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Jovens – Lição 12- Quanto amo a tua palavra

INTRODUÇÃO

Neste capítulo, faremos uma reflexão a respeito do Salmo 119. Esse salmo é uma poesia de amor pela Palavra de Deus.

No Salmo 119, vemos que, embora as culturas e tradições humanas sofram mudanças e o conhecimento do homem seja sempre relativo, a Palavra do Senhor é irrefutável, imutável e eterna:

“Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu” (Sl 119.89). Nesse salmo, os poetas utilizaram vários sinônimos para reportarem-se às Escrituras Sagradas, como, por exemplo, o termo Torah.

Segundo os hebraístas, esse termo é encontrado no Antigo Testamento com o significado de “instrução, ensino, lei, decreto, código legal, norma” e vem da raiz de um verbo que significa “instruir, ensinar”.

Afinal, não é este o propósito das Escrituras Sagradas:

instruir e ensinar o ser humano para que tenha uma vida feliz, abençoada e próxima do seu Criador? Observe:

“Felizes os que guardam os mandamentos de Deus e lhe obedecem de todo o coração!” (v. 2 – NTHL).

Que o estudo desse salmo nos ajude a jamais nos esquecer da importância da Palavra de Deus, pois os preceitos divinos têm o poder de vivificar-nos diariamente (v. 93).

I. O APEGO PELA PALAVRA DE DEUS (vv. 97-104)

Você tem um livro, um autor favorito? Talvez a sua lista de livros e autores favoritos seja imensa. Contudo, como anda o seu amor pelas Sagradas Escrituras? Você tem meditado nela diariamente?

A Palavra de Deus era o livro favorito do autor do Salmo 119. Ao lê-lo, vemos o quanto o salmista alegrava-se nas Escrituras Sagradas (vv. 47,48).

Neste século, muitos já não amam mais a Palavra, não meditam nela, e alguns até acreditam que a Bíblia é somente um livro históri­co.

Estes até leem a Bíblia, mas da mesma forma como leem os seus livros prediletos. A Bíblia não é um livro como os demais, e é por isso que precisamos iniciar afirmando que o seu autor é Deus. O amor pelas Escrituras exige fé. Precisamos crer na sua inspiração divina, verbal e plenária.

A Bíblia, a Lei do Senhor, não é uma invenção da mente humana, embora, como já é de seu conhecimento, o Senhor tenha inspirado homens para escrever os 66 livros que a compõem: “homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21, ARA).

Esses homens receberam os oráculos divi­nos de forma exclusiva e única. Homem algum além deles foi usado por Deus dessa maneira específica.

Vivemos num século de grandes descobertas e avanços científicos; todavia, a Bíblia permanece sendo a inerrante e inspirada Palavra de Deus.

Estamos inseridos numa sociedade que foi denominada de “sociedade da informação” ou “sociedade do conhecimento”, e esses termos surgiram na década de 70 depois do avanço das tecnologias. Um dos benefícios da sociedade da informação é a liberdade de expressão, comunicação e a democratização do saber.

Existe, con­tudo, um paradoxo nesta sociedade do conhecimento: muitos não conhecem e não reconhecem mais as Escrituras como a inerrante e irrefutável Palavra de Deus.

O resultado da falta de conhecimento da Lei de Deus é o distanciamento a cada dia mais dEle. Um dos meios pelos quais podemos conhecer mais ao Senhor Deus — pois, sendo Ele infinito, nunca vamos conhecê-lo na sua essência — é por intermédio das Escrituras Sagradas.

O autor do Salmo 119 usou 176 versículos para mostrar a grandeza de Deus e que os preceitos dEle são ímpares, inigualáveis.

Nossa busca em conhecer ao Senhor deve ser semelhante à do autor do Salmo 119 e do profeta Oseias: constante (Os 6.3).

Quando nos dispusemos a conhecer o Pai por intermédio da leitura das Es­crituras Sagradas, Ele revela-se a nós. Sabemos que o Pai se revela ao homem de diferentes maneiras, mas em especial mediante o seu Livro Santo: as Escrituras Sagradas.

Observe o conselho de Paulo ao jovem Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16).

Timóteo deveria guardar com cuidado todo ensino bíblico que havia recebido desde a sua meninice, pois essas verdades iriam contribuir tanto para a salvação dele como dos outros.

Paulo era consciente de que é necessário conhecer e viver as Escrituras para desenvolver uma espiritualidade saudável.

As necessidades mais profundas do ser humano concernentes à sua alma e espírito não podem ser supridas mediante a leitura de bons livros, mesmo que sejam obras importantes, mas somente pela Palavra de Deus.

As doutrinas bíblicas são como a chuva que rega a terra (Dt 32.2), e sabemos que a chuva é símbolo de vida, e sem ela a semente (a Palavra de Deus) não brota, é sufocada e acaba morrendo.

É justamente na sociedade da informação que as pessoas estão confusas e estão “morrendo” por não conhecerem ao Deus da Palavra. Na Bíblia, encontramos ferramentas para a vida.

Muitos estão errando e levando outros ao erro por falta de co­nhecimento bíblico. Nesta sociedade do conhecimento, temos muitas bíblias, sendo o Brasil um dos países que mais imprimem as Escri­turas.

Encontramos bíblias em várias versões; muitas são de estudo. Vários são os materiais, em papel, para tablet, celular etc.

Contudo, segundo o pastor Hernandez Dias Lopes, nunca vimos tanto “anal­fabetismo” bíblico. Parece que quanto mais bíblias são impressas, mais se distanciam os homens da voz divina, do estudo sistemático da Palavra.

Somente a Escritura é capaz de estabelecer uma fé forte, saudável, constante, inabalável e até mesmo uma sociedade mais justa e fraterna. Precisamos da Palavra assim como necessitamos do alimento para o sustento de nosso corpo físico.

Há crentes que alegam não ter tempo para meditar na Palavra; e não têm mesmo, sabe por quê? Porque acabam perdendo muito tempo com atividades, como, por exemplo, conteúdos nas redes sociais que não os levarão a lugar algum, ou seja, não acrescentarão nada à fé.

Eu diria que estes estão como que correndo atrás do vento. É só perda de tempo, e a vida cristã acaba tornando-se algo enfadonho e cansativo.

Precisamos de crentes como o salmista, que leiam, conheçam e vivam a Palavra de Deus, pois as consequências da falta de conhecimento dela são as piores possíveis.

A falta de conhecimento bíblico leva o crente a crer em qualquer tipo de ensino, ainda que aparentemente seja “bíblico”. Sem conhecimento bíblico, o povo perece e acaba por cair na rede da apostasia e mornidão espiritual.

Jesus afirmou certa vez: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).
Jesus voltará em breve. Não podemos nos esquecer de que um dos sinais da vinda dEle são os falsos profetas, e atualmente não faltam pessoas para perverter o evangelho e ensinar falsas doutrinas que levam as pessoas para longe do evangelho de Jesus Cristo (1 Tm 1.3).

O ensino das Escrituras deve ser visto como algo essencial, priori­tário e genuíno. Precisamos desejar afetuosamente o leite racional, não falsificado (1 Pe 2.2).

O “leite racional” vai formar uma parede protetora contra as muitas ciladas do Diabo e nos ajudará a crescer no conhecimento da Verdade e a mantermo-nos puros.

O salmista no versículo 9 faz uma indagação a respeito da santificação: “Como pode um jovem conservar pura a sua vida?”.

A resposta é única: Lendo a Palavra de Deus e conhecendo o seu autor pessoal­mente.

Não podemos, entretanto, ler a Bíblia como um ritual litúrgico, como algo mecânico, mas precisamos lê-la porque amamos ao Senhor e sabemos que a sua Palavra é o que nos desnuda, revelando o que há de mal em nós e que necessita de mudança.

A Palavra de Deus é terapêutica, e o salmista afirma que ela é como o favo de mel: “Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca” (v. 103).

Segundo os nutrólogos, o mel possui algumas propriedades terapêuticas que são benéficas a nossa saúde; por exemplo, ele é rico em antioxidante e ajuda a regular os níveis de triglicerídeos e colesterol. Também ajuda na prevenção de infecções por fungos, vírus e bactérias.

A Estrutura do Salmo 119

Muitas são as curiosidades a respeito dessa poesia, e uma delas é o fato de ser o maior dos Salmos e o mais longo capítulo da Bíblia.

Ao todo são 176 versículos, que estão classificados na categoria de salmos de sabedoria. Essa poesia faz parte do quinto Livro dos Salmos (107–150).

Trata-se de um acróstico, em que as 22 estrofes estão orga­nizadas de acordo com as 22 letras do alfabeto hebraico.

De acordo com o Manual Bíblico: “O poema tem suas seções de oito versículos cada. A primeira seção começa com a letra seguinte, Beth. E assim por diante, passando por todo o alfabeto. Vinte e dois multiplicado por oito é igual a 176”.5

Segundo Marcelo Oliveira, autor das lições, estamos diante de “um salmo que auxilia o crente a ampliar o pensamento bíblico, aprofundar o significado dos retos princípios e atingir um grande nível de fervor espiritual”.

CONCLUSÃO

Que sejamos como o autor do Salmo 119, amando e guardando com zelo os mandamentos do Senhor em nosso coração, pois eles certamente nos ajudarão a chegar aos céus. Se você ainda não tem, peça que Deus coloque em seu coração sede e amor pelas Escrituras, pois somente elas revelam aquilo que verdadeiramente agrada ao Pai.

Estamos inseridos numa sociedade que se diz cristã, mas é nessa mesma sociedade que não há espaço para verdades absolutas e os valores da Bíblia são desprezados por uma grande maioria.

Como cristãos, temos que ir na contramão do pensamento deste mundo (Rm 12.2). Aproveite enquanto há tempo e oportunidade para falar e viver conforme os princípios bíblicos da inerrante Palavra de Deus.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

5 Manual Bíblico: Entendendo a Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 195.

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: BUENO, Telma; SANTOS, Thiago. Encorajamento, Instrução e Conselho: Alcance uma Vida Feliz com os Ensinos dos Santos. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2023/06/15/licao-12-quanto-amo-a-tua-palavra/

Vídeo: https://youtu.be/48BGw4yVWkI

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