguém, isto é, fazem parte da história da vida espiritual do crente, mas não são o ato final desta história, muito pelo contrário, são acontecimentos que norteiam o início da caminhada com Deus.

Assim sendo, nem um nem outro garantem que a pessoa alcançará a vida eterna. Deve o crente, após ter nascido de novo, bem como, depois disto, ter sido batizado com o Espírito Santo, perseverar até o fim, pois, somente assim, completará o trajeto que o conduzirá, para sempre, às mansões celestiais (Mt.24:13).

II – O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO É PROMESSA AINDA VÁLIDA PARA NOSSOS DIAS

– A maior parte dos chamados evangélicos tradicionais (ou reformados), ou seja, as denominações evangélicas surgidas durante a Reforma Protestante, movimento de renovação espiritual surgido a partir do século XV na Europa e que teve, entre outros, grandes expressões nas figuras de Martinho Lutero e João Calvino, não aceitam que o batismo com o Espírito Santo seja uma realidade para os nossos dias.

Argumentam que o derramamento do Espírito Santo foi um acontecimento restrito ao dia de Pentecostes ou, quando muito, aos tempos apostólicos, algo como a própria inspiração do Espírito Santo que resultou na elaboração do Novo Testamento.

– Entretanto, este entendimento não pode ser aceito, porque não tem respaldo bíblico. Em primeiro lugar, não devemos deixar de considerar que, realmente, certas operações divinas são restritas a um determinado tempo ou época.

Entre estas operações, está, sem dúvida, a formação das Escrituras Sagradas, que teve a sua conclusão nos tempos apostólicos.

No entanto, isto não é resultado da vontade humana ou de uma análise histórica, como pode parecer, mas quem o revelou foi a própria Bíblia Sagrada.

Com efeito, as palavras registradas em Ap.22:18,19 dizem respeito não apenas ao livro de Apocalipse mas a todas as Escrituras, sendo o verdadeiro selo de fechamento da revelação de Deus ao homem.

Deus revelou-Se completamente ao homem através de Seu Filho Jesus (Hb.1:1) e é o próprio Cristo quem encerra a revelação das Escrituras (Ap.22:20).

Mesmo para os que consideram que o Evangelho segundo João é posterior ao livro de Apocalipse, lá, também, há uma passagem que pode ser considerada como selo de fechamento da revelação da Palavra (Jo.20:31 e 21:25).

– Assim, temos certeza de que nada se pode acrescer às Escrituras Sagradas, porque é o próprio Deus que o diz em Sua Palavra.

Desta forma, temos de ter a compreensão que o tempo da operação do Espírito Santo de revelação da Bíblia, de inspiração para a redação da Bíblia, era um tempo limitado aos tempos apostólicos.

– Com respeito, porém, ao batismo com o Espírito Santo, o mesmo não se dá.

E quem é que o diz? Os teólogos pentecostais? Os líderes das denominações chamadas pentecostais? Claro que não! Quem o diz é a própria Palavra de Deus!

No dia de Pentecostes, Pedro já dá a amplitude desta operação do Espírito Santo, ao invocar a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito.

O texto sagrado deixa-nos bem claro que a promessa estava reservada para os últimos dias, até o grande e glorioso dia do Senhor (At.2:16-20), reforçando, ao término da pregação, que a promessa dizia respeito tanto a judeus quanto a gentios, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar (At.2:39).

Pelo que podemos, portanto, concluir, pelas Escrituras, o batismo com o Espírito Santo é uma manifestação que tem sua duração prevista até o “grande e glorioso dia do Senhor”, ou seja, ” …o Juízo Final de Deus sobre toda a impiedade, que incluirá a tribulação dos sete anos e a volta de Cristo para reinar sobre a Terra…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Jl.1:15, p.1288-9), o que inclui, portanto, toda a dispensação da graça e não apenas os tempos apostólicos.

– Não bastasse isso, vemos que um dos objetivos do batismo com o Espírito Santo é a devida preparação para a obra de evangelização, algo que é próprio e característico da dispensação da graça(Lc.24:49; At.1:8).

Não eram apenas os discípulos da geração apostólica que deveriam pregar o Evangelho, mas a grande comissão é tarefa de toda a igreja, como nos deixam claro as expressões de Jesus, que são dirigidas a toda a igreja (Mc.16:15 e At.1:8), assim como os ensinamentos de Paulo a este respeito (I Co.9:16; II Tm.4:1,2).

Ora, diante disto, temos que o batismo com o Espírito Santo é uma operação que deve perdurar enquanto a igreja estiver pregando o evangelho, o que acontecerá até o final desta dispensação (Mt.24:14; Ap.22:17).

– A história da Igreja, ademais, tem comprovado que o batismo com o Espírito Santo não é uma realidade circunscrita aos tempos apostólicos.

Durante todos os avivamentos ocorridos nestes dois milênios, tem havido registros da manifestação do batismo com o Espírito Santo.

Grandes homens de Deus, mesmo entre os chamados “reformados”, mostra-nos a história, receberam esta bênção, como, por exemplo, registra-se na Igreja Morávia, num avivamento ocorrido durante cem anos no século XVIII, avivamento, inclusive,

 responsável pelo despertamento e conversão de John Wesley (o que alguns metodistas renovados indicam como sendo a experiência pentecostal de Wesley, em 24 de maio de 1738, é, em verdade, a experiência de novo nascimento do grande pregador do Evangelho) ou, ante o ministério de Dwight Moody, no século XIX.

Aliás, são palavras do próprio Moody: “…Se quisermos trabalhar… tendo em vista um propósito definido, precisamos ter o poder do alto.

Sem esse poder, nossos esforços não passarão de mero e enfadonho trabalho. Com esse poder, nossa labuta se transformará numa tarefa alegre, num serviço agradável.

Não posso deixar de crer que haja muitos e muitos crentes desejando ser mais eficientes na obra que fazem para o Senhor.

 Por essa razão, o objetivo deste livro é apresentar maiores esclarecimentos sobre a obra e a Pessoa do Espírito Santo, de modo que todo o crente possa saber de quem esperar receber esse poder …” (O Poder Secreto (sinopse). Disponível em <www.minasdeleitura.com.br/livros/000306 html> Acesso em 11 dez 2003). Aliás, na lição 2 deste trimestre, tivemos oportunidade de apresentar um quaro de diversos avivamentos ocorridos ao longo da história da Igreja.

– O movimento pentecostal surgido a partir do final do século XIX, de onde surgiram as grandes denominações evangélicas dos nossos dias (entre elas, as Assembleias de Deus), que agora completa cem anos, é apenas um destes avivamentos, ainda que seja o mais duradouro de todos os tempos, mais um sinal da proximidade da volta do Senhor.

Diante destes fatos ( e contra fatos, não há argumentos), não há como defender que a promessa do batismo com o Espírito Santo seja reservado apenas para os dias apostólicos.

OBS: As evidências de que o batismo com o Espírito Santo é uma promessa para todo o período da dispensação da graça são tantas que os estudiosos que teimam em reconhecer esta realidade, presos a dogmas que hoje estão cabalmente desmentidos,

 acabam tomando posições absolutamente indefensáveis, recorrendo a teorias conspiratórias e, o que é pior, procurando identificar o genuíno movimento do Espírito Santo com distorções e desvios doutrinários que têm, também,

surgido nos últimos tempos, o que, aliás, nada mais é que cumprimento das próprias Escrituras (II Pe.2:1-3), como, aliás, se entre os evangélicos tradicionais não tenham,

 igualmente, aparecido falsos doutores e mestres que, entre outras coisas, tentaram introduzir no meio da Igreja falsos ensinamentos como o ecumenismo, a teologia da libertação ou, como temos visto tristemente, o explícito apoio a práticas pecaminosas como o homossexualismo voluntário e deliberado.

– Os resultados vividos pela Igreja a partir do despertamento espiritual experimentado a partir do final do século XIX e o avivamento mais duradouro que se tem notícia desde então, com a evangelização de praticamente todo o mundo, mostra-nos, claramente, que nos encontramos no período da “chuva serôdia” descrita pelo profeta Joel e que nos encontramos no término da dispensação da graça e que, portanto, como nunca, estamos vendo que o batismo com o Espírito Santo é algo que é indispensável e necessário para que a Igreja cumpra o seu objetivo e para que, juntamente com o Espírito Santo, encontre-se com o Senhor nos ares. Maranata!

– “CREMOS, professamos e ensinamos que o batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder do alto:

“E Eis que sobre vós envio a promessa do Meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc.24:49).

É, também, uma promessa divina aos salvos: “e também do Meu Espírito derramarei sobre os Meus servos e Minas servas, naqueles dias” (At.2:18). Trata-se de uma experiência espiritual que ocorre após ou junto à regeneração, sendo acompanhada da evidência física inicial do falar em outras línguas:

“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At.2:4).

Nessa passagem, ser “cheio do Espírito” indica ser batizado no Espírito Santo. O falar em línguas é a evidência inicial desse batismo, mas somente a evidência inicial, pois há evidência contínua da presença especial do Espírito como o “fruto do Espírito” (Gl.5:22) e a manifestação dos dons. O batismo no Espírito Santo é uma bênção resultante da obra de Cristo no Calvário.” (Início do Capítulo XIX – Sobre o batismo no Espírito Santo da Declaração de Fé da CGADB).

III – OS DONS ESPIRITUAIS FORAM POSTOS À DISPOSIÇÃO DA IGREJA PELO PRÓPRIO SENHOR

– Uma das operações do Espírito Santo entre os homens é a de transmitir poder a fim de que o nome do Senhor seja glorificado.

A transmissão de poder dá-se a partir do revestimento de poder, que é o batismo com o Espírito Santo, conforme dito pelo próprio Jesus em Lc.24:49.

 Entretanto, a transmissão de poder não se limita ao batismo com o Espírito Santo. Ao contrário do que muitos crentes acham, o batismo com o Espírito Santo é apenas o início desta transmissão de poder, o estágio inicial para uma vida de consagração a Deus e de vaso para que o poder de Deus se manifeste a favor da humanidade.

Não é por outro motivo que o batismo com o Espírito Santo é o primeiro ato revelador da Igreja para os homens, no limiar do livro de Atos dos Apóstolos.

Que tenhamos este entendimento para que, ao contrário do que anda ocorrendo na igreja dos nossos dias, os crentes não se satisfaçam com o batismo com o Espírito Santo e encerrem sua jornada espiritual no seu primeiro degrau.

OBS: É elucidativo verificar que uma das reuniões da Congregação Cristã no Brasil, denominação pentecostal criada em 1910, no Brasil, também sob o impacto do avivamento da rua Azusa, é chamada de “busca de dons”, a refletir, portanto,

qual era o pensamento e a mentalidade vigentes no início do avivamento que deu início ao movimento pentecostal mundial, pensamento e mentalidade que precisam ser resgatados na atualidade, máxime quando se aproxima o dia do arrebatamento da Igreja.

Como nos alerta a Palavra de Deus, “quem é santo, seja santificado ainda” (Ap.22:11 “in fine”), “porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.” (Rm.13:11 “in fine”).

– Os dons espirituais são chamados, no original grego, de “charismata” (χαρισματα), palavra que significa “graças”, ou seja, os dons espirituais são dádivas, são favores imerecidos que Deus concede aos homens que estão dispostos a servi-l’O e que, por obediência, já alcançaram o batismo com o Espírito Santo.

A verificação do significado da palavra “charismata” é muito importante, pois demonstra, de forma cabal, que os dons espirituais são concessões divinas, decorrem do exercício da Sua infinita misericórdia, não havendo, portanto, qualquer merecimento, qualquer mérito por parte daqueles que são aquinhoados pelo Espírito Santo com um dom espiritual.

O dom espiritual é concedido não porque alguém seja mais espiritual ou melhor do que outro, mas em virtude da soberana vontade do Senhor.

Quem o diz não somos nós, mas a própria Palavra de Deus: “Mas um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” (I Co.12:11).

– Nem sempre temos esta noção na igreja. Muitos são os que acham que os portadores de dons espirituais são crentes superiores aos demais, que têm um nível maior de espiritualidade e que, em razão disto, desfrutam de uma posição diferenciada no meio da comunidade.

Este pensamento, inclusive, tem feito com que muitos crentes andem à procura destes irmãos a fim de que obtenham curas divinas, maravilhas, sinais ou profecias, num comportamento totalmente contrário ao que determina a Palavra de Deus, que ensina que os sinais seguem os crentes e não os crentes correm atrás de sinais (Mc.16:17,20). Jesus não aprovou esta conduta, típica dos judeus formalistas e descrentes (Mt.12:38,39).

Nenhum outro sinal devemos buscar, como disse nosso Senhor e Salvador, senão a Sua ressurreição, que é a garantia da aceitação do Seu sacrifício e do perdão dos nossos pecados. Creiamos em Deus e em Seu Filho(Jo.20:29).

OBS: “…Um ministro verdadeiramente cristão buscará muito mais fazer o bem espiritual para as almas dos homens do que obter para si os maiores aplausos…” (Mathew HENRY. Comentário Bíblico Conciso, p. 1524.In: Master Christian Library, CD-ROM) (tradução nossa). Como este ensino precisa ser rememorado por muitos ministros do evangelho nos dias de hoje.

– A posse dos dons espirituais é, sem dúvida, uma grande bênção que Deus nos dá, é mais um talento concedido pelo Senhor aos Seus servos, é mais uma ferramenta que é colocada à disposição da Igreja através de um vaso escolhido. Indubitavelmente, devemos, como servos do Senhor, buscar os dons espirituais, pois eles indicam que há um crescimento espiritual do seu detentor, mas por vontade e misericórdia de Deus, para a Sua glorificação e a edificação espiritual do povo de Deus, menina dos olhos do Senhor (Zc.2:8).

Quem recebe um dom espiritual deve estar consciente que, em razão deste dom, não foi feito melhor dos que os demais irmãos, mas, bem ao contrário, foi-lhe dada uma responsabilidade ainda maior, de forma que deverá, sempre, usar este dom conforme a vontade do Senhor e de acordo com as Escrituras, pois deve sempre exercer este dom para a glória do nome do Senhor.

OBS: Neste ponto, aliás, é interessante observar o que diz a respeito a Constituição ‘Lumen Gentium”, o principal documento doutrinário do Concílio Vaticano II, que estabeleceu as diretrizes da Igreja Romana a partir da década de 1960:

 “…Estes carismas, quer eminentes, quer mais simples e mais amplamente difundidos, devem ser recebidos com gratidão e consolação, pois que são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja.…” (Lumen Gentium 12. In: Frederico VIER O.F.M. Compêndio do Vaticano II, p.53).

Também oportuno é o ensinamento do prof. Felipe Aquino, católico romano: “…A nossa vida espiritual tem duas dimensões, primeiro uma dimensão voltada para dentro de nós e depois outra voltada para fora.

Na segunda dimensão está a Igreja, é a dimensão de comunidade, a dimensão de caminhar com o povo de Deus, e Dês nos concede então os dons carismáticos,

 que não são necessariamente para nós mas para os outros, por exemplo o dom da sabedoria que não é a sabedoria para alimentar a nós mas para alimentar os outros, não apenas para nos orientar, o dom da fé, da ciência, o dom de cura, de milagres que são dons como diz São Paulo para o bem da Igreja, para os outros, para utilidade de todos.

Quando nós exercemos os dons carismáticos não quer dizer que já somos santos, porque Deus pode usar quem Ele quiser da maneira que quiser, mas é preciso dizer que quanto mais santo a pessoa for mais fácil é para Deus usar essa pessoa,

por isso os dons carismáticos não estão separados dos dons de santificação, e eu até diria que existe uma grande interface entre eles, quanto mais a pessoa vive os dons de santificação mais aptidão ela tem para viver os dons carismáticos. Na dimensão interior estão os dons de santificação.” (Dons carismáticos. cancaonova.com/portal/canais/rcc/pg_dons_carism.php?menu_id=9 Acesso em 31 dez. 2003)

– Somente possui dons espirituais aqueles que forem, antes, revestidos de poder. Este princípio bíblico, nem sempre ensinado pelos estudiosos da Bíblia Sagrada, decorre do próprio teor das Escrituras.

Não vemos os discípulos exercerem os dons espirituais antes de serem revestidos de poder.

Na nossa atual dispensação, é necessário que o Espírito Santo reparta os dons espirituais conforme a Sua vontade entre os crentes, mas somente aqueles crentes que já estiverem envolvidos pelo Espírito, a quem se transmitiu poder, transmissão esta que é feita única e exclusivamente por força do batismo com o Espírito Santo.

Todos os crentes que são mencionados como portadores de dons espirituais no livro de Atos dos Apóstolos, são crentes que foram, antes do exercício destes dons, revestidos de poder, batizados com o Espírito Santo. É o que vemos na vida de Pedro, Paulo, Filipe e Estêvão, para ficarmos nos principais exemplos.

– Os dons espirituais, portanto, são dádivas, poderes que o Espírito Santo concede a alguns crentes, a fim de que seja evidenciada, no meio do povo de Deus, a presença do Senhor e seja confirmada a pregação do Evangelho (Mc.16:20), ele próprio poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crê (Rm.1:16).

Por isso dizemos que o crente pentecostal, ou seja, o crente que crê na operação ainda hoje do Espírito Santo como agente transmissor de poder divino na pregação do Evangelho, é um crente que crê no Evangelho completo, pois a pregação do evangelho abrange não só a notícia de que Jesus é o Senhor e Salvador do mundo e que é preciso n’Ele crer para alcançar o perdão dos pecados e a salvação da alma, obtendo, assim, a vida eterna,

como também esta mensagem é confirmada da parte de Deus mediante a operação do Seu poder, através do batismo com o Espírito Santo e, depois, dos dons espirituais, cuja recepção se torna possível em virtude do revestimento de poder, do mergulho, da imersão do ser do crente no fogo do Espírito de Deus, no seu completo envolvimento com a terceira Pessoa da Trindade Divina.

– Uma pregação do evangelho, sem a confirmação dos sinais, é um evangelho incompleto.

Não resta dúvida de que se trata de uma genuína pregação do Evangelho, pois o Evangelho é poder de Deus para salvação e, portanto, não está no pregador a capacidade para o convencimento dos pecadores,

para o seu arrependimento e para o novo nascimento, mas, sim, na virtude que emana da própria Palavra de Deus, que é mais penetrante do que espada alguma de dois gumes e que penetra na divisão da alma e do espírito e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hb.4:12).

Entretanto, tal pregação será, sempre, algo que ficará sem a devida confirmação, sem o devido respaldo, que ateste que o que foi falado não foi apenas palavra persuasiva de sabedoria humana, uma grande exposição retórica, um discurso emocionador, mas demonstração de Espírito e de poder(I Co.2:4).

No nosso cotidiano, temos algo que pode bem ilustrar esta situação: o serviço postal abre-nos a possibilidade de, quando encaminhamos um telegrama, termos a recepção de uma confirmação.

Quando optamos pelo recebimento da confirmação, temos a certeza de que a correspondência foi entregue, podemos até usar a confirmação como prova caso surja algum problema posterior.

Se não temos a confirmação, temos a ideia de que a correspondência tenha sido entregue, mas não teremos como provar. Assim é a pregação do evangelho que é confirmada pela demonstração de Espírito e de poder.

– Devemos, também, aqui distinguir entre os dons espirituais dos dotes naturais, dos talentos individuais que alguém tenha.

Sabemos que todas as coisas pertencem ao Senhor (Sl.24:1) e que somos simples administradores do que Deus nos concede desde quando passamos a existir como seres humanos, como vimos no estudo do trimestre anterior, a respeito da doutrina da mordomia (Gn.1:26-28).

Assim, tudo que achamos ter não é nosso, mas, sim, algo que nos foi confiado pelo Senhor.

Entretanto, não podemos confundir os dons espirituais, que são “…meios pelos quais o Espírito revela o poder e a sabedoria de Deus, através de instrumentos humanos, que os recebem e bem usam…”(BÉRGSTEN, Eurico. Teologia sistemática:

doutrina do Espírito Santo, do homem, do pecado e da salvação, p.39-40) , com habilidades que Deus tenha concedido a alguém, que as possua naturalmente, que façam parte da sua natureza.

Assim, por exemplo, sabemos que há pessoas que têm habilidades musicais ou artísticas, alguém que tem uma memória prodigiosa, outros que têm uma capacidade de liderança,

e assim por diante, que são, sim, como sabemos, dádivas dadas por Deus aos indivíduos, mas que são dádivas inseridas na natureza de cada um, sem que, para tanto, tenha havido a operação sobrenatural de Deus, através do Espírito Santo, sem que tenha existido o envolvimento, o revestimento de poder.

Tais dotes naturais não podem, portanto, ser considerados como dons espirituais, pois são talentos, dotes, dádivas naturais que, como tudo, provém de Deus, mas sem o sentido que aqui estamos estudando.

São habilidades, tendências e dotes que são dados ao homem natural, ou seja, a qualquer ser humano, qualidades que existem independentemente de um relacionamento de comunhão entre Deus e o homem.

Já os dons espirituais, porém, são manifestações sobrenaturais do poder de Deus através de um indivíduo, é o próprio Espírito Santo atuando, através de um servo do Senhor, para a realização de ações que fogem às leis naturais e que são feitos que não se encontram na natureza do indivíduo, mas algo que foi adquirido pelo instrumento de Deus pela Sua própria e soberana vontade.

– Os dons espirituais, também, distinguem-se das qualidades decorrentes da conversão, do novo nascimento.

Quando uma pessoa aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador passa por uma completa transformação, pois o trabalho do Senhor é este mesmo: fazer com que as pessoas passem da morte para a vida (Jo.5:24), saiam das trevas para a luz (I Pe.2:9).

Como disse Paulo, quem está em Cristo nova criatura é, as coisas velhas passaram e tudo se fez novo (II Co.5:17). Em razão disto, a pessoa nascida de novo, convertida ao Senhor, passa a ter um novo caráter, tendo novas qualidades e realizando outras obras (Gl.5:22), o que caracteriza o que se denomina, nas Escrituras, de fruto do Espírito Santo, algo que será objeto de lições futuras neste trimestre.

Não obstante, este fruto do Espírito não se confunde com os dons espirituais.

O fruto do Espírito está presente em toda pessoa convertida, em toda nova criatura, em todo filho de Deus, o que não acontece com os dons espirituais, que são dados individualmente, não a todos mas apenas a alguns dentre os servos do Senhor, pois a Bíblia nos ensina que é repartido particularmente (I Co.12:11), enquanto que o fruto é geral, tanto que Jesus disse que, por ele, seriam identificáveis os Seus seguidores (Mt.7:17-20).

– Os dons espirituais não se confundem, ainda, com os dons ministeriais, também chamados de dons de Cristo, ainda que sejam também dádivas divinas deixadas à disposição da Igreja e que, neste sentido, foram também incluídas na lição pelo ilustre comentarista, que, ao tratar dos “dons do Espírito Santo”, incluiu tanto os dons espirituais, como os dons ministeriais e as operações de Deus.

A distinção está na própria forma pela qual as Escrituras mencionam e tratam cada uma destas figuras.

Enquanto que os dons espirituais são mencionados como sendo repartidos particularmente pelo Espírito Santo, segundo a Sua vontade, para a edificação espiritual dos crentes, para utilidade dos crentes (I Co.12:4-11),

os dons ministeriais são tratados como dádivas vindas da parte de Jesus, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação da igreja (Ef.4:11,12), ou seja,

 os dons ministeriais são dádivas que são concedidas à igreja pelo seu máximo governante, pela sua cabeça que, como comandante-em-chefe da Igreja, escolhe, dentre os Seus servos, aqueles que devem coordenar, dirigir e orientar o povo de Deus.

– Os dons ministeriais não deixam, assim, de ser dádivas sobrenaturais, como são os dons espirituais, mas sua função, no corpo de Cristo, é diferente:

não se trata de operações episódicas, de demonstrações esporádicas e temporalmente limitadas, com vistas a um consolo, uma exortação, o suprimento de uma necessidade ou uma instantânea manifestação do poder de Deus para a igreja e, mesmo, para os não salvos,

mas de uma atividade contínua, no meio do povo de Deus, para que a igreja cumpra com suas tarefas neste mundo, quais sejam, a evangelização e o aperfeiçoamento dos salvos.

Enquanto que, com os dons espirituais, de forma sobrenatural, os crentes são usados pelo Senhor como instrumentos para a manifestação de Seu poder, através dos dons ministeriais, Cristo concede à Igreja homens que, diuturnamente, estarão servindo ao corpo de Cristo, que serão, eles mesmos, verdadeiros dons para a igreja.

Muito oportuno, aliás, o título que R.N. Champlin deu, na sua Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, para o verbete que estuda os dons ministeriais: ” homens como dons espirituais”.

Os dons ministeriais são indivíduos, seres humanos que Deus destaca para que suas vidas passam a ser um serviço para a igreja do Senhor.

– Além dos dons espirituais e dos dons ministeriais, existem, também, as chamadas “operações de Deus” (I Co.12:6), que seriam os poderes conferidos por Deus à igreja, conhecidos como os sinais que seguem aos que creem e descritos em Mc.16:17,18.

Sua presença, como se verifica, independe do revestimento de poder por parte dos crentes, pois seu intuito é confirmar a palavra que é pregada, complementando, assim, com uma cooperação direta do Senhor (cf. Mc.16:20), a pregação do Evangelho.

Entretanto, à evidência, quando os crentes são revestidos de poder, estas operações se intensificam e se multiplicam sobremaneira, não tendo sido por outro motivo que o Senhor Jesus determinou que os discípulos aguardassem antes o revestimento de poder para que, então, iniciassem a evangelização do mundo.

– Por fim, temos, ainda, uma outra classe de dons do Espírito Santo que não se confundem com os dons espirituais, que são os dons chamados de “serviçais”, “dons de serviço” ou, ainda, como denominou o ilustre comentarista, em “dons espirituais de ministérios práticos”, constantes da relação de Rm12:6-8, que se distinguiriam dos outros dons ministeriais porque seriam relacionados mais às ações dos crentes, à prática cristã, não tendo em vista o aperfeiçoamento espiritual dos crentes, como ocorre com os outros dons, que aqui denominamos de “dons ministeriais”, estes elencados em Ef.4:11.

IV – OS DONS ESPIRITUAIS PROPRIAMENTE DITOS

– É comumente dito que os dons espirituais são nove, dizer este que se baseia na lista mais completa de dons espirituais que se encontra no Novo Testamento, que se encontra em I Co.12:8-10.

Entretanto, além desta relação, que é a mais conhecida e a mais pormenorizada, temos, também, a relação constante de Rm.12:6-8, que não é uma relação tão completa quanto a primeira e que parece misturar dons espirituais com dons ministeriais (até porque o texto não é específico com relação aos dons espirituais como é o anteriormente mencionado).

Mesmo se levarmos em consideração apenas a relação de I Coríntios, não podemos nos esquecer de que um dos itens da relação fala dos “dons de curar” (I Co.12:9), dando a entender, portanto, que há mais de um dom de curar, o que torna, também, precário o entendimento de que os dons espirituais sejam apenas nove.

 Assim, não podemos afirmar com respaldo bíblico que somente haja nove dons espirituais.

Entretanto, tal posição bíblica não pode servir de base para que se adicionem outros dons de modo aleatório e sem qualquer respaldo escriturístico, manifestações que, no mais das vezes, não se coadunam com os propósitos e finalidades dos dons espirituais,

cuja presença na igreja, inevitavelmente, trará confirmação da pregação do Evangelho, edificação espiritual, consolação, exortação e um maior envolvimento da igreja local com o Senhor e a Sua obra.

– Tomando-se, porém, a relação mais minudente das Escrituras, podemos dividir os dons espirituais em três categorias, a saber:

  1. a) dons de poder:

fé, dons de curar, operação de maravilhas –

são dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas efetuem demonstrações sobrenaturais do poder divino, com a realização de milagres, de maravilhas e de coisas extraordinárias, que confirmem a soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da igreja.

São evidências da onipotência divina no meio do Seu povo.

  1. b) dons de ciência:

palavra da sabedoria, palavra da ciência, dom de discernir os espíritos –

são dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas revelem mistérios ocultos aos homens, com a tomada de atitudes e condutas que evidenciem que Deus sabe todas as coisas e que nada Lhe fica oculto. São evidências da onisciência divina no meio do Seu povo.

  1. c) dons de elocução ou de fala:

variedade de línguas, interpretação de línguas e profecia –

são dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas sejam instrumentos da voz do Senhor, para que o Espírito Santo demonstre que Se comunica com o Seu povo.

São evidências da onipresença divina no meio do Seu povo, uma presença que nos faz descansar e que nos traz edificação.

– Observamos, portanto, que cada dom espiritual tem uma finalidade específica no meio do povo de Deus, tem um propósito, que é o de dar condições para que o crente prossiga a sua jornada em direção a Jerusalém celestial, desvencilhando-se, pela manifestação do poder divino na sua vida, de todo o embaraço que tão de perto o rodeia (Hb.12:1) e, assim, não venha a se envolver com as coisas desta vida, agradando, assim, ao Senhor (II Tm.2:4).

Tem-se, portanto, no exercício dos dons espirituais, uma inequívoca demonstração do poder de Deus (I Co.2:4), mas sem qualquer oportunidade de exibicionismo ou de glorificação humana, mas única e exclusivamente para a glória de Deus e para pregação do Cristo crucificado (I Co.2:2).

É com base nesta peculiar circunstância que podemos identificar e repudiar todas as inovações que hoje contagiam muitas igrejas locais, em especial os “novos dons” e a tão desejada e nunca explicada “nova unção”.

– Os dons de poder, como vimos, são três e, por meio deles, o Senhor manifesta a Sua onipotência no meio da Igreja, para que não percamos nossa esperança e, ao vislumbrarmos um Deus que tudo pode, confiantes marchemos para a Canaã celestial.

– O primeiro deles são os dons de curar. É o poder que Deus dá a alguns de seus servos para a cura de enfermos de forma extraordinária, sobrenatural. Não devemos confundir os dons de curar com o sinal de cura de enfermos, que se trata de uma operação divina feita para a confirmação da pregação do Evangelho.

Os dons de curar são repartidos pelo Espírito Santo especificamente a alguns, enquanto que, na operação de cura, Deus Se manifesta para confirmar a Sua Palavra.

– O segundo dom de poder é dom de operação de maravilhas, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que eles operem milagres, operações sobrenaturais distintas da cura de enfermidades.

A Bíblia ressalta que, pelas mãos de Paulo, maravilhas extraordinárias eram realizadas (At.19:11).

O milagre ou maravilha é um acontecimento cuja explicação foge à razão humana, é uma intervenção divina direta no curso das coisas, que contraria as próprias leis naturais.

– O terceiro dom de poder é o dom de fé, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que alguém tenha uma fé especial, pela qual se fez, num instante, algum sinal ou prodígio específicos.

Esta fé extraordinária, que se aproxima daquela do “grão de mostarda” de que disse Jesus (Mt.17:20), permite a realização de algo igualmente inexplicável por parte do cristão, num momento, para a glorificação do nome do Senhor.

– Os dons de ciência (também chamados “dons de revelação”) também são três e, por meio deles, o Senhor manifesta a Sua onisciência no meio da Igreja, para que jamais venhamos a nos esquecer de que Deus sabe todas as coisas e, assim, pode sempre nos orientar na nossa jornada, devendo ser sempre o nosso referencial.

– O primeiro deles é o dom da palavra da ciência, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que tenham conhecimento sobrenatural de coisas.

Sem que haja qualquer comunicação natural a respeito de um fato, o Senhor permite ao servo portador deste dom que tenha acesso a fatos e as ocorrências que estavam ocultas, com o propósito único e exclusivo de edificar, exortar e promover o crescimento espiritual de alguém.

Vemos, pois, que nada há, neste dom, que o nivele a um mero exercício de adivinhação, como, lamentavelmente, se tem disseminado em muitos lugares.

A adivinhação não passa de uma imitação fajuta e irrazoável deste dom, no mais das vezes sendo pura operação maligna (At.16:16), vez que tal prática é abominável aos olhos do Senhor (Lv.20:27; Ez.12:24).

– O segundo dom de ciência é o dom da palavra da sabedoria, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que deem, em ocasiões especiais e de forma sobrenatural, palavras orientadoras e que nos fazem sair de situações difíceis.

A sabedoria, aqui, é a habilidade de agir ou falar em conformidade com a razão e a moral, com prudência e experiência de vida, com sensatez e equilíbrio.

Trata-se não só de uma pessoa que tenha conhecimento (o que é “erudição”), nem tampouco da pessoa que demonstra criatividade e, diante dos recursos existentes,

consegue construir algo que lhe dá o máximo de aproveitamento da oportunidade surgida (o que é “inteligência”), mas, sobretudo, a capacidade de associar os recursos, o ambiente, a situação para dela se obter o máximo proveito, não só para si, mas, principalmente, para a glória do nome do Senhor.

A sabedoria, como as Escrituras informam, é algo que está além da razão humana, vem diretamente de Deus e tem no temor ao Senhor o seu princípio (Sl.111:10a).

Como, nestes dias de desequilíbrio e de incontinência (II Tm.3:3), tem faltado sabedoria, mesmo no meio do povo do Senhor!

– O terceiro dom de ciência é o dom do discernimento dos espíritos, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que identifiquem operações espirituais em acontecimentos e fatos do cotidiano.

Por intermédio deste dom, percebemos o aspecto espiritual envolvido nas mais diversas e simples ocorrências do dia-a-dia, não nos deixando cair nos laços do adversário, bem como nos precavendo até aquele grande dia, cuja proximidade também é resultado do nosso discernimento espiritual.

É importante observar, como vimos na lição 13 do trimestre anterior, que o dom do discernimento é uma identificação súbita e momentânea, numa determinada situação,

da operação espiritual, não se confundindo com o discernimento corriqueiro que todo cristão deve ter, por estar em comunhão com o Senhor e ter em si o Espírito Santo que o orienta a cada dia.

– Por fim, temos os dons de elocução ou de fala (também chamados “dons de eloquência”), que também são em número de três, cuja finalidade é realizar a comunicação entre Deus e o Seu povo, mostrando assim que Deus está presente no meio do Seu povo e que é um Deus vivo, que ainda fala aos Seus filhos.

Por meio destes dons, sentimos o descanso do Senhor, pois a Sua presença nos faz descansar (Ex.33:14).

– O primeiro deles é o dom de variedade de línguas ou dom de línguas, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que falem em línguas estranhas, de forma sobrenatural, para o fim de edificação própria de quem fala.

É o dom mais disseminado no meio do povo de Deus, até porque é, também, aquele que é mais buscado.

– O dom de línguas não se confunde com o sinal do batismo com o Espírito Santo.

O sinal do revestimento de poder é o falar em línguas estranhas, mas o dom de variedade de línguas é algo diverso, pois se trata de uma comunicação que se estabelece em mistério entre Deus e o homem, uma comunicação direta do espírito humano com o Espírito de Deus, tanto que o intelecto humano dele não participa.

Sua finalidade, como vimos, é promover a edificação espiritual individual daquele que fala.

– O segundo dom de elocução é o dom de interpretação de línguas, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que interpretem as línguas estranhas faladas por eles ou por outros, para o fim de que a mensagem edifique também a igreja e não apenas quem está falando em línguas.

É, por isso, que o apóstolo Paulo aconselha que quem tem o dom de variedade de línguas busque o dom de interpretação (I Co.14:13), pois, assim fazendo, a sua edificação individual se tornará coletiva, além do que seu entendimento também será enriquecido com a sua edificação espiritual.

Partir-se-á de uma operação íntima, da qual nosso intelecto não participa, para uma operação que trará fruto para a igreja e para a própria alma do que fala em língua estranha.

– Entretanto, é com pesar que verificamos que este dom é um dos que menos se apresenta na igreja na atualidade, o que causa grande prejuízo espiritual.

Se hoje muitos se surpreendem com o fato de grupos idólatras estar falando em línguas estranhas e se existe muita mistificação e falsificação do dom de línguas nas nossas próprias igrejas locais, na atualidade, isto se deve, em grande parte,

a esta negligência na busca do dom de interpretação de línguas, pois se o dom de interpretação estivesse tão ativo quanto o dom de variedade de línguas, identificaríamos as falsificações e as imitações demoníacas não causariam tanto abalo na fé de muitos como têm causado.

Não nos esqueçamos de que o apóstolo Paulo disse que a associação do dom de variedade de línguas com o de interpretação proporciona o mesmo efeito do dom de profecia (I Co.14:5) e que um dos principais efeitos da profecia é evitar a corrupção do povo de Deus (Pv.29:18a).

– O terceiro dom de elocução é o dom de profecia, que é o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para trazer mensagens de Deus aos crentes com a finalidade de edificar, exortar e consolar a igreja.

A profecia é uma demonstração de que Deus está conosco a todo instante e que compartilha de nossos sentimentos, fazendo questão de lhos manifestar para que, sentindo a Sua compaixão, ajamos de acordo com a Sua vontade.

 A profecia, também, é uma forma de os incrédulos perceberem a presença de Deus e, ante esta percepção, terem o devido temor, que poderá lhes levar à conversão (I Co.14:22-25).

Além do mais, como já dissemos supra, a profecia é necessária para impedir a corrupção do povo de Deus.

Apresenta-se, assim, como uma verdadeira manifestação de alívio e de descanso ao crente que, revigorado pela profecia, tem alento para prosseguir na sua caminhada rumo ao céu.

– Observamos que, na relação dos dons espirituais, não há o chamado “dom de revelação” ou “dom de visão”, “dons” que são constantemente mencionados e considerados no meio de alguns integrantes do povo de Deus que não têm o costume de ler e meditar na Palavra de Deus.

O “dom de revelação”, na verdade, é o dom da palavra da ciência, não podendo ser confundido, como já dissemos, com verdadeiras adivinhações que têm perturbado o povo de Deus nos nossos dias.

Deus não tem qualquer propósito de fazer com que alguns de Seus servos sejam “adivinhos”, pois abomina a adivinhação, típica operação maligna.

A revelação de fatos ocultos tem tão somente o propósito de edificar o povo de Deus, jamais de envergonhar quem quer que seja.

Já o chamado “dom de visão” não tem qualquer respaldo bíblico.

Verdade é que existe a operação de visão, uma operação divina em que Deus mostra algo para algum servo Seu, mas também com o propósito de proporcionar a edificação de quem vê ou da igreja, jamais para devassar a intimidade ou envergonhar alguém.

– Além da expressão “dons de curar”, não temos qualquer texto bíblico que nos permita dizer que há dons espirituais além dos relacionados neste texto da primeira carta de Paulo aos coríntios.

A expressão “dons de curar” apenas permite dizer que há diversos dons de curar, nada além disto. Por isso, não podemos aceitar “dons” que têm aparecido no meio do povo de Deus, como acima já mencionamos.

OBS: Por isso, repudiemos com veemência certas inovações que se apresentam no meio do povo de Deus como “dons” tais como a “risada santa”, o “cair pelo Espírito”, o “dom de lagartixa”, o “vômito santo” e outras “neobobagens pentecostais”, como bem denominou o jornalista cristãos Jozadak Pereira.

– “CREMOS, professamos e ensinamos que os dons do Espírito Santo são atuais e presentes na vida da Igreja.

O batismo no Espírito Santo é um dom: “e recebereis o dom do Espírito Santo” (At.2:38) e é para todos os crentes:

“Porque a promessa voz diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longo: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, o chamar” (At.2:39); mas os dons do Espírito Santo ou “espirituais” na linguagem paulina:

“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (I Co.12:1) são restritos.

Esses dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja:

“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (I Co.12:7). São recursos sobrenaturais do Espírito Santo operados por meio dos seres humanos, os crentes em Jesus, enquanto a Igreja estiver na Terra, pois, no Céu, não precisaremos mais deles.

É por meio da Igreja que o Espírito Santo manifesta ao mundo o poder de Deus, usando os dons espirituais.

Eles são dados à Igreja para sua edificação espiritual, seu conforto e seu crescimento espiritual.

Os dons espirituais são vários, e nenhuma lista deles no Novo Testamento pretende ser exaustiva; e nem mesmo existe a expressão “estes são os dons espirituais”. Em Romanos, aparece uma lista deles, mas não são os mesmos da lista dos nove dons, exceto o dom de profecia, que aparece em ambas as listas.

Há outra lista que repete os dons de variedade de línguas e os dons de curar.” (Início do Capítulo XX – Sobre os dons do Espírito Santo da Declaração de Fé da CGADB).

V – A PROMESSA DA CURA DIVINA TEM UM PROPÓSITO ESPIRITUAL

– Uma das grandes manifestações do Espírito Santo é a cura divina. Jesus disse que, entre os sinais que seguiriam aos que cressem n’Ele, se teria a cura de enfermos (Mc.16:18).

Não é à toa que a crua divina foi um dos pilares da pregação do Evangelho completo dos missionários pioneiros: “Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e brevemente voltará”.

– Apesar de todos os cuidados que o homem deve ter e da necessidade de se saber qual a origem da sua enfermidade, temos de ter consciência de que há uma promessa de Deus para a cura física, que é um dos efeitos da obra feita por Cristo no Calvário.

O profeta afirma que, ao subir à cruz, Jesus tomou sobre Si as nossas enfermidades (Is.53:4), enfermidades estas que não se restringem ao aspecto espiritual, mas também abrangem as que atingem o nosso corpo, pois a salvação é integral. A saúde mencionada em Is.53:5 também se relaciona com o corpo físico.

– Para que não houvesse qualquer dúvida quanto à abrangência do corpo na promessa de cura, o ministério terreno de Jesus, que era o que anunciava o profeta Isaías, sempre foi um ministério marcado pela cura divina, a ponto de o próprio Jesus, para demonstrar a João Batista, que era Ele mesmo o Messias, para tanto efetuou diversas curas, demonstrando, assim, que era através da cura divina que demonstrava a Sua qualidade de Cristo (Mt.11:4,5).

Os discípulos do caminho de Emaús referiram-Se ao Senhor como sendo “varão poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo”, enfatizando, assim, em primeiro lugar, os sinais e maravilhas que havia operado, onde se destaca a cura de enfermidades.

Por fim, Pedro, quando quis sintetizar o ministério de Cristo Jesus, tudo resumiu ao dizer que “andou fazendo bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele” (At.10:38 “in fine”).

– Vemos, portanto, que a cura divina é elemento indissociável do ministério de Jesus, é uma de “Suas marcas registradas” e a Igreja, como corpo de Cristo (I Co.12:27), outra coisa não deve fazer senão prosseguir este mesmo trabalho e até ampliá-lo, como prometeu o Senhor (Jo.14:12).

 Em Mc.16:18, é claro que a cura de enfermidades é um dos sinais que seguem aos que creem, sendo prova disso a história da igreja primitiva, onde a cura física sempre esteve associada à pregação do Evangelho, a começar da narrativa do coxo que se encontrava na porta Formosa do templo (At.3:1-11).

– Vemos, pois, que há uma promessa de Deus para a cura de enfermidades. Mas, quem é o beneficiário desta promessa?

A Bíblia é clara ao mostrar que o beneficiário desta promessa é “o que crê”. A cura é um dos sinais que seguem os que creem, de modo que, de pronto, vemos que todos não serão curados, visto que “a fé não é de todos” (II Ts.3:2 “in fine”).

– Temos, aqui, uma situação muito similar à da promessa da salvação. Deus quer curar a todos, mas não serão todos curados, porque não serão todos os que creem.

Se a cura divina está escassa em os nossos dias, isto se deve, primordialmente, à falta de fé.

Lamentavelmente, a incredulidade tem grassado no meio do povo de Deus, que, cada vez mais, se comporta como o povo de Nazaré que, apesar de ter sido o lugar onde Jesus esteve por toda a Sua infância, adolescência e juventude, desenvolvendo, naturalmente,

maiores laços de amizade e de convivência, foi o local onde menos curou enfermidades ou fez maravilhas, exatamente por conta da incredulidade das pessoas (Mt.13:58; Mc.6:5,6).

– A cura divina é destinada apenas aos que creem e, neste tópico, não se encontra apenas o doente.

Se é verdade que, nas curas, Jesus tenha dito ao doente que a fé dele havia sido importante para não só a cura física, mas a própria salvação, por meio da expressão “a tua fé te salvou” (Mt.9:22; Mc.5:34; Mc.10:52; Lc.7:50; 8:48; 17:19; 18:42), também não se deve observar que há, também, a fé daquele que leva a promessa divina da cura ao doente.

– Muitas vezes, o doente, por não conhecer a Jesus Cristo ou por estar descrente da sua cura pelo Senhor, não tem condições de obter este benefício da parte do Senhor, pois, “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb.11:6).

Diante disto, assume importância fundamental a fé daquele que anuncia a cura divina, daquele que, por crer em Jesus Cristo, leva a mensagem da cura em o nome de Jesus.

– Jesus assim procedeu, como vemos, por exemplo, no episódio do paralítico do tanque de Betesda, alguém que estava desanimado, sem esperança e que, pelo que se infere do texto, padecia de um mal decorrente de alguma desobediência praticada no passado.

Uma pessoa assim, após 38 anos de desilusões, fora da comunhão com Deus, não haveria de ter fé para a cura. Mas Jesus tinha fé e, por isso, fez com que o paralítico a desenvolvesse, tendo sido este o Seu intento ao fazer a ele a pergunta: “queres ficar são?” (Jo.5:6).

– A pergunta de Jesus pareceria um contrassenso, uma obviedade. Ante a crença de que se estava diante de um tanque miraculoso, e estando ali 38 anos, é evidente que o homem queria ficar são. Evidente? Não, não o era.

A verdade é que, para querer ficar são, é necessário crer que Deus pode curar. É preciso ativar a fé e isto aquele homem já havia perdido há muito tempo.

Neste diálogo, porém, falando com o próprio Verbo Divino, aquele homem voltou a crer e isto demonstrou quando atendeu à ordem do Senhor e, em pleno sábado, levantou, tomou a sua cama e voltou para a sua casa.

– Não é por outro motivo que a Bíblia diz que a cura está relacionada àqueles que creem e que, por crerem, impõem as mãos sobre os enfermos e os curam (Mc.16:18).

Este texto mostra claramente que se trata não do doente mas do servo de Deus que, pro crer em Jesus, desenvolve, a exemplo do Seu Mestre, a fé nos que estão enfermos e, ao imporem suas mãos sobre eles, alcançam a cura divina para os que padecem.

– Mas, para impor as mãos sobre os enfermos, é necessário que se tenha fé, é necessário que se creia na promessa da cura.

 Eis o motivo por que muitos hoje já não mais impõem as mãos sobre os enfermos, porque não têm fé e, em muitos casos, nem sequer têm mais comunhão com Deus.

Em muitos lugares, e, pasmem, nas igrejas locais, que deveriam ser verdadeiros “pronto-socorros”, não se usa mais a imposição de mãos, não se oram mais pelos enfermos e, quando o fazem, fazem-no de modo coletivo, impessoal, junto a multidões, num tratamento de “massa”, que nunca foi o método utilizado por Jesus ou pelos apóstolos.

Mas, não nos esqueçamos, quando se chama uma multidão para a frente e se ora por ela, de modo impessoal (e, inclusive, saindo estrategicamente depois da oração do local do “evento”…), não se põe a descoberto a situação interior, não se revela o que há no interior daquela vida, o que nem sempre é o que se aparenta ser…

– Se a promessa é “para os que creem”, vemos, claramente, que a promessa está em pleno vigor nos dias da dispensação da graça, nos dias da Igreja, pois ela é a nação dos que creem em Deus (Rm.1:17; 5:1,2; I Pe.2:9).

Não há qualquer sentido dizer que a promessa da cura divina era apenas para os dias apostólicos, pois nada nas Escrituras aprova tal pensamento, até porque Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8).

OBS: Muitos procuram questionar a autenticidade do capítulo 16 de Marcos e, assim, invalidar a promessa da cura divina, como se esta promessa estivesse circunscrita apenas a este capítulo, como se o ministério terreno de Jesus e a história da igreja primitiva não fossem a base da demonstração de que a cura divina é uma promessa presente e atual nos dias da Igreja.

– A promessa da cura divina é destinada “aos que creem” e esta fé não é a fé salvadora, ou seja, aquela que proporciona a salvação, mas a fé no poder de Deus sobre as enfermidades.

A cura divina independe da salvação para se realizar. Casos há de pessoas que obtêm a cura divina, mas não a salvação. Um exemplo claro é a dos nove leprosos que não voltaram para agradecer ao Senhor Jesus.

Jesus curou dez, mas somente um, que era samaritano, voltou para agradecer a Cristo. Somente a este, Jesus disse que havia alcançado a salvação (Lc.17:19).

Os outros nove, embora tenham sido fisicamente curados da lepra (Lc.17:14), não alcançaram a salvação, porque, embora tenham crido que Jesus poderia curá-los, tanto que foram se apresentar aos sacerdotes, não creram que Jesus poderia salvá-los, tanto que não retornaram para agradecer-Lhe e adorar-Lhe, como fez o samaritano.

– Se isto se dá em relação aos enfermos, também ocorre com relação aos que oram pelos enfermos.

Muitos ficam atônitos ao saber que uma determinada pessoa, que orava pelos enfermos e Jesus curava, estava em pecado, o que se descobriu depois. Isto ocorre porque tinha a pessoa fé que Jesus poderia curar o enfermo, tanto que impôs as mãos sobre ele, ao mesmo tempo em que o enfermo também creu que Jesus poderia curá-lo, mas tal cura física nada tem que ver nem com a salvação de quem orou, nem de quem recebeu a cura. Cura divina não é atestado de salvação, nem de quem ora, nem de quem recebe a cura.

– Não é por outro motivo que Jesus, ao encontrar-se com o ex-paralítico que ficava junto ao tanque de Betesda, aconselhou o homem para que não pecasse mais, a fim de que não lhe sucedesse algo pior (Jo.5:14), quando, então, soube ele que quem o curara havia sido Jesus.

Pelo que se verifica desta passagem elucidativa, o homem havia sido curado, mas ainda não tinha consciência de que havia sido salvo. Sua fé, até aquele instante, havia sido apenas para cura, mas, posteriormente, foi confrontado com a salvação e a necessidade de uma vida de santidade, até para que a sua saúde perdurasse.

Estava no templo, demonstrando, assim, ter tido desejo de passar a adorar a Deus, mas não tinha consciência do que isto significava.

 Assim como Jesus fez com que ele tivesse fé para ser curado, também o orientou para que alcançasse a salvação.

– De igual modo, vemos no episódio do cego de nascença, quando o cego, curado e salvo, já testificava de Jesus, sem sequer saber que era Ele o Filho de Deus.

Ao ser confrontado pelo Senhor com esta verdade, de pronto creu em Jesus e O adorou (Jo.9:38), demonstrando, assim, claramente que não só havia sido curado, como também alcançara a salvação.

– E é neste episódio do cego de nascença que temos, de forma bem clara, o propósito da promessa da cura divina: a manifestação das obras de Deus na pessoa do enfermo (Jo.9:3).

O propósito da cura divina é tão somente o de confirmar a palavra da pregação(Mc.16:20; I Ts.1:5), o de promover a glória de Deus (At.4:21), o de provar a presença de Deus no meio do Seu povo (At.10:38 “in fine”; I Co.2:4,5).

– A cura divina, portanto, não é um fim em si mesmo. Não se trata de uma promessa sem finalidade ou propósito a não ser a remoção da doença, mas o seu objetivo é a glorificação do nome do Senhor, a confirmação da palavra da pregação, a comprovação da presença de Deus no meio do Seu povo.

Jesus cura para que o nome de Deus seja glorificado e engrandecido.

– Assim, não se pode jamais dizer que “Deus é obrigado a curar diante do que consta na Palavra de Deus” ou que “o crente jamais fica doente se estiver em comunhão com o Senhor”.

Muitas vezes, a glorificação do nome de Deus vem não pela cura física, mas, sim, pela morte de um justo.

Não podemos querer saber os desígnios de Deus nem discutir porque Deus fez assim ou daquele outro modo, pois, se o fizermos, seremos como o caco de barro que discute o que deve fazer o oleiro, ou seja, uma pretensão sem qualquer propósito e que pode, mesmo, representar uma abominação diante do Senhor (Is.45:9).

– A cura divina é inegável, é algo destinado aos que creem, é uma realidade atual e indispensável para que demonstremos a presença de Deus no meio da Igreja, para que o nome do Senhor seja glorificado, mas não devemos nos esquecer de que o propósito da cura divina não é a saúde física de alguém, mas, sim, a glorificação do nome do Senhor, a confirmação da palavra da pregação e a comprovação da presença de Deus no meio do Seu povo.

Por causa disso, nem sempre Jesus cura, pois a cura tem propósitos que não se confundem com a nossa vontade ou com os nossos caprichos.

– Por isso, como dissemos supra, é importante sabermos porque alguém está doente, a fim de que compreendamos qual o propósito do Senhor nesta doença.

Uma vez tendo compreendido isto, o que nem sempre será o enfermo que conseguirá entender sozinho, pois, muitas vezes, necessitará do auxílio dos servos de Deus neste discernimento, então clamar a Deus para que a Sua vontade seja feita, bem compreendendo que a cura virá se este for o propósito divino naquele caso.

– A promessa da cura divina é uma realidade para os nossos dias, precisamos, sem ter qualquer dúvida, crer que Jesus cura, buscar a Sua cura.

Não podemos ser como os nazaritas, que, por causa de sua incredulidade, não desfrutaram desta bênção nos dias de Jesus. Temos de crer mais em Jesus e menos nos remédios e nos médicos.

Há muitos, aliás, que, se dizendo crentes, creem mais em “simpatias” e outras crendices do que no Senhor Jesus, o que é um absurdo.

– No entanto, não deixemos de atentar que a cura divina tem um propósito espiritual, que é o da glorificação do nome do Senhor.

Não podemos nos esquecer de que a cura não é um fim em si mesmo e que, ante tais propósitos, constantes das Escrituras, a cura virá se Deus quiser e, nem sempre, é a cura que fará o que Deus deseja para todos os que estão envolvidos naquela situação de enfermidade.

Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e casos há em que a morte do santo, mesmo por doença, morte que é preciosa aos olhos do Senhor (Sl.116:15), faz-se necessária para que muitos possam alcançar a salvação, este, sim, o maior desejo do Senhor (I Tm.2:4).

– “CREMOS, professamos e ensinamos que a cura divina é um ato da soberania, graça e misericórdia divina, que, através do poder do Espírito Santo, restaura física e/ou emocionalmente aqueles que demonstram fé em Jesus Cristo.

Deus fez o homem um ser integral, formado por uma parte material e outra imaterial. A parte material, o corpo, é tão importante quanto a imaterial, a alma e o espírito. A Bíblia mostra que a obra redentora de Cristo incluiu também o corpo:

“Gememos, em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm.8:23).

A vontade de Deus é, portanto, curar tanto a alma quanto o corpo: “É Ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades” (Sl.103:3).

Faz parte da natureza divina curar os enfermos, e Deus assim o faz para demonstrar o Seu poder e amor pelo afligidos.” (Início do Capítulo XXi – Sobre a cura divina da Declaração de Fé da CGADB).

Ev. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/843-licao-10-as-manifestacoes-do-espirito-santo-i

 

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