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LIÇÃO Nº 2 – UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA  

Não há como escaparmos se não atentarmos para a salvação em Jesus Cristo. 

INTRODUÇÃO

 – Na sequência do estudo da Epístola aos Hebreus, analisaremos o capítulo 2. 

– Não há como escaparmos se não atentarmos para a salvação em Jesus Cristo. 

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I – A GRANDEZA DA SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO SOB O ASPECTO DA SUPERIORIDADE DE CRISTO EM RELAÇÃO AOS ANJOS 

– Após ter demonstrado a divindade de Cristo Jesus e Sua superioridade aos anjos, o escritor aos hebreus passa a deduzir desta superioridade a necessidade de atentarmos, ou seja, prestarmos atenção à salvação que há em Cristo Jesus, fazendo um paralelo entre a salvação obtida na pessoa de Jesus com episódios que confirmaram a autoridade de palavras proferidas por anjos ao longo da história sagrada. 

– A superioridade de Cristo aos anjos tem como consequência prática a necessidade de sermos diligentes com o que temos ouvido a respeito do Evangelho, temos de ser cuidadosos com relação à salvação, visto que rejeitar a Cristo é rejeitar Aquele que tem o nome sobre todo o nome, Aquele que deve ser adorado, Aquele que criou e sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder, Aquele que é Senhor, Aquele que é o Salvador do mundo. 

– A sublimidade de Cristo demonstra que a Sua rejeição é atitude muito grave e que ocasionará imensos prejuízos, pois se constitui numa verdadeira ofensa à Deidade, uma extrema injustiça diante do Ser Supremo que, tão amorosamente, demonstra sua boa vontade para com os seres humanos. 

– Por isso mesmo, não podemos admitir que alguns desmereçam a recusa à oferta salvadora de Deus na pessoa de Jesus Cristo como algo de somenos importância e que, portanto, considerem que não seria “justo” que alguém sofresse o tormento eterno por tê-la rejeitado. Tal pensamento, tão corrente em nossos dias, desconsidera a sublime posição de Cristo e, por conseguinte, a extrema gravidade na rejeição a tal autoridade. 

– Ninguém, por certo, considera que seja irrazoável que uma pessoa seja apenada com maior gravidade quando, por exemplo, mata um Presidente da República, pois, embora as pessoas sejam iguais, é nítido que a morte da autoridade máxima do país representa um dano maior para a sociedade do que a de um cidadão comum.

Ora, como não seria igualmente muito gravosa uma ofensa ao Ser Supremo, Eterno e Criador? Somente uma pena igualmente eterna para que haja justiça em tal ofensa.

OBS: “…Deus quer que valorizemos seus dons de acordo com sua importância. Quanto mais preciosos são eles, mais abjeta é nossa ingratidão, caso não conservemos para nós mesmos seu valor intrínseco. Em consonância com a grandeza de Cristo, assim será a severidade da vingança de Deus contra todos os que desprezam o evangelho…” (CALVINO, João. Hebreus. Trad. de Válter Graciano Martins, p.51). 

– O escritor aos hebreus, portanto, mostra que, tendo origem em tão sublime e suprema pessoa a mensagem da salvação, que é o Evangelho, é indispensável, imperioso que cada um considere o alto valor que tem tal mensagem e que, por isso mesmo, seja cuidadoso, diligente no trato da sua salvação, na devida valorização deste dom divino para cada um de nós, dom este, aliás, que as Escrituras dizem ser um dom que nos é dado apesar de nosso não-merecimento (Ef.2:8). 

– Este mesmo pensamento do escritor aos hebreus será repetido pelo próprio Senhor Jesus quando, anos mais tarde, ao ditar a carta que o apóstolo João deveria escrever para a igreja de Filadélfia, afirmou: “…guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap.3:11). 

– “…As coisas que eles tinham visto e ouvido eram suficientes para lhes garantir a certeza de que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, e que Seu sacrifício expiatório tinha selado um novo pacto, feito por meio do Seu sangue.

Desviar-se, portanto, destas coisas, era voltar as costas para o maior e melhor benefício de Deus a eles concedido, que doravante eram justificados em Cristo, sem o rigor da Lei (cf. Rm 10.4).

‘Desviar-se’ é o inverso de ‘enviado’, e a vontade de Deus no procedimento cristão é que cada crente seja um enviado. Assim falou o Senhor Jesus depois de sua ressurreição, quando dava instruções aos seus discípulos:

‘Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós’ (Jo 20.21).…” (SILVA, Severino Pedro da. Hebreus: as coisas novas e grandes que Deus preparou para você, pp.35-6). 

– Nunca podemos desvalorizar a salvação que recebemos por intermédio de nossa fé em Cristo Jesus. Devemos sempre nos lembrar que ela custou altíssimo preço, qual seja, o sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário (I Pe.1:18,19), preço que superior a todos os recursos que o Universo possa ter, que, inclusive, são insuficientes para o resgate de uma única alma (Sl.49:6-8). 

– Devemos ser cuidadosos com a nossa salvação, pois, se não o formos, diz o escritor aos hebreus, acabaremos nos desviando dela (Hb.2:1) e aqui vemos, claramente, a ideia de que é possível, sim, perder-se a salvação, tendo, portanto, base bíblica o que está estampado na Declaração de Fé das Assembleias de Deus da CGADB:

“…Rejeitamos a afirmação segundo a qual: ‘uma vez salvo, salvo para sempre’, pois entendemos à luz das Sagradas Escrituras que, depois de experimentar o milagre do novo nascimento, o crente tem a responsabilidade de zelar pela manutenção da salvação a ele oferecida gratuitamente…” (X, 6, p.114). 

– O apóstolo Pedro, logo após ter mencionado o altíssimo preço da salvação, orienta-nos como podemos ser diligentes para não perdê-la, ao dizer que, para tanto, devemos purificar as nossas almas na obediência à verdade, para caridade fraternal, não fingida, amarmo-nos ardentemente uns aos outros com um coração puro e ser gerados de novo, não da semente corruptível, mas da incorruptível, pela Palavra de Deus viva e que permanece para sempre (I Pe.1:22,23). 

– Este cuidado tem de ser redobrado já que, se Cristo é superior aos anjos, Sua doutrina é, também, superior à lei de Moisés.

Quando o escritor aos hebreus fala a respeito da “palavra falada pelos anjos” está se referindo à lei de Moisés, pois, uma vez mais, retoma a ideia de que a lei foi dada por Deus a Moisés através dos anjos (Dt.33:2; At.7:53; Gl.3:19).

– Ora, os crentes judeus, destinatários desta carta, bem sabiam que a lei não havia sido cumprida por Israel e, por causa disso, haviam sobrevindo sobre o povo todas as maldições previstas na própria lei (Lv.26:14-46; Dt.28:14-68), inclusive a pena máxima do cativeiro.

Se é verdade que, naquele momento, estavam novamente na Terra Prometida, ainda que já sob real ameaça de expulsão por parte dos romanos (o que se concretizaria, parcialmente, em 70 e, depois, definitivamente, em 135), o fato é que, desde o retorno do cativeiro, com a exceção do breve período dos macabeus,

Israel nunca mais gozou de independência política, a demonstrar, portanto, como a desobediência à lei não tinha ficado impune, mesmo para o povo que era a “propriedade peculiar de Deus dentre todos os povos” (Ex.19:5), algo que fora, inclusive, explicitamente reconhecido por homens como Neemias (Ne.9:34-37). 

– Se a lei, transgredida, havia ocasionado toda uma sorte de maldições, tendo ela sido entregue pelas mãos dos anjos, como se poderia pensar em transgredir a lei de Cristo, sendo Jesus superior aos anjos? Não seria tal atitude muito mais gravosa do que a transgressão e desobediência da lei? O escritor aos hebreus mostra, desta maneira, com absoluta clareza, que a ideia de que se deveria abandonar a fé em Cristo Jesus e retornar à prática do judaísmo, da lei mosaica, era um total contrassenso, uma verdadeira loucura.

OBS: “…Ele coloca, consequentemente, o consequente de seu condicional, na medida em que descreve a condição do Novo Testamento, dizendo: “como devemos evitá-lo …? “Daí se mostra a necessidade de observá-lo, a origem do Novo Testamento e a firmeza de sua verdade.

Diz, então, se a Lei promulgada pelos anjos pune os desobedientes e os transgressores, como escaparemos daquele castigo, se negligenciarmos o Evangelho de tão grande salvação? Para que aqueles que negligenciem sua observância tenham noção e entendam o perigo que os ameaça.

Acima, ele chamou a salvação do Antigo Testamento, porque a palavra é dirigida apenas ao conhecimento, como faz o Antigo Testamento, que nos leva ao conhecimento do pecado (Rm 3) e também ao conhecimento de Deus (Sl. 48 e 76); mas não conferiu a graça que conduz à vida eterna, em contraste com o Novo, que o confere (Jo. 1 e 6, Salmo 17).…” (AQUINO, Tomás de. op.cit. n.8 end.cit.) (tradução Google adaptada por nós de texto em espanhol). 

– Tal raciocínio do escritor aos hebreus mostra-nos algo que, por vezes, é despercebido por muitos sedizentes cristãos: a de que a graça é mais rigorosa do que a lei, é mais dura do que a lei. 

– Muitos consideram que a graça é mais branda que a lei, que a lei tinha o rigor do “olho por olho, dente por dente” e que, portanto, é muito mais fácil viver sob a graça do que sob a lei.

Trata-se, porém, de um ledo engano. A graça é muito mais exigente que a lei, pois a lei foi dada precisamente porque o povo israelita não teve condições de atingir o patamar da graça, de receber a promessa dada a Abraão, por causa da sua incredulidade.

A lei é tão somente um aio, ou seja, um caminho para se chegar à graça (Gl.3:24) que, por ser superior, é muito mais exigente.

Tanto assim é que, no sermão do monte, onde Jesus divulga a Sua lei, vemos que muito do que os antigos consideravam como sendo suficiente para o cumprimento da lei não o seria debaixo da graça, como, por exemplo, na questão do adultério, quando, enquanto a lei exigia a prática da conjunção carnal entre a pessoa casada e quem não era seu cônjuge, na graça, bastava a cobiça para a configuração de tal pecado (Mt.5:27,28).

OBS: “…é de se saber que, no Êxodo, depois de ter dado seus preceitos judiciais e morais, ele acrescenta:

“eis que eu ordeno meu anjo” (23); e depois: “observe, então, e a sua voz”. Portanto, se se observasse o mandamento do anjo, por quem a lei fosse dada, se alcançaria a entrada da pátria. Por isso, São Mateus diz: “se você quer entrar na vida, mantenha os mandamentos”.

Se, então, guardar os mandamentos da Lei é coisa necessária, então é obrigação maior obedecer aos mandamentos daquele que é superior aos anjos, através do qual a Lei foi dada.

E é isso que ele diz: precisamos olhar mais de perto as coisas que ouvimos”(Ob.1; Hc. 3)…(AQUINO, Tomás de. op.cit. end. cit.) 

– Se a lei, sendo transgredida, trouxe a devida retribuição aos transgressores e desobedientes, como se pode esperar que aqueles que transgredirem os mandamentos de Cristo fiquem impunes ou possam ter algum escape?

Decididamente, não há como escapar da ira divina se transgredirmos a doutrina de Jesus. Como diz Tomás de Aquino, o escritor aos hebreus

“…ensina que a obediência deve ser dada mais ao Novo Testamento do que ao Velho, porque o Novo tem como seu autor Cristo, o Filho de Deus e o Velho passou pelas mãos de Moisés que, apesar de ser servo de Deus, é, afinal, um homem.…” (Comentário de São Tomás de Aquino à Epístola aos hebreus. Trad. de J.I.M. n.6. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm . Cit. Hb.2:1-4) (tradução Google adaptada por nós de texto em espanhol). 

– Ou, ainda, como diz João Calvino: “…Se a lei, que fora transmitida pelo ministério dos anjos, não podia ser recebida com desdém, e a transgressão da mesma era visitada com severíssimos castigos, o que será, pergunta ele, daqueles que desprezam o evangelho, cujo Autor é o Filho de Deus e cuja confirmação foi através de muitos e variados milagres?

Eis a suma da questão: quão mais elevada é a dignidade de Cristo da dignidade dos anjos, por isso se deve prestar muito mais reverência ao evangelho do que à lei. É a pessoa de seu Autor que enobrece a doutrina.…( Hebreus. Trad. de Valter Graciano Martins, pp.49-50). 

– O Evangelho não só é sublime por causa da sua origem em Cristo, mas a sua própria pregação demonstra a sua sublimidade em relação à lei.

O escritor aos hebreus mostra que ele começou a ser pregado pelo próprio Senhor que, a exemplo de Moisés, fez sinais e maravilhas, foi depois confirmada pelos seguidores de Jesus, também com sinais e maravilhas, além dos dons do Espírito Santo, distribuídos pela vontade do Espírito de Deus (Hb.2:3,4).

Cumpriu-se, então, aquilo que o próprio Senhor disse, ou seja, que Seus discípulos fariam maiores obras do que as que Ele mesmo fez (Jo.5:20). 

– Esta afirmação do escritor aos hebreus traz-nos um importante ensino, qual seja, a de que o verdadeiro, genuíno e autêntico Evangelho é aquele que, além da pregação da Palavra de Deus, da mensagem da salvação, é confirmada por sinais, milagres, maravilhas e pela atuação do Espírito Santo, a comprovar, portanto, que o Evangelho completo é aquele defendido pelos chamados “pentecostais”,

não tendo qualquer cabimento o pensamento dos chamados “tradicionais”, que entendem que, com a completude da revelação das Escrituras, tenham cessado as ações miraculosas e os dons do Espírito Santo.

A sublimidade do Evangelho exige a atuação constante de tais demonstrações do poder de Deus, até porque, como diz o apóstolo Paulo, o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16).

OBS: “… Além do fato de que os apóstolos haviam recebido do Filho de Deus a mensagem que pregavam, o Senhor também imprimira seu selo de aprovação na pregação por meio de milagres, como que por uma solene rubrica.

Aqueles, pois, que não recebem reverentemente o evangelho recomendado por tais testemunhas, desconsideram não só a Palavra de Deus, mas também suas obras. Para aumentar sua importância, ele designa os milagres, fazendo uso de três termos.

Primeiro, são chamados sinais, porque incitam a mente humana a atentar para algo mais elevado do que aparentam.

Em seguida, são chamados prodígios, porque incluem o que é novo e inusitado. Finalmente, são chamados milagres, porque neles o Senhor exibe uma marca especial e extraordinária de seu poder.

A expressão ‘dando testemunho’ denota o uso correto dos milagres, isto é, que devem servir para o estabelecimento do evangelho. Descobrimos que quase todos os milagres, em qualquer tempo em que são realizados, têm como propósito de serem selos da Palavra de Deus.…” (CALVINO, João. op.cit., pp.52-3). 

– Não só pelo exercício lógico a respeito da sublimidade de Cristo em relação aos anjos e, por consequência, do Evangelho em relação à lei, mas, também, pelo próprio dia-a-dia da pregação da mensagem da salvação, era possível verificar que a doutrina de Cristo era superior à lei mosaica e, por isso, não poderiam os destinatários da carta estarem a titubear entre continuar servindo a Jesus ou retornar ao judaísmo. 

– De igual modo, nós, nestes dias difíceis em que vivemos, equiparáveis aos vividos pelos crentes hebreus no período imediatamente anterior à primeira guerra judaico-romana, máxime os que pertencem a denominações pentecostais, não podemos deixar de considerar a sublimidade do Evangelho, a sua condição de poder de Deus e, portanto, a gravidade de, eventualmente, deixarmos este caminho, desviando-nos dele. 

– Se os crentes judeus daquele tempo estavam querendo retornar às práticas judaicas, em nossos dias, se há também os que querem enveredar pelo caminho do legalismo mosaico, existem os que buscam abandonar a graça por uma “graça barata”, como muito bem denominou o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer (19061945), um verdadeiro mártir cristão do século XX.  

– “…Graça barata significa a graça como doutrina como princípio, como sistema;  significa perdão dos pecados como verdade geral , significa o amor de Deus como conceito cristão de Deus.

Quem o aceita já tem o perdão de seus pecados. A Igreja participa da graça já pelo simples fato de ter essa doutrina da graça.Nesta Igreja, o mundo encontra fácil cobertura para seus pecados dos quais não tem remorsos e não deseja verdadeiramente libertar-se.

A graça barata é, por isso, uma negação da Palavra viva de Deus, negação da encarnação do Verbo de Deus.Graça barata significa justificação do pecado, e não do pecador. Como a graça faz tudo sozinha, tudo também pode permanecer como antes. “Afinal, a minha força nada faz.”

O mundo continua sendo mundo, e nós continuamos sendo pecadores “mesmo na vida mais piedosa”. Viva, pois, o crente como vive o mundo, coloque-se, em tudo, em pé de igualdade com o mundo, e não se atreva – sob pena de ser acusado de heresia entusiasta! – a ter, sob a graça, uma vida diferente da que tinha sob o pecado!

Que se guarde de encolerizar-se contra a graça, de envergonhar essa graça grande e barata, e de instituir um novo culto do literalismo tentando ter uma vida de obediência de acordo com os mandamentos de Jesus Cristo!

O mundo é justificado pela graça, e, por isso – por amor da seriedade dessa graça, para que não haja resistência a essa graça insubstituível! – que o cristão viva como o resto do mundo!

E certo que ele gostaria de realizar algo de extraordinário, e constitui, sem dúvida, um grande sacrifício não poder fazê-lo, mas ter que viver mundanamente.

Contudo, ele precisa fazer esse sacrifício, praticar a autonegação, renunciar a uma vida que se distinga da do mundo.

Tem que deixar a graça ser realmente graça, para não destruir ao mundo a fé nessa graça barata. Todavia, que o crente, em seu mundanismo, nessa renúncia necessária que tem de fazer por amor do mundo – não, por amor da graça! – continue consolado e seguro (securus) na posse dessa graça, que tudo opera sozinha!

Por isso, que o crente não seja discípulo, antes se console com a graça! Isto é graça barata como justificação do pecado, mas não justificação do pecador penitente, que abandona o pecado e se arrepende; não é o perdão que separa do pecado. A graça barata é a graça que nós dispensamos a nós próprios.

A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina comunitária, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal.

A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado.…” (Graça barata X Graça preciosa. Disponível em: https://ministeriodasgeracoes.wordpress.com/2015/03/23/graca-barata-x-graca-preciosa-dietrich-bonhoeffer/ Acesso em 09 nov. 2017) (destaques originais).

-Esta graça barata, lamentavelmente, tem sido o refúgio de muitos sedizentes cristãos em nossos dias e o resultado desta atitude é exatamente o mesmo que o escritor aos hebreus aponta para os destinatários de seu tratado: a perdição eterna, o sofrer da ira divina. Que Deus nos guarde, amados irmãos!

– Além da prática da pregação do Evangelho, o escritor aos hebreus retoma um argumento paulino utilizado na epístola aos filipenses (Fp.2:8-11), a respeito da própria humilhação de Cristo para alcançar a nossa salvação, mostrando que não foram os anjos, mas, sim, Jesus que Se fez homem para poder, posteriormente, ser exaltado acima de todos os seres, assumindo, assim, uma posição sem igual, singular, que nenhum anjo jamais alcançou.

Assim, como grande foi a humilhação sofrida pelo Senhor, igualmente grande foi a exaltação, de sorte que desmerecer tal circunstância é também uma grandiosa ofensa que não ficará impune (Hb.2:5-9). 

– A exaltação de Jesus faz com que o mundo futuro esteja sujeito ao Senhor e, portanto, não há como se escapar da condenação eterna, de um “mundo vindouro sem Deus” se não se estiver em obediência ao Senhor que, pela Sua obra salvífica, foi posta sobre todo o nome. 

– Ao assim argumentar, o escritor aos hebreus nos mostra, com absoluta clareza, que a salvação é assunto que tem a ver com a eternidade.

A obediência a Cristo envolve a vida eterna, a constituição de uma comunhão perene com Deus, a escolha por se viver sempre com Cristo por todos os séculos.

Como dizia um saudoso diácono de nossa igreja local, somos salvos para morar no céu. O texto áureo das Escrituras é claríssimo ao dizer que Deus amou o mundo e enviou Seu Filho Unigênito para termos a vida eterna. 

– Se é verdade que a salvação traz bênçãos para a nossa vida terrena e que a comunhão com Deus começa do exato instante em que cremos em Jesus como nosso único Senhor e Salvador, não podemos jamais perder de vista que o objetivo da salvação é conceder-nos a comunhão perene com o Senhor e, portanto, possibilitar que adentremos nas mansões celestiais, pois é este o fim estabelecido pelo próprio Jesus (Jo.14:1-3). 

– Inexplicavelmente, muitos, em nossos dias, têm perdido esta dimensão que podemos chamar de “vertical” da salvação, ou seja, a de que somos salvos para alcançarmos a glorificação, para habitarmos nas mansões celestiais.

Muitos estão pensando numa salvação voltada unicamente para as coisas desta vida, quando, na verdade, quem é salvo, quem está em Cristo deve, isto sim, pensar nas coisas que são de cima (Cl.3:1-3). 

– Jesus é o caminho (Jo.14:6) e este caminho tem como final o céu, pois para lá é que Jesus subiu, coroado de glória, depois de ter descido à Terra como homem para morrer por todos os pecadores.

Isto aponta, aliás, a Sua singularidade, pois como Ele mesmo disse: “ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu” (Jo.3:13). Expressão, aliás, dita no contexto do ensino sobre o novo nascimento e seguida da analogia com a serpente erguida no deserto por Moisés, a nos indicar que somente olhando para Jesus e seguindo o caminho que Ele traçou teremos vida e vida com abundância (Jo.10:10). 

– Não se deve olvidar que a menção que o escritor aos hebreus faz do mundo futuro é extremamente apropriada para o objetivo de sua carta. O escritor está se dirigindo a judeus e

“…os judeus devotos sempre tiveram seus pensamentos voltados para a eternidade; buscavam incansavelmente, o absoluto. O poeta pósbíblico Baruch, que cantou o ‘Dia do Juízo Final’, fazia a seguinte pergunta aos céticos e livre-pensadores do século II a.C.: ‘Se o Criador não houvesse feito um Mundo que se seguisse à morte do homem, para que ter-lhe-ia dado um começo?’…” (AUSUBEL, Nathan. Mundo-do-além. A JUDAICA, v.6, pp.586-7). 

– Esta relevância do “mundo vindouro” para os judeus se realça no momento em que é escrita a carta aos hebreus pois um dos sábios judaicos deste tempo, Rabi Tarfon, foi expresso ao afirmar que “a recompensa dos justos está no mundo vindouro”, afirmação que foi incluída no Talmude, mais precisamente no tratado “Ética dos Pais” (Pirke Avot”, 2:21), a demonstrar que toda a vida espiritual dos judeus era voltada, mesmo, para este “mundo futuro”, chamado de “Olam Ha-Ba” em hebraico. 

– “…Este mundo vindouro de que fala o texto será administrado pelo Filho de Deus. Ele é quem será exaltado ali, e não os anjos ou outro personagem da esfera terrena ou celestial.

O mundo futuro era concebido pelos judeus para indicar o reino messiânico de Cristo; mas aqui indica algo que vai mais além: ele inclui também o estado eterno, quando tanto o Filho como o Pai serão “tudo em todos” (cf. I Co 15.28).

Na esfera celestial, onde não existe disputa pelo poder, ganância por grandeza ou ostentação, tudo é tratado em sentido comum.

Por esta razão, “há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef 4.4-6).

Por isso nos é dito que aqueles que praticam o mal, não “… [têm] herança no Reino de Cristo e de Deus”. Assim, fica evidenciado que o Reino eterno, onde Jesus será o Soberano Dominador, pertence tanto a Deus Pai como a seu Filho Jesus Cristo (Ef 5.5).…(SILVA, Severino Pedro da. op.cit., pp.38-9). 

– O escritor aos hebreus lembra aos crentes judeus que todas as coisas foram sujeitas a Cristo Jesus e que, embora isto ainda não tenha acontecido, o fato é que se trata de uma questão de tempo para a sua realização, devendo, tão somente, os que creem em Jesus aguardar o “tempo da restauração de tudo”,

o que não é de nossa conta saber quando ocorrerá (At.1:7), cabendo-nos tão somente, neste período, que é o do “já, mas ainda não”, ser testemunhas do Senhor (At.1:8), estando a servir a Cristo com fidelidade e prudência (Mt.24:45-47), para que não sejamos achados despercebidos quando o Senhor vier buscar a Sua Igreja ou, então, quando formos chamados para a dimensão eterna. 

– Não há porque duvidarmos que tudo já está sujeito ao Senhor Jesus, mesmo antes da “restauração de tudo”, uma vez que Ele morreu por todos os homens, assumiu o lugar do pecador, tornando-se o nosso “príncipe da salvação”, vencendo a morte, tanto que ressuscitou, ressurreição que garante que Ele, agora, é o Senhor Todo-Poderoso (Rm.1:1-4; Mt.28:18). 

– Este é o motivo, aliás, pelo qual o apóstolo Paulo disse que a ressurreição de Jesus é a razão da nossa fé (I Co.15:14), como também é absolutamente necessário crer que Jesus ressuscitou para que sejamos salvos (Rm.10:9).

Somente quem realmente crê na ressurreição pode, desde já, pela fé, contemplar a sujeição de todas as coisas ao Senhor Jesus, ainda que, no presente instante, contemplemos o aumento da iniquidade e o aparente triunfo do mal, seja pela multiplicação do pecado, seja mesmo pela apostasia espiritual de muitos que cristãos se dizem ser.

Por isso mesmo, o Senhor Jesus foi enfático ao dizer: “Não temas, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino” (Lc.12:32). Isto só é possível, como afirmou Nosso Senhor, quando buscamos antes o reino de Deus, considerarmos as coisas desta vida como meros acréscimos e entesourarmos nos céus (Lc.12:31,33,34). 

II – A GRANDEZA DA SALVAÇÃO EM CRISTO JESUS SOB O ASPECTO DA IDONEIDADE E DA COMPAIXÃO DO SALVADOR 

– Ao falar do mundo vindouro e da própria sujeição de todas as coisas a Cristo, o escritor aos hebreus começa, então, a mostrar sob um novo aspecto a grandeza desta salvação, mostrando que a salvação é grandiosa porque o Salvador está sobre todos, é o maior de todos os seres e, deste modo, não há como se negar a grandiosidade da salvação ante a magnanimidade do próprio Salvador. 

– Todas as coisas estão sujeitas a Cristo e, portanto, o Salvador é o Senhor. Jesus não somente é Salvador, como também Senhor, senhorio que, conforme já visto supra, demonstrou-se cabalmente quando de Sua ressurreição (Rm.1:1-4; Mt.28:18). 

– Assim, o Jesus que fora feito pouco menor do que os anjos, agora está coroado de glória e de honra, uma vez que, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos, pudesse salvar a humanidade (Hb.2:9,10). 

– A salvação, assim, como afirma Tomás de Aquino, “…é grande, porque é universal, isto é, não de um povo sozinho ou de um perigo, mas de todos os homens e de todos os inimigos; “Salvador de todos” (I Tm.4, Lc.1).…(op.cit. n.8 end. cit. Cit. Hb.2:1-4) (tradução Google adaptada por nós de texto em espanhol).

Aqui se tem, inclusive, mais um parâmetro para demonstrar a superioridade do Evangelho em relação à lei, que fora dada apenas a Israel. 

– O Salvador é singular porque, mesmo sendo Deus, fez-Se homem, para que, assumindo a forma e natureza humanas, pudesse passar pelas mesmas coisas que os homens passam, a fim de que, com autoridade, pudesse trazer muitos filhos à glória, tornando-se o príncipe da salvação deles (Hb.2:10).

OBS: “…a humilhação de Cristo se torne em extremo gloriosa para os fiéis. Ao lermos que ele revestiu-se de nossa carne, a impressão que nos fica é que Cristo se classificara como pertencente à classe comum da humanidade. E a cruz 0 fez inferior a todos os homens.

Devemos, pois, atentar bem, para que Cristo não seja menos estimado, só porque, de livre e espontânea vontade, e por nossa causa, ele se esvaziou. E isso é 0 que está expresso aqui.

Pois o apóstolo mostra que esse mesmo ato deve ser considerado tão honroso para o Filho de Deus, que por esse meio ele foi consagrado o Autor de nossa salvação.…” (CALVINO, João. op.cit., p.61). 

– Embora fosse o Senhor de todas as coisas, o Salvador não quis ficar alheio aos homens. Pelo contrário, assumiu a condição de homem, humilhou-Se, mostrando todo o Seu amor, para que tivesse idoneidade, autoridade, condição de trazer os homens para a Sua glória. Deixou a glória para vir ao mundo a fim de que pudesse levar o homem deste mundo para a glória. 

– Deste modo, o escritor aos hebreus mostra que a salvação em Cristo Jesus não é algo inacessível, apesar da sublimidade do Salvador, mas algo que pode ser obtida por todos, visto que o Salvador se fez um de nós, participou das mesmas aflições, para que nos desse a certeza de que podemos, sim, participar da Sua glória. 

– A lei também não era inacessível. Moisés dissera ao povo que o mandamento estava junto da boca e do coração dos israelitas para que eles o cumprissem (Dt.30:11-14).

No entanto, a lei, por si só, não tinha condições de salvar o homem, visto que o pecado não era removido pela lei, mas tão somente mostrado em toda a sua realidade.

Entretanto, Jesus assumiu o lugar do pecador, morreu por ele e, desta maneira, tirou o pecado do mundo (Jo.1:29), fazendo com que a graça de Deus permitisse que, agora, sim, houvesse a perfeita comunhão entre Deus e os homens. 

– A lei estava junto dos israelitas, mas os israelitas se mantinham longe de Deus, visto que o pecado fazia separação entre eles e Deus (Is.59:2).

Agora, porém, tendo Jesus Se feito homem e morrido por todos os pecadores, pelo sangue de Cristo pudemos nos aproximar do Senhor e alcançar a salvação (Ef.2:11-16). 

– Esta unidade entre Deus e os homens, o objetivo da obra salvífica de Cristo (Jo.17:19-22), faz com que, pela santificação que Cristo realizou em Si mesmo, vivendo neste mundo sem pecar, pudesse santificar todos os que n’Ele cressem, sendo, por isso mesmo, validamente chamado de “irmão” (Hb.2:11), o primogênito dentre muitos irmãos (Rm.8:29), irmãos porque tornados filhos de Deus, já que creram no Senhor Jesus (Jo.1:12). 

– Deixar, pois, a comunhão com Deus por intermédio de Cristo Jesus, é abandonar esta condição de “filho de Deus”, de “irmão de Jesus Cristo”, é abrir mão da santificação que se realizou pela obra de Cristo na cruz do Calvário.

É abandonar a “família de Deus”, a condição de “concidadão dos santos” (Ef.2:19), o que é algo totalmente irrazoável e insensato.

OBS: “…O direito de filiação divina dar-se-á para aqueles que aceitam a Jesus como Salvador. A esses, Jesus “… deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.12,13).

A partir daí, dentro da comunidade cristã, o termo “irmão” é usado para indicar o amor mútuo, a compaixão e o respeito por aqueles que confiam em Cristo e pertencem à mesma família espiritual.

Os anjos não são chamados de nossos irmãos, porque pertencem a uma outra ordem elevada, isto é, uma ordem espiritual.

Mas na esfera do trabalho para Deus, eles são nossos conservos (Ap 22.9). Contudo, o mais importante neste contexto é que Aquele que nos santifica (Jesus) chama-nos de ‘meus irmãos’ e de ‘meus amigos’ (Mt 28.10; Jo 15.14).…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.43). 

– Jesus é, portanto, um Salvador compassivo, pois participou da carne e do sangue, das mesmas coisas que o homem passa em sua peregrinação terrena, tendo, pois, condição plena de nos entender e de estar conosco em todos os momentos, razão pela qual não podemos titubear nem desanimar em nossa caminhada, ao contrário do que ocorria no tempo da lei. 

– Com efeito, a lei foi dada a Israel por Deus e pela mediação dos anjos a Moisés, sendo certo que nem Deus nem os anjos participaram das aflições e dos sentimentos experimentados pelos israelitas em toda a formação do povo no Egito, mormente nos 80 anos de opressão.

Nem mesmo o próprio Moisés experimentou tais agruras, já que os primeiros 40 anos viveu como filho da filha de Faraó e, quando resolveu assumir sua condição de hebreu, acabou fugindo para Midiã, somente vindo a novamente gozar da companhia do povo no processo de libertação, quando as pragas não alcançaram a Israel. 

– Como se isto fosse pouco, Moisés acabou não ingressando na Terra Prometida, já que acabou por fracassar quando da provocação no deserto, desobedecendo ao Senhor nas águas de Meribá (Nm.20:7-13), oportunidade em que o Senhor Se santificou neles, ou seja, bem demonstrou a condição pecaminosa que era mantida pela lei, mesmo em relação ao legislador e ao primeiro sumo sacerdote. (Arão). 

– Com Jesus, porém, a coisa é diferente. Ao participar das mesmas coisas que os homens, o Senhor pôde ter a compaixão que faltou na entrega da lei e, deste modo, assumir o lugar do pecador e resgatá-lo, pois, pela paixão da morte, retirou o pecado e não só se santificou como santificou a todos os que crerem n’Ele.

 Aliás, Tomás de Aquino entende que a paixão da morte “…é uma intercessão e uma alegação a favor dos fiéis” (op.cit. n.8 end.cit. Cit. Hb.2:5-18) (tradução Google adaptada por nós de texto em espanhol).

OBS: “…Esse é um forte apoio à nossa fé, ou seja, que estamos unidos ao Filho de Deus por um vínculo tão sólido, que podemos encontrar em nossa natureza a santidade de que carecemos.

Não é só 0 fato de nos haver santificado em seu caráter divino, senão que o poder de santificação permanece em sua natureza humana; não que ela por si só o possua, mas porque Deus derramou em sua natureza toda a plenitude de santidade, para que dela todos nós possamos participar.

Esse é 0 sentido da expressão em João 17.19: “E a favor deles eu me santifico a mim mesmo.” Se somos pecaminosos e impuros, o antídoto não está longe de se encontrar, porque nos é oferecido em nossa própria carne.

Não contesto se alguém preferir tomar isso como sendo uma referência à unidade espiritual que o santo desfruta com o Filho de Deus, e que difere daquilo que os homens comumente têm uns em relação aos outros.

Não obstante, prefiro seguir 0 significado que é mais geralmente aceito, quando ele não destoa da razão.…” (CALVINO, João. op.cit., p.63). 

– Jesus venceu a morte, retirou o pecado, aniquilando o diabo, que tinha o império da morte, livrando todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeita à servidão (Hb.2:14,15). 

– Aqui é importante entender em que sentido o diabo tinha o “império da morte”, para não cairmos no equívoco, propalado pela “teologia da confissão positiva”, de que o diabo é dono da terra, o príncipe deste mundo já que “legalmente” obteve tal senhorio que lhe teria sido dado pelo homem quando este pecou.  

– Na verdade, o diabo é o “príncipe deste mundo”, entendido não o mundo físico, mas, sim, o sistema pecaminoso que escraviza o homem e faz com que ele peque, e, deste modo, faça exatamente o que quer o inimigo de nossas almas, ou seja, a morte espiritual, o roubo da salvação e a destruição da oportunidade que tem o homem de se salvar (Jo.10:10). Este sistema pecaminoso está no maligno (I Jo.5:19), ou seja,

está debaixo do domínio do inimigo e o homem, enquanto não crer em Cristo, continuará escravo do pecado (Jo.8:34), somente podendo ser libertado por Jesus (Jo.8:36).

– Assim, abandonar a Cristo e voltar às práticas judaicas nada mais é que retornar à escravidão, perder a liberdade uma vez alcançada, o que representa uma grande insensatez. 

– Por ter assumido a descendência de Abraão, não tendo tomado os anjos como medianeiro do Novo Testamento, o Senhor Jesus demonstra ser o sumo sacerdote, Aquele que leva os homens à presença de Deus e, como se mostrará ao longo da carta, com um sacrifício perfeito, que não cobre, mas tira o pecado do mundo.

E um sumo sacerdote fiel e misericordioso, porque cumpriu totalmente a missão que Lhe confiada apelo Pai, missão que O fez assumir a condição miserável do homem e, nesta condição, morrer por ele, tornando-O, pois, além de fiel, um sumo sacerdote misericordioso. 

– Jesus submeteu-Se à tentação, para que pudesse socorrer os que fossem tentados. Ora, diante disto, não haveria razão alguma para que os crentes destinatários da carta, ante a grande provação que estavam enfrentar, pensassem em abandonar a fé e voltar às práticas judaicas, pois tinham um Salvador que tinha plenas condições de socorrê-los e entendê-los. 

– Jesus é o Emanuel (Is.7:4; 8:8; Mt.1:23), ou seja, Deus conosco. Ele prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt.28:20), por isso não temos porque, diante das tentações e provações, titubear ou pensar em retroceder, mas, sim, devemos pedir o socorro a Ele, pois Ele padeceu para poder nos socorrer.

 “…Ele Se tornou misericordioso e fiel, porque, tendo sofrido e sido tentado, tem certa disposição e conveniência para sentir compaixão.

E se diz que é tentado, não pela carne, mas pelo inimigo (Mt. 4); já que n’Ele não houve rebelião da parte inferior contra a superior, mas sofreu por nós em carne (I Pe.2; 4)…” (AQUINO, Tomás de. op.cit. n. 9. Cit Hb.2:5-18. end. cit.) (tradução Google adaptada por nós de texto em espanhol).  

– A salvação é também grandiosa por conta disso: o próprio Salvador ajuda a sustentar o salvo até o fim. Assim sendo, nas lutas que enfrentarmos nestes dias tão difíceis, nunca deixemos de atentar para esta salvação, sabendo que, inclusive, o Salvador está pronto a nos ajudar.  

Ev.  Caramuru Afonso Francisco

Fonte: http://www.portalebd.org.br/classes/adultos/1550-licao-2-uma-salvacao-grandiosa-i

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