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Jovens – Lição 13- A beleza da unidade espiritual

INTRODUÇÃO

Comunhão é um dos assuntos mais relevantes que são tratados em toda a Bíblia.

O Salmo 133, ainda que de forma sucinta, enfatiza o valor da comunhão no Antigo Testamento.

Esse salmo compõe um grupo seleto de salmos que pertencem à categoria dos cânticos dos degraus. Os salmos dos degraus eram canções de adoração que os judeus cantavam enquanto peregrinavam ao monte Sião para adorar o Senhor.

A ênfase do salmo é a unidade tão necessária para que a adora­ção chegue às narinas de Deus como aroma suave.

Desde o Antigo Testamento, o Senhor tem mostrado ao seu povo que o cumprimento dos rituais e cerimoniais tornam-se obsoletos quando não estão acompanhados do cumprimento da Lei na sua essência.

Da mesma forma, a adoração coletiva e pública deveria ser acompanhada da harmonia e fraternidade entre os servos de Deus a fim de que Ele fosse verdadeiramente adorado.

O salmo ilustra a unidade e a comunhão por meio de duas imagens muito conhecidas do povo judeu: o óleo da unção do sumo sacerdote e o orvalho de Hermom. Ambos representavam momentos ímpares de felicidade pelas bênçãos resultantes desses eventos.

Semelhantemente, no Novo Testamento, nosso Senhor enfatizou a importância da unidade para o crescimento saudável da igreja. Essa unidade parte primeiramente de nossa comunhão com Deus, de nosso relacionamento com o Pai e o Filho.

Por conseguinte, esse modelo de relacionamento estende-se à forma como nos relacionamos com nossos irmãos. Como Corpo de Cristo, há uma necessidade mútua entre os seus membros. Dessa unidade e edificação dependem a saúde espiritual e o êxito da igreja.

E, por fim, é importante enfatizar que há, pelo menos, três ele­mentos indispensáveis à unidade da igreja: a doutrina, a piedade e o serviço.

Esses elementos são claramente notados no relacionamento da Igreja Primitiva e servem de referência para a Igreja dos dias atuais. Apesar dos anos, todos fazemos parte de um mesmo Corpo e com­partilhamos do mesmo Espírito, da mesma fé e do mesmo batismo.

I. A BELEZA DA UNIDADE

A beleza do Salmo 133 revela-se na ocasião em que esse salmo era usado em Israel. As canções de peregrinação mostravam que o povo reunia-se com o mesmo propósito, isto é, adorar o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

O salmista classifica como “bom” e “suave” a harmonia que havia entre o povo. Era um tempo de paz e alegria, e nada os impedia de subir a Jerusalém para adorar a Deus, o Senhor.

Como o óleo que perfumava o sacerdote e consagrava-o para o cumprimento do seu ofício ministerial, assim também era o povo que se aproximava para adorar.

Como o frescor trazido pelo orvalho que transformava o deserto em um oásis, assim era a sensação de paz e harmonia que tomava o coração de todos os reunidos. Esse momento singular da adoração judaica certamente nos ensinará preciosas lições.

1. O Salmo 133

Esse salmo compõe um grupo seleto de salmos que pertencem à categoria dos cânticos dos degraus. Os salmos dos degraus eram canções de adoração que os judeus cantavam enquanto peregrina­vam ao monte Sião para adorar o Senhor.  A maioria dos estudiosos considera que Davi é o autor desse salmo.

Há, pelo menos, mais 15 salmos na categoria dos degraus (120 a 134). A sociedade familiar era uma grande preocupação em Israel. Todas as famílias recebiam a herança na Terra Prometida, e a família era a unidade básica da sociedade.

Então, no clã, os irmãos (v. 1), segundo se esperava, viveriam em harmonia uns com os outros, e nisso residia a força da nação. A solidariedade garantia a pre­servação da cultura e da religião.

O culto havia sido centralizado em Jerusalém, e as festas anuais ajudavam a conservar o espírito nacionalista nos campos da política e da religião.1

Nesse aspecto, o tema do Salmo 133 é a unidade. Unidade é um elemento indispensável na adoração. É o contraponto a qualquer ideia de egoísmo ou disputa.

Não se pode imaginar a adoração que agrada a Deus partindo de corações que só pensam nos seus interesses.

Ainda que o homem aproxime-se de Deus, crendo que Ele é recompensador dos que o buscam (Hb 11.6), o sentimento primário deve ser, sem sombra de dúvidas, o enaltecimento do nome santo do Senhor.

Disputa e egoísmo não têm vez no ambiente de adoração a Deus. É uma bênção quando a virtude da unidade é compreendida e vivida pelos cristãos.

Vale destacar que essa mesma unidade considera que a comunhão entre os irmãos é pré-requisito para que se manifeste o poder de Deus.

O Espírito Santo não pode estar onde há discórdia e sentimento faccioso, porque o que prevalece em tal caso é a per­turbação e toda obra perversa (Tg 3.16), e o Senhor não compactua com tais sentimentos e ações.

2. A Unidade É Boa e Suave (v. 1)

O salmista classifica como “boa” e “suave” a harmonia que havia entre o povo. No versículo 1, ele intensifica essas duas expressões pelo termo “quão”, mostrando que não é apenas bom, mas muito bom e também suave poder desfrutar dessa harmonia singular.

O salmista deseja demonstrar a beleza da unidade entre irmãos de uma família natural para animar a unidade espiritual da nação.

Aqui, devemos levar em conta que nem sempre é possível que irmãos de carne habitem na mesma família. Passagens da Bíblia mostram isso a respeito de Esaú e Jacó (Gn 36.7) e o desentendimento entre Abraão e o seu sobrinho Ló (Gn 13.6).

Devemos considerar que nem sempre os irmãos, apesar de cres­cerem juntos, apresentarão gostos e preferências parecidas; afinal de contas, todo ser humano é único e possui personalidade distinta.

Podemos ver esse exemplo nas características de José em relação aos seus irmãos (Gn 37), ou mesmo nas de Jacó, citado acima, com relação a Esaú.

O fato é que, embora os irmãos apresentem perfis muito dife­rentes, isso não é considerado motivo para ódio e competição entre eles. Famílias inteiras sofrem quando irmãos vivem guerreando entre si.

Pais ficam divididos e brigam entre si na tentativa de proteger o filho que mais lhe agrada — o que, diga-se de passagem, é um erro cruel que destrói qualquer família.

Entretanto, a força desse primeiro versículo reside exatamente em perceber que, se há degradação na desarmonia familiar, há beleza na unidade e harmonia entre irmãos: a família toda é abençoada, a paz e a harmonia predominam, bondade e suavidade têm lugar na família.

Quem não gosta de desfrutar da bondade e da suavidade de um ambiente familiar? Essa imagem da unidade familiar deve transbordar para a unidade espiritual, pois o salmista espera que os peregrinos israelitas apliquem essa verdade ao subir unidos para adorar no Tem­plo.

Na realidade da igreja local, somos irmãos espirituais em Cristo, e como é belo, bom e suave quando a unidade é nossa realidade.

3. Duas Imagens: o Óleo da Unção e o Orvalho de Hermom (vv. 2,3)

As duas figuras apresentadas pelo salmista ressaltam o valor e a beleza da unidade. Como o óleo que perfumava o sacerdote e consagrava-o para o cumprimento do seu ofício ministerial, assim o povo aproximava-se para adorar.

Semelhantemente, o frescor trazido pelo orvalho que transformava o deserto num oásis repre­sentava substancialmente a sensação de paz e harmonia que tomava o coração de todos os reunidos.

As comparações feitas pelo salmista materializam de forma bem didática a satisfação experimentada pelos que estão em comunhão.

Note que o homem apontado pelos estudiosos como autor do salmo não é conhecido como alguém que desfrutou desde a tenra idade da harmonia no lar, a começar pela forma como era visto e tratado pelos seus irmãos mais velhos. Davi não trazia boa fama da parte deles (1 Sm 17.28).

Outrossim, o salmista também não era conhecido como um pai zeloso que prezava da comunhão com os seus filhos ou mesmo pela unidade entre eles. Basta lermos o relato da desavença com Absalão e a confusão deste com Amnom sobre a causa de Tamar (2 Sm 13.22).

Note que o maior problema dessa família era exatamente a falta de unidade. O Senhor, todavia, não fez apenas dos acertos de Davi uma grande história, mas também extraiu preciosas verdades dos seus erros. A unidade faz muita falta quando o crente deixa de cumprir com as suas responsabilidades perante Deus e os homens.

A unidade é enfatizada na representação apresentada no salmo:

a. O óleo da unção sobre o sumo sacerdote. 

A consagração do sumo sacerdote acontecia apenas uma vez na vida dele e tratava-se de coisa santa. O perfume do óleo exalava todo o ambiente conforme ele escorria sobre o corpo do sumo sacerdote, a sua cabeça e barba, bem como as suas vestes.

A comparação é clara: a unidade espi­ritual, do ponto de vista de Deus, é coisa santa, que destila bom perfume, formosura e doçura em qualquer ambiente que passar.

b. O orvalho de Hermom que desce sobre os montes de Sião. 

Do ponto de vista geográfico, o monte Hermom está bem distante dos montes de Sião. Estes ficam no sentido sul, e aquele em sen­tido norte.

O Hermom é cercado de uma região em que o sol é escaldante. Entretanto, por ser um monte bem elevado, o seu pico sempre está coberto de neve.

É o orvalho do Hermom que levará frescor e vida à área de vegetação castigada pelo sol escaldante até chegar aos montes de Sião, a morada do Deus todo-poderoso, de onde Ele ordena todas as bênçãos.

Assim, é o amor fraterno, a unidade entre irmãos. Ele traz frescor em período de sequidão; saúde em momento de enfermidades; e conforto, alegria e vida para a família espiritual (cf. At 2.46,47).

CONCLUSÃO

A unidade, mais do que a expressão da comunhão, expressa a qua­lidade da entrega do adorador. Aprendemos com o Salmo 133 que o cumprimento de rituais e cerimoniais sem um posicionamento sincero com relação à prática da Palavra de Deus torna a adoração sem sentido.

Da mesma forma, a adoração coletiva e pública deve ser acompa­nhada da harmonia e fraternidade entre os servos de Deus a fim de que Ele seja verdadeiramente adorado. A unidade espiritual é como um perfume que exala o seu doce aroma em todos os ambientes.

Nosso Senhor espera que a sua Igreja, isto é, os jovens, exale esse aroma por meio da unidade. Nada é mais incrível do que uma ju­ventude unida na causa do evangelho.

Como é agradável ao Senhor Deus uma juventude que pensa na mesma doutrina, que ama uns aos outros e faz exatamente o que Jesus ordenou fazer.

Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: BUENO, Telma; SANTOS, Thiago. Encorajamento, Instrução e Conselho: Alcance uma Vida Feliz com os Ensinos dos Santos. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2023/06/23/licao-13-a-beleza-da-unidade-espiritual/

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