Juvenis – Lição 11 – As palavras de Agur
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a respeito das palavras de Agur no Livro de Provérbios.
As escrituras não mencionam muitas informações sobre Agur Filho de Jaque mas direcionou as suas palavras a dois Alunos:
Itel e Ucal, a quem instruíam veremos segundo algumas pesquisas informações descrita no Cap 30 de provérbios.
Não sabemos quem foi Agur, filho de Jaque, nem onde ele viveu. Talvez que ele tenha sido, à semelhança de Jó e Balaão, um indivíduo não-israelita que tinha conhecimento do verdadeiro Deus.
Ele era filho de Jaque, um dos oráculos do reino. Supõe-se que Itiel e Ucal tenham sido discípulos de Agur.
Jaque era um grande conhecedor das Escrituras Sagradas, e transmitiu ao filho esses conhecimentos.
São do seu filho AGUR as palavras constantes do texto de Provérbios 30.1-33. Quando Salomão estava finalizando a escrita do Livro de Provérbios, AGUR apresentou-lhe os seus escritos.
Assim, para homenagear o seu fiel assessor, Salomão fez inserir em seu livro a obra de AGUR, que se transformou no Capítulo 30 (30.1-33) do livro.
O Capítulo recebeu o título de “As palavras de Agur”. O texto tem uma apresentação, uma introdução, um desenvolvimento (em três partes) e uma conclusão, da seguinte forma:
A Apresentação encontra-se no primeiro versículo:
“Palavras de AGUR, filho de Jaque, o oráculo. Disse este varão a Itiel; a Itiel e a Ucal” (1).
Daí, a introdução: Na verdade que eu sou mais bruto do que ninguém; não tenho o entendimento do homem (2).
Nem aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo (3).
Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou o vento nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o Seu nome? E, qual é o nome de seu Filho, se é que sabes? (4).
Toda a Palavra de Deus é pura. Escudo é para os que confiam NELE (5).
Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso (6).
Duas coisas eu te pedi! Não mas negues, antes que eu morra (7).
Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa. Não me dês nem a riqueza e nem a pobreza! Mantêm-me do pão de minha porção acostumada (8).
Para que porventura de farto tu não negue, e diga: Quem é o senhor? Ou, que, empobrecendo, não venha a furtar, e nem lance mão do nome de Deus (9).
Não calunies o servo diante do seu senhor, para que te não amaldiçoe e fiques culpado (10).
A partir daí, processa-se o desenvolvimento do Capitulo em três partes.
1ª A parte encontra-se nos versículos 11 a 17, da seguinte forma:
Há uma geração que amaldiçoa o seu pai, e que não bendiz à sua mãe (11).
Há uma geração que é pura aos seus olhos, e que nunca foi lavada da sua imundícia (12).
Há uma geração cujos olhos são altivos, e cujas pálpebras são levantadas para cima (13).
Há uma geração cujos dentes são espadas, e cujos queixais são facas, para consumirem na terra os aflitos, e os necessitados entre os homens (14).
A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Estas três coisas nunca se fartam. E, quatro nunca dizem: Basta! (15).
A sepultura, a madre estéril, a terra que nunca se farta d’água, e o fogo nunca dizem: “Basta”! (16).
Os olhos que zombam do pai, ou desprezam a obediência da mãe, corvos do ribeiro os arrancarão, e os pintãos da águia os comerão , ou seja sofrerá porque não respeitou nem honrou os pais (17).
2ª Parte do desenvolvimento está inserida nos versículos 18 a 24, da seguinte maneira:
Há três coisas que me maravilham; e a quarta eu não conheço (18):
O caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem (19).
Tal é o caminho da mulher adúltera: ela come; limpa sua boca, e diz: “Não cometi maldade! (20).
Por três coisas se alvoroça a terra. E a quarta não a pode suportar (21).
Pelo servo, quando reina; e pelo tolo, quando anda farto de pão (22).
Pela mulher aborrecida, quando se casa; e pela serva, quando fica herdeira de sua senhora (23).
Estas quatro coisas são das (mais) pequenas da terra, mas sábias. Bem providas de sabedoria (24).
3ª e última parte do desenvolvimento se encontra nos versículos 25 a 33, na forma seguinte:
As formigas são um povo impotente; no entanto, no verão preparam a sua comida (25).
Os coelhos são um povo débil; e, contudo, faz a sua casa na rocha (26).
Os gafanhotos não têm rei; no entanto, todos saem, e em bando se repartem (27).
A aranha (ou a lagratixa) apanha com as mãos, e está no paço dos reis (28).
Há três (animais) que têm bom andar; e o quarto passeia muito bem (29).
O leão, o mais forte entre os animais, que por ninguém torna atrás (30).
O cavalo de guerra (ou o cão de caça), bem cingido pelos lombos; e o bode também; e o rei a quem não se pode resistir (31).
Se (tu) obraste loucamente, elevando-te, e se imaginaste o mal, põe a mão na boca (32).
Porque o espremer do leite produz manteiga; e o espremer do nariz produz o sangue; e o espremer da ira produz contenda (33).
E, a conclusão é esse verdadeiro manual de bons conselhos, que dignificam o seu autor, seu co-autor e o próprio leitor.
Isso demonstra que Salomão era um rei sábio, que sabia manter suas amizades e cultivar suas alianças. Suas obras escritas demonstram isso.
E AGUR era um dos seus assessores mais próximos. Era um conselheiro discreto e muito dedicado ao seu rei. Dessa forma, ele tornou-se co-autor (embora minoritário) de Salomão na escrita do Livro de Provérbios, em sua parte final.
- A Palavra De Deus É Pura, Não Devemos Acrescentar Nada A Ela (Pv 30.5-6)
o capítulo é intitulado “Palavras de Agur” com base na sua frase inicial. Nada sabemos de Agur, filho de Jaque (1).
Como Jó, ele pode ter sido um não-israelita que conheceu o Deus da fé dos hebreus. Pode ter sido um respeitado mestre não-hebreu e possivelmente contemporâneo de Salomão.
Alguns estudiosos têm conjecturado que Agur era simplesmente mais um nome de Salomão.
No entanto, mais significativo do que a identidade exata de Agur é o fato de que as suas palavras foram consideradas dignas de inclusão no Livro de Provérbios.
- Observações Pessoais, 30.1-9
- O Conhecimento de Deus (30.1-4)
O significado exato do versículo 1 é tão incerto quanto a identidade de Agur. Alguns estudiosos consideram Itiel e Ucal pupilos prediletos de Agur.
Outros traduzem esses nomes de tal forma que simbolizem a luta de Agur para chegar ao conhecimento de Deus. “Eu estou exausto, ó Deus, estou exausto, ó Deus, e consumido” (Smith-Goodspeed).
Nos versículos 2-3, Agur expressa a sua ignorância de Deus e sua total humildade na sua aproximação de Deus.
No entanto, ele não é um cético, como alguns afirmam, mas reconhece que Deus não pode ser compreendido somente pela sabedoria humana. Agur não advoga conhecimento do Santo, como outros fizeram.
Com cinco perguntas retóricas ele contrasta o Criador e a criatura (4). Deus pode ser conhecido, mas ele é também incompreensivelmente grande (cf. Jó 11.7-8; 38—41; SI 104.1-5; Pv 8.24-29 e comentário; Is 40.12; Rm 11.33-35).
À luz da “transcendência majestosa” de Deus, o homem é visto com todas as suas limitações finitas .das investigações.
Os Versículos 5 e 6 fornecem a resposta às perguntas investigativas dos versículos 2-4.
Embora a luz do intelecto humano seja inadequada para prover uma compreensão apropriada do ser de Deus e de suas obras, a auto-revelação inerrante por meio da sua Palavra está ao alcance de todos os que confiam nele (5).
Deus é completamente confiável, e as suas palavras (6) não necessitam de especulação humana para torná-las completas (Dt 4.2; 12.32; SI 18.30; 84.11; 115.9-11).
A Palavra de Deus é pura e provê um conhecimento puro, sem as corrupções do raciocínio e das manipulações humanas.
Ver o Salmo 119 quanto às 166 declarações concernentes à lei de Moisés, a Palavra de Deus.
“Pura” (no hebraico, ceruphah) refere-se ao refinamento de metais. As palavras de Deus são submetidas à prova e não têm a mistura da escória humana.
Sua palavra é purificada como se fosse a prata purificada no crisol (ver Sal. 12.6). Cf. Pro. 17.3. Sal. 18.30 é quase igual ao presente versículo. A palavra aqui referida, na opinião de alguns, é a Bíblia Sagrada. Ver o vs. 6 e as explicações ali.
Nada acrescentes às suas palavras. Provavelmente, este é um dos primeiros versículos de reconhecimento do cânon, referindo-se à lei mosaica, aos Profetas e aos Escritos (incluindo aqueles relacionados à sabedoria). Cf. Pro. 29.18.
O fato de que o vs. 5 depende dos Salmos pode indicar que até mesmo aquele livro já tinha chegado a ser reconhecido como dotado de autoridade canônica.
A tríplice referência às Escrituras aparece pela primeira vez, explicitamente, no prólogo do livro de Eclesiástico, que data de cerca de 132 A. C. Cf. Pro. 13.13.
- Vivendo Naturalmente (30.7-9)
A ênfase da oração de Agur é dupla. Ele ora humildemente, em primeiro lugar, para que seja capaz de manter a sua integridade e piedade — antes que morra (7) — ou, literalmente: “todos os dias da minha vida”.
Afasta de mim a vaidade (falsidade) e a palavra mentirosa (8).
Em segundo lugar, ele ora sinceramente pelas necessidades mais simples da vida, nada mais, nada menos.
Ele não deseja nada que o faça negar ou blasfemar o seu Senhor. Aqui está o meio termo aplicado às questões espirituais e morais. As aspirações de Agur podem muito bem estar no coração e nos lábios de nós todos.
Afasta de mim a falsidade e a mentira. As provisões divinas que foram requeridas por Agur eram:
- Agur precisava da providência divina para ser resguardado da mentira e da falsidade, para que aquilo que ele sabia e expressava estivesse em acordo com a Palavra de Deus revelada (vs. 6).
Ademais, em sua vida pessoal, ele desejava a integridade e a verdadeira espiritualidade, livre das corrupções que os homens promovem. “Falsidade”, no hebraico, é shaw, “vazio”, mas também mentiras, destituídas da verdade divina.
- Ele queria o suficiente e o necessário para continuar a vida, mas não queria cair na armadilha que as riquezas trazem.
- Ele precisava de alimento adequado e do suprimento de suas necessidades básicas. Ele não queria contender com a pobreza e sua luta absurda contra até as coisas mais necessárias. Ele queria “o pão de sua porção”, conforme diz o hebraico, literalmente. Cf. Mat. 6.11.
Ele não via virtude alguma em ser pobre, e só enxergava armadilhas nas riquezas.
Para não suceder que, estando eu farto, te negue. Continuamos aqui a desfilar os pontos em consideração:
O homem farto, aquele que vive pleno em todas as coisas, pode terminar negando sua necessidade de Deus, fazendo perguntas estúpidas, como: “Quem é o Senhor?”, como se fosse independente e não precisasse da graça ou ajuda divina. Cf. Deu. 8.12-17.
Vivemos todos em estado precário. Todos somos dependentes de Deus até mesmo para viver o dia-a-dia. Naturalmente, espera-se que trabalhemos e planejemos, e nos afastamos das coisas que desagradam ao nosso Deus Sl 15.1-5 (Característica do Verdadeiro Cristão).
Confiando nas promessas de Deus. São muitas as promessas de Deus para o seu povo. As mais significativas não se resumem aos bens materiais, mas ao perdão dos nossos pecados (Hb 8.12), à adoção (2 Co 6.18), à vida eterna (1 Jo 2.25) e a um novo céu e a uma nova terra (2 Pe 3.13).
Essas promessas revelam a suficiência de Deus em nos prover o melhor. De fato, como dizem as Escrituras, as promessas divinas são boas e mui preciosas (1 Rs 8.56; 2 Pe 1.4).
Portanto, qualquer ideia de prosperidade, para ser genuinamente bíblica, necessita levar em conta a nossa dependência da vontade soberana de Deus (Sl 103.1-3; 23.1-6).”
Conclusão
O que foi que Agur pediu? Em primeiro lugar ele pediu a Deus para livrá-lo da vaidade e das mentiras (Pv 30:8). Ele rogou por livramento das idéias tolas e inúteis de homens e da vida vazia e sem valor que este mundo oferece.
Ele pediu o Senhor para guardá-lo de acreditar nas mentiras enganosas dos homens. Ele sabia que as opiniões e as atividades mundanas eram vãs e frustrantes (Sl 119:113; Ec 1:1-3; 12:8; Mt 6:24; ITm 4:8; IITm 3:1-5; Tg 4:4; IJo 2:15-17).
O que foi que Agur pediu? Ele então pediu a Deus para lhe dar somente um sucesso conveniente e modesto (Pv 30:8) Ele desejava evitar tanto a pobreza quanto a riqueza, sabendo que cada um destes trazia consigo seu próprio conjunto de tentações e provações (Pv 30:9).
Ele não orou contra as duas situações pelas dificuldades carnais que cada um traria, mas sim pelos seus efeitos em seu serviço para Deus.
A riqueza poderia inchar a sua mente e afastar o seu coração de Deus (Pv 18:11; 28:11; ITm 6:6-10), e a pobreza poderia levá-lo a roubar e a envergonhar o nome de Deus (Pv 1:10-19; 6:30-31).
Estes dois pedidos eram sábios e nobres. Agur não usou a oração para satisfazer os seus desejos como fazem muitos homens quando oram (Tg 4:3).
Ele buscou a glória de Deus, a verdade e o bem espiritual de sua alma, mesmo que tivesse que sacrificar algum sucesso.
Como no caso de Salomão, obter a sabedoria para agradar a Deus foi mais importante do que as riquezas (IRs 3:5-13). Assim como foi com Moisés, o desprezo junto com o povo de Deus era melhor do que os prazeres pecaminosos (Hb 11:24-26).
Autor e adaptação ao conteúdo Dc. Aildo
OBRAS CONSULTADAS
Revista Lições Bíblicas.
Comentário de Champlin AT Vol. 4 Salmos Cantares Eugene H. Merrill. Teologia do Antigo Testamento. Editora Shedd Publicações. pag. 337.
Provérbios Comentário Bíblico Moody
Provérbios (Comentário Bíblico de Matthew Henry)
Fonte: http://valorizeaebd.blogspot.com/2015/12/licao-11-as-palavras-de-agur-subsidio.html