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Lição 9 – O tempo para todas as coisas

lição 09

Através do tempo, aprendemos as limitações humanas e a nossa dependência de Deus.

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INTRODUÇÃO

– No início do estudo sobre o livro de Eclesiastes, analisaremos a questão do tempo.

– Através do tempo, aprendemos as limitações humanas e a nossa dependência de Deus.

I – A VIDA DEBAIXO DO SOL

– Damos início ao segundo bloco de nosso trimestre, em que iremos estudar o livro de Eclesiastes, cujas características e estrutura já tivemos ocasião de estudar na lição 1 deste trimestre.

– Eclesiastes é o livro da velhice de Salomão, o livro em que o sábio rei de Israel faz uma reflexão a respeito da “vida debaixo do sol”, ou seja, da vida sobre a face da Terra, depois de ter tido uma existência em que pôde desfrutar de tudo quanto o mundo terrenal pode oferecer: prazeres, riquezas, fama e poder.

– O pregador (que é o significado da palavra grega “Eclesiastes” e também do nome hebraico do livro, “Qohelét”), que é “o filho de Davi, rei em Jerusalém”, expressão que só pode se referir a Salomão, o único filho de Davi que reinou em Jerusalém, começa o seu livro afirmando com toda a convicção: “vaidade de vaidades! Diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade” (Ec.1:2).

– A palavra hebraica aqui utilizada, ou seja, “hebel” (חבל) tem o significado de “aquilo que é vazio; aquilo que é vão; vapor; sopro”, ou seja, algo “sem sentido”, algo “transitório”, algo temporário, que não deixa vestígio, como é o vapor que sai de uma chaleira com água fervendo, que se perde no ar e não deixa qualquer rastro.

– Logo em sua primeira exclamação, o pregador, que vai se dedicar neste livro a falar a respeito da “vida debaixo do sol” (Ec.1:3), mostra-nos que, após uma grande reflexão, chegou a uma conclusão: a de que a “vida debaixo do sol”, em sua dimensão terrena, não tem sentido algum, nada deixa de rastro, é algo absolutamente passageiro e sem valor.

– De pronto, ao chamar de “vaidade de vaidades” tudo o que existe, por si só, na vida debaixo do sol, o pregador está a nos mostrar uma realidade que é, inclusive, o objeto de nossa lição: a transitoriedade da vida terrena, a sua submissão ao tempo.

– O tempo é uma das “travas”, dos “limites” que o Senhor impôs para a vida terrena, para a vida debaixo do sol. Logo no limiar da narrativa da criação, percebemos que tudo foi feito sob o domínio do tempo: ‘No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn.1:1). A criação teve “um princípio”, “um começo”, ou seja, tudo ficou preso ao tempo.

– Como se não bastasse isso, a própria existência humana ficou limitada pelo tempo, em virtude do pecado. Se o plano divino é que o homem tivesse um início, como toda criatura, mas não tivesse fim, podendo ter uma vida indefinida mediante o acesso pleno e irrestrito à árvore da vida (cf. Gn.3:22), com a entrada do pecado, esta existência perene foi interrompida, na vida debaixo do sol, impondo-se-lhe a morte física (Gn.3:19).

OBS: Pela sua biblicidade, reproduzimos aqui o que diz o Catecismo da Igreja Romana a respeito do estado do homem antes do pecado: “Pela irradiação desta graça, todas as dimensões da vida do homem eram fortalecidas. Enquanto permanecesse na intimidade divina, o homem não devia nem morrer nem sofrer.

A harmonia interior da pessoa humana, a harmonia entre o homem e a mulher e, finalmente, a harmonia entre o primeiro casal e toda a criação constituíam o estado denominado “justiça original”.” (§ 376 CIC).

– Esta dura e triste realidade foi, em seguida, afirmada pelo próprio pregador, quando disse que “uma geração vai, outra geração vem, mas a terra para sempre permanece” (Ec.1:4).

– Já no ocaso de sua vida, Salomão, apesar de toda a glória que teve em seus dias, verificava que nada disso tinha alterado a lei divina estabelecida à humanidade após o pecado, ou seja, apesar de toda a pompa e esplendor que havia vivido por expressa dádiva divina, o rei verificava que também já estava chegando o término de sua vida e de sua geração e que, assim como as gerações anteriores, esta também passaria, embora o mundo continuasse a existir.

– Salomão, então, descreve, como ninguém a sucessão do ciclo da natureza, que se mantém inabalável, persistente, embora as gerações da humanidade se sucedam sobre a face da Terra.

Em estrito cumprimento à ordem do Criador, o universo e o planeta Terra vão existindo, a natureza vai seguindo o seu curso, enquanto que os homens vão nascendo, crescendo e morrendo, em uma limitação imposta pelo Senhor e que não tem como ser transposta (Ec.1:5-10).

– Vemos aqui, nesta declaração de um sábio e estudioso como Salomão, que não há como fugir da soberania divina sobre a criação. Apesar de toda a sua inteligência, o homem não consegue alterar o ciclo natural, a ordem estabelecida por Deus para reger o universo, as leis físicas.

Há séculos tem o homem buscado transpor estas barreiras, mas tudo isto é inútil, pois o Senhor de todas as coisas é Deus e não, o homem.

– Salomão discrepa aqui dos filósofos gregos, que criam que a matéria era “eterna”, que a natureza perduraria para sempre.

Bem ao contrário, quando o rei israelita diz que “a terra para sempre permanece”, ele está a indicar não uma “eternidade” da Terra, mas, sim, a grande diferença que existe entre a duração da terra e a duração do homem, algo que a ciência só veio a confirmar, posteriormente, ao mostrar como a criação tem milhões de anos e o homem, quando muito, pouco mais de uma centena de anos de vida.

– Esta terra não durará para sempre, como indica o próprio Deus quando decidiu não mais destruí-la com o dilúvio, dizendo que “enquanto ela durasse”, haveria o transcurso do ciclo natural por Ele instituído (Gn.8:22), algo que seria posteriormente revelado pelo Senhor, ou seja, de que haverá novos céus e nova terra onde habitará a justiça (Is.65:17; II Pe.3:13; Ap.21:1,27).

– Salomão, também, ao apresentar o sentido cíclico do tempo, no que concorda com o pensamento grego, também nos mostra que devemos ter muito cuidado com a ideia moderna de “progresso” e “desenvolvimento”, que, aliás, não é desconhecida das Escrituras Sagradas, que nos mostram que haveria, sim, “multiplicação da ciência”, como nos diz o profeta Daniel (Dn.12:4).

– A questão que aqui se põe por Salomão é de que eventual avanço científico e tecnológico, o aumento da expectativa de vida das pessoas, a possível intervenção humana no ciclo natural, não alterará a ordem estatuída por Deus ao mundo, pois nada disso alterará a natureza humana, o grande abismo existente entre o homem e o ciclo natural, a impotência humana diante da criação.

Por isso, apesar de roupagens diferentes, o fato é que, na história da humanidade, tudo se repete, tudo segue o ciclo natural, que não pode ser modificado, visto ser obra divina, que o homem jamais poderá alterar.

– O pregador mostra que tudo quanto sucedeu no passado, também se sucederá no futuro (Ec.1:9,10), pois as gerações passam, mas o ciclo natural permanece e não se terá lembrança do que se fez antes, pois tudo se perde, como o vapor que é visto da saída de uma chaleira e que depois não se vê mais nem deixa qualquer rastro.

Aquilo que é transmitido de uma geração para outra, a chamada “tradição”, também se perde ao longo dos séculos e uma parte ínfima é registrada e deixada ao contato da geração seguinte.

OBS: Aliás, nos dias hodiernos, com a crescente digitalização das informações, há uma discussão a respeito da necessidade de se deixarem documentos para as gerações seguintes, pois muito do que está sendo produzido hoje, com a constante mudança de programas e de tecnologias corre maior risco de se perder que os documentos físicos.

– A mentalidade predominante em nossos dias, que crê num progresso e desenvolvimento da humanidade, com abandono de tudo quanto se passou, que tem sido propriamente denominada de “mentalidade revolucionária”, é um pensamento ilusório e enganador, que não deve ser acolhido por um sincero e genuíno servo de Deus.

Esta história de “tentar mudar os tempos e a lei” é uma das molas-mestras do “espírito do Anticristo” (Dn.7:25), uma expressão da soberba humana, que não terá qualquer êxito.

OBS: “…’Mentalidade revolucionária’ é o estado de espírito, permanente ou transitório, no qual um indivíduo ou grupo se crê habilitado a remoldar o conjunto da sociedade — senão a natureza humana em geral — por meio da ação política; e acredita que, como agente ou portador de um futuro melhor, está acima de todo julgamento pela humanidade presente ou passada, só tendo satisfações a prestar ao ‘tribunal da história’.

Mas o tribunal da história é, por definição, a própria sociedade futura que esse indivíduo ou grupo diz representar no presente; e, como essa sociedade não pode testemunhar ou julgar senão através desse seu mesmo representante, é claro que este se torna assim não apenas o único juiz soberano de seus próprios atos, mas o juiz de toda a humanidade passada, presente ou futura.

Habilitado a acusar e condenar todas as leis, instituições, crenças, valores, costumes, ações e obras de todas as épocas sem poder ser por sua vez julgado por nenhuma delas, ele está tão acima da humanidade histórica que não é inexato chamá-lo de super-homem…” (CARVALHO, Olavo de. A mentalidade revolucionária. In: BRASIL, Filipe Moura (org.). O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. 3.ed. p.187).

– Esta consciência das grandes limitações do ser humano diante desta vida terrena é que dá ao livro de Eclesiastes um clima considerado como pessimista, mas que é, sem dúvida, um verdadeiro antídoto divino contra a soberba da humanidade, contra a crença de que pode ela viver, debaixo do sol, independentemente de Deus e com base em suas próprias forças.

– É precisamente alguém que foi aquinhoado pelo Senhor de tudo quanto a vida debaixo do sol poderia oferecer de desejável que chega, no ocaso de sua vida, à constatação de que “tudo é vaidade”, que nada vale a pena nesta vida debaixo do sol se deixamos Deus de lado.

– O pregador não chegou a esta conclusão de modo precipitado ou como frustração de algo que não tenha conseguido desfrutar. Bem ao contrário, como ele mesmo próprio afirma, foi resultado de um longo, lento e meticuloso processo de estudo e observação de “tudo quanto sucede debaixo do céu”, quando pôde observar que tudo não passava de “vaidade e aflição de espírito” (Ec.1:13,14).

– Até mesmo todo o conhecimento e sabedoria que obteve, Salomão viu ter sido apenas “aflição de espírito”, pois, levada em consideração somente a dimensão terrena, a muita sabedoria só traz muito enfado e o aumento da ciência, em aumento de trabalho (Ec.1:17,18).

A expressão “aflição” aqui se baseia na palavra hebraica “r`wuth” (רעןת), cujo significado é de “esforço vão; aflição; opressão”., ou seja, um empenho, um esforço que causa cansaço e grande atarefamento mas que não traz resultado algum.

– O pregador pôde observar que a sabedoria não dava ao sábio um destino distinto do do tolo, dada esta limitação de que já aduzimos. Embora a sabedoria fosse melhor que a estultícia, isto em nada alterava o ciclo determinado pelo Senhor para a vida debaixo do sol, de sorte que, em si mesma, levada em consideração a vida debaixo do sol, a sabedoria não passava de vaidade e aflição de espírito (Ec.2:12-16).

– Mas não é somente na “sabedoria e conhecimento” que a vida debaixo do sol se mostra vã, vazia de sentido. Ao buscar também no prazer, na “alegria” um sentido para a vida, o pregador também se decepcionou (Ec.2:1-3).

– Mas, o pregador também procurou encontrar sentido na vida através de realizações, tendo feito obras magníficas, como casas, vinhas, horas, jardins, mas tudo isto se lhe apresentou, também, como algo vão e sem sentido (Ec.2:4-6).

– O pregador, então, tentou nas riquezas, nas posses materiais, um sentido para a vida, tendo adquirido servos e servas, acumulado ouro, prata e joias, mas, apesar de tudo isto, também verificou que tudo era vaidade e aflição de espírito (Ec.2:7-11).

– Foi, então, o pregador buscar sentido da vida no trabalho, mas também percebeu que o trabalho, em si, não fugia da mesma situação de vaidade e aflição de espírito, pois tudo quanto fizesse ficaria para outro homem depois dele, que não se sabe se aproveitaria toda a dedicação e desvelo com que se fez o que se fez na geração anterior (Ec.2:17-23).

– Verdade é que o pregador, ao dissertar sobre o trabalho, fez questão de dizer que o trabalho não é totalmente vão, visto que, com ele, é possível sobreviver sobre a face da Terra, sendo algo que vem da mão de Deus o desfrute deste esforço no presente (Ec.2:24).

– Nesta consideração, aliás, o pregador já antecipa o que falará ao longo de sua reflexão, qual seja, que o importante é que o “homem seja bom diante de Deus”, pois é aí que reside o verdadeiro sentido da vida debaixo do sol.

OBS: Este pensamento de Salomão segundo o qual o “homem bom” é aquele que recebe as benesses divinas, tanto neste mundo quanto no vindouro, foi acompanhado pelos mestres judaicos posteriores, como nos dá conta este trecho da Enciclopédia Judaica:

“…Para os que não conseguiam aceitar a morte como fim da existência, a ideia do Mundo-do-além trazia em si a certeza de compensação para todas as faltas e frustrações sofridas na vida.

Viam o Céu e a Terra como interdependentes, como uma só unidade. Foi isto que levou os Sábios a declararem solenemente que Deus não entraria na ‘Jerusalém Celestial’ antes que a ‘Jerusalém Terrena’ (outra designação para o Reino de Deus…) ficasse bem implantada como resultado dos esforços dos homens para alcançar a virtude.

Tornavam perfeitamente claro para o povo que um Gan Éden 9Paraíso) de encomenda era uma ilusão; o Paraíso só se tornaria Paraíso na medida em que as pessoas quisessem realizá-lo comportando-se virtuosamente durante a vida.

Portanto, estavam enganados aqueles que pensavam que o Gan Éden havia sido criado por Deus como recompensa a ser conferida no Além pelo bem praticado na terra.

O Todo-Poderoso não havia feto o Paraíso; os indivíduos é que o fariam! A Jerusalém do Céu era construída como a Jerusalém da Terra, mas ao invés de elevar-se pedra sobre pedra, como esta última, estava sendo construída através das ações de benevolência, de justiça e de verdade entre os homens.…” (AUSUBEL, Nathan. Mundo-do-além. In: A JUDAICA, v.6, p.587).

– O homem bom diante de Deus, e, por isso mesmo, temente a Ele, a ponto de se submeter à “lei severa e redentora do trabalho”, recebe da parte do Senhor sabedoria, conhecimento e alegria, fazendo com que possa desfrutar do que amealhou licitamente, enquanto que o pecador, aquele que desobedece a Deus, que não quer aprender d’Ele, tem seu trabalho destinado ao bom, sendo esta destinação uma demonstração a mais de que tudo esforço feito sem se pensar em Deus é nada mais que vaidade e aflição de espírito (Ec.2:24-26).

II – O TEMPO COMO SINAL PARA SUPERARMOS A VAIDADE E A AFLIÇÃO DE ESPÍRITO

– Nesta breve reflexão introdutória de seu discurso, o pregador mostra que tudo é vaidade, mas faz questão de mostrar que, ante as limitações impostas ao homem na ordem natural das coisas, nada faz sentido se for tomado em sua dimensão puramente terrena.

– Ao dissertar sobre o trabalho, Salomão indica, ainda que apenas de relance neste início de sua pregação, que o sentido da vida se encontra fora da dimensão terrena, em Deus, que dá sabedoria, conhecimento e alegria ao homem bom, e o próprio Salomão diz que ninguém os havia recebido tanto quanto ele (Ec.2:25).

– O homem, diante de suas grandes limitações, precisa recorrer a alguém que está sobre ele, alguém que está além desta dimensão debaixo do sol, precisa ir “além do sol”, para encontrar sentido para sua existência tão fugaz sobre a face da Terra.

OBS: O Alcorão traz ideia semelhante ao afirmar o que segue: “Dize-lhes: Basta-me Deus por testemunha, entre vós e mim. Ele conhece o que há nos céus e na terra. Aqueles que crerem nas vaidades e negarem Deus, serão os desventurados” (29:52) (Trad. Samir El Hayek).

– Por isso, na continuidade de seu discurso, mostra que existe um ordenador acima de toda a realidade terrena, alguém que está acima de tudo e de todos e que determina um tempo para todo o propósito debaixo do céu, alguém que fixa um propósito, uma finalidade para tudo quanto existe sobre a face da Terra.

– Quando Deus criou todas as coisas, fê-lo sobre a perspectiva do tempo. Com efeito, as Escrituras indicam, logo no seu início, que “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn.1:1), revelando, portanto, que o tempo é algo próprio e adequado para as criaturas.

Somente Deus é eterno, porque é o único que não tem começo, nem fim. Até mesmo os anjos, embora vivam eternamente, tiveram um princípio de existência, o que os vincula ao tempo.

– Na Terra, entretanto, esta limitação temporal é ainda mais intensa. Enquanto os seres celestiais têm um princípio de existência, na terra, tudo tem princípio e fim de existência.

O homem não era para ter fim de existência, na sua qualidade de mordomo, mas, diante do pecado, o próprio Deus determinou a morte física (Gn.3:19), submetendo a parte material do homem à mesma limitação temporal das demais criaturas terrenas.

Assim, ao menos no que se refere ao corpo, o homem também está completamente limitado pelo tempo, tendo começo e fim de existência física sobre a terra. Daí porque Salomão ter, com a sabedoria que Deus lhe deu, chegado à conclusão de que ” tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec.3:1).

– Como podemos observar, portanto, o tempo foi uma limitação criada por Deus às Suas criaturas. Deus, portanto, não está vinculado ao tempo e é, por isso, que podemos afirmar que Deus é um ser “atemporal”, ou seja, o tempo simplesmente não existe para Deus, que está acima do tempo.

Tal situação é de difícil entendimento para nós, seres humanos, pois nosso pensamento funciona em termos de espaço e de tempo, como têm constatado médicos, psicólogos e filósofos, mas devemos, pela fé, crer nisto, ainda que não possamos compreendê-lo muito bem. Para Deus há um eterno presente.

Para Ele, algo que ocorreu há milhares de anos, o que está acontecendo neste exato momento e o que acontecerá daqui a mil anos são a mesma coisa e estão acontecendo simultaneamente, ao mesmo tempo.

– Tendo sido o criador do tempo (Gn.1:14), Deus é o seu Senhor, pois dele também é o tempo (Sl.24:1). A Bíblia, explicitamente, assim afirma, como se pode ver em textos como Sl.31:15, onde o salmista afirma que os seus tempos estão nas mãos do Senhor, ou no Sl.104:27, onde se afirma que toda a criação aguarda o sustento divino no tempo oportuno, ou ainda, em At.17:26, que diz que é o Senhor que determina os tempos, que já foram anteriormente ordenados, como, aliás, lembra Daniel ao interpretar o sonho do rei Nabucodonosor, quando afirmou que Deus, que tem todo o controle do tempo, poderia saciar a curiosidade do monarca babilônio com respeito ao futuro (Dn.2:28).

Mas há, também, o tempo oportuno para a ajuda do Senhor, como nos mostra o escritor aos Hebreus, em Hb.4:16.

– Sendo algo que é controlado por Deus, o homem não foi feito para ser escravizado pelo tempo, mas, bem ao contrário, para ser controlado por ele.

No plano original de Deus ao homem, o tempo não teria qualquer papel de limitação à atuação humana no domínio sobre as coisas criadas sobre a Terra.

O homem não foi feito para ser limitado temporalmente, nem mesmo em relação ao seu corpo, tanto que, quando dizemos que Adão viveu 930 anos (Gn.5:5), devemos atentar que este tempo é o tempo de morte de Adão, ou seja, o tempo decorrido desde a expulsão do Éden, pois não se sabe quanto tempo viveu Adão antes da queda. E por que não se sabe tal tempo?

Simplesmente, porque o homem não foi feito para ser submetido ao tempo. O homem, antes da queda, vivia no estado que os teólogos e filósofos medievais denominaram de “aevum”, ou seja, um tempo em que há princípio de existência, mas não final, que é o estado vivido atualmente pelos anjos.

– Após o pecado, entretanto, o homem passou a ter limitação temporal, pelo menos no que se refere à sua existência física, tendo, então, de aprender a bem administrá-lo, pois, com esta nova realidade, o homem passou a ter de enfrentar o tempo, impedindo que ele se tornasse um impedimento, um obstáculo ao cumprimento das tarefas que lhe foram confiadas por Deus.

– Para sermos bons administradores do tempo, devemos observar o que Deus nos ensina a respeito do assunto, pois, além de ser o criador do tempo, pelo Seu infinito amor para com o homem, sabendo que deveria ele se submeter a esta dimensão, após o pecado, não o deixou sem instrução sobre isso.

– A primeira lição que temos de Deus a respeito do tempo é a de que tudo tem o seu tempo determinado. No relato da criação, é dito que Deus fez cada coisa no seu tempo certo, que são os “dias” da criação.

Embora saibamos que os “dias” da criação não sejam dias de 24 horas (até porque, o sol e a lua foram criados no quarto dia…), o fato de a narrativa bíblica indicar que a criação foi feita em seis períodos de tempo permite-nos vislumbrar que Deus nos ensina que tudo deve ser feito no seu devido tempo.

– Nosso Deus é um Deus de ordem e, como tal, nada faz senão no seu tempo devido. Por isso, Paulo pôde dizer que Jesus veio no tempo certo, como vemos em Gl.4:4, quando se diz que “vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”.

O texto mostra-nos, claramente, que Deus, que não está submetido ao tempo, sabendo de nossa condição e de nossa dimensão, faz todas as coisas levando em conta o tempo que nos envolve. Não é verdadeiro o provérbio popular segundo o qual “Deus tarda, mas não falha”. Deus jamais tarda, faz tudo no seu devido tempo.

– A segunda lição que temos de Deus a respeito do tempo é a de que é Ele quem determina o tempo em que as coisas devem ocorrer. Como diz o pregador: “tudo fez formoso em seu tempo” (Pv.3:11 “in initio”).

Também no relato da criação, observamos que Deus determinava o que deveria ser criado e, terminado o período segundo a Sua vontade, era ele encerrado, o que é expresso pela expressão ” e foi a tarde e a manhã, o dia tal”. Ou seja, o início e o término do “dia” da criação estão no absoluto controle do Senhor. Ele é o dono do tempo e o tempo está sob o Seu controle.

Saber isto é importantíssimo para o homem, que, muitas vezes, mormente nos nossos dias de tamanha agitação e movimentação, em que se fala no “tempo real”, é levado a crer que pode dominar o tempo ou controlá-lo.

A história da humanidade é a principal testemunha de que o homem não tem domínio algum sobre o tempo e que tudo está sob o domínio exclusivo do Senhor.

É esta a lição que Salomão pretende transmitir ao falar que tudo tem seu tempo determinado e que há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

– A Bíblia mostra-nos muitos exemplos dando conta de que este controle do Senhor é indelegável e deve ser admitido pelo homem.

Quando foi falar sobre o cumprimento da Sua promessa a Seu amigo Abraão, Deus foi enfático e sem meias palavras: “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor? Ao tempo determinado, tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho” (Gn.18:14).

E, um ano depois, tudo se cumpriu como havia sido dito: “E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha dito” (Gn.21:2).

– Com relação ao processo de libertação de Israel no Egito, Deus, também, demonstrou todo o Seu domínio sobre o tempo, como se verifica do texto de Ex.9:5: “E o Senhor assinalou certo tempo, dizendo: Amanhã fará o Senhor esta coisa na terra.”

Deus é o Deus que assinala e determina o tempo em que as coisas devem acontecer e, uma vez feita esta determinação e assinalamento, nada poderá impedir que isto ocorra. Por isso, pôde o apóstolo Pedro dizer que devemos lançar sobre Ele a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós (I Pe.5:7).

– A terceira lição que aprendemos de Deus, no que concerne ao tempo, é a de que o tempo foi criado para que pudéssemos estabelecer uma ordem nas tarefas que nos foram determinadas para fazer.

Deus é um Deus de ordem e quer que o homem, como Sua imagem e semelhança, seja, também, ordenado como Ele. Para tanto, criou o tempo.

A palavra “tempo” vem do latim “tempus”, que, por sua vez, vem do grego “temno”, que significa “cortar”, “decepar”. Daí porque R.N. Champlin define o tempo como ” aquilo que divide o dia em frações” (Tempo e espaço, filosofia do. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.6, p.347).

Sendo o tempo uma divisão, vemos, portanto, que o tempo é uma oportunidade para que possamos organizar as tarefas que nos foram confiadas por Deus.

Dividindo o dia em frações, podemos melhor nos organizar, para que façamos tudo o que Deus nos requer. O tempo é o meio pelo qual podemos nos organizar e, assim, podermos cumprir o que nos foi determinado e prestar contas adequadamente.

Este é um dos principais sentidos pelos quais Deus comparecia para um maravilhoso diálogo com o homem “na viração do dia”, ou seja, ao término do dia, ao final do período suficiente em que se tinha feito a divisão para o devido desempenho das tarefas confiadas ao homem (Gn.3:8).

– A quarta lição que aprendemos com Deus a respeito do tempo é a de que o tempo é uma realidade para as criaturas, não para o Criador, mas que o homem, como mordomo do Senhor, tem uma dimensão temporal, intensificada além do projeto original por causa do pecado, mas, também, tem uma dimensão que está fora do tempo, no “aevum” dos filósofos e teólogos medievais.

Por causa do pecado, como vimos, o homem passou a ter uma limitação temporal no que se refere a seu corpo, que passou a sofrer o influxo do tempo e a se corromper (I Sm.4:15; Jo.21:18; II Co.4:16).

Entretanto, isto não retira o fato de o homem ter sido feito à imagem e semelhança de Deus e que, portanto, tem uma eternidade à sua espera, entendida aqui a eternidade como a dimensão fora desta limitação temporal que hoje vigora.

A realidade de uma eternidade e da necessidade precípua de tratarmos deste assunto é o próprio cerne do evangelho e a razão de ser da obra redentora de Jesus (Jo.3:16; 17:1-3).

– Por isso, o próprio Salomão, mesmo tendo dito que há um tempo determinado para todo o propósito debaixo do céu, também asseverou que Deus pôs a eternidade no coração dos homens (Ec.3:11 ARA), havendo, portanto, esta dimensão “eterna” no interior do homem, que permite conscientizá-lo de que o mundo não se reduz ao que está debaixo do sol, de que há algo além desta simples existência terrena, o que motiva o que os filósofos existencialistas denominam de “angústia existencial” do ser humano.

– Esta consciência da “eternidade”, no entanto, não permite ao homem senão uma dependência de Deus, pois Salomão assevera, com absoluta clareza, que, apesar desta noção de eternidade, não pode o homem descobrir, por si só, o propósito divino: “…também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim” (Ec.3:11 ARA).

– Salomão, uma vez mais, indica-nos que a falta de sentido desta vida debaixo do sol é resultado exclusivo de não atentarmos para o fato de que há algo além do sol, de que existe alguém que tudo controla e a quem devemos buscar, pois foi Ele quem nos deu a noção da eternidade, noção esta que somente alcançaremos se formos atrás d’Ele, que é o eterno.

Bem se mostra aqui que, mesmo diante desta constatação da realidade da vaidade do mundo, em momento algum o pregador é cético ou sem esperança. Esta noção de eternidade existente em nós é um chamado a que busquemos Aquele que fixa um propósito para todas as coisas.

A quinta lição que aprendemos com Deus a respeito do tempo é de que o tempo é uma realidade imposta à criação e que não há como dele escapar ou voltar atrás. O tempo passa (At.14:16).

Um provérbio chinês muito conhecido diz que quatro coisas não voltam atrás e uma delas é o tempo perdido. Pois bem, quando vemos a narrativa da criação, verificamos que, quando um dia terminava, ele não poderia voltar mais.

– Ao dia primeiro, seguiu-se o segundo, ao segundo, o terceiro e assim por diante, precisamente porque o tempo é irreversível. Várias passagens das Escrituras mostram-nos esta realidade. Se há um tempo determinado para cada coisa, este tempo, também, é único.

Não se pode perder a oportunidade. Salomão deixou bem claro que há um tempo para cada ação e que, passado este tempo, é ele irreversível.

– O salmista afirma que fazia a sua oração num tempo aceitável (Sl.69:13; Is.61:2), o profeta diz que Deus ouviu o Seu servo no tempo favorável (Is.49:8) e que devemos buscar ao Senhor enquanto se pode achá-l’O (Is.55:6); o poeta, por sua vez, afirma que o inverno passou, assim como a chuva cessou e que o tempo de cantar chegou (Ct.2:11,12).

– O próprio Deus, ao informar a Noé o Seu compromisso com o homem em não mais mandar um dilúvio sobre a terra, fez questão de lembrar o patriarca a respeito da sucessão irreversível do tempo (Gn.8:22).

As Escrituras ensinam, assim, que nem todo tempo é igual e que, passado este tempo, não haverá mais o que se fazer (Dn.5:26; Mt.25:10-13).

– Esta realidade do tempo deve ser observada, porque há muito que muitos filósofos e estudiosos têm defendido a tese de que o tempo é uma ilusão, gente como o panteísta Baruch Spinoza (1632-1677) ou o pragmático William James(1842-1910).

Esta ideia, aliás, com o advento da teoria da relatividade no século XX, de Albert Einstein (embora o próprio Einstein nunca tenha negado a realidade do tempo), passou a empolgar muitos cientistas e filósofos.

O tempo, entretanto, para as criaturas terrenas, é uma inexorável realidade e não temos como dela fugir.

– A sexta lição que aprendemos com Deus é a de que o tempo pode ser administrado pelo homem, embora não esteja sob o seu controle.

Como vimos, o fato de Deus vir toda viração do dia ao encontro do homem é a prova evidente de que, organizando-se de acordo com o tempo, o homem poderia, sempre, dominar sobre o tempo, ainda que em caráter limitado, fazendo o que apraz ao Senhor no período determinado.

Jesus bem demonstrou isto, ao vir ao mundo na plenitude dos tempos (Gl.4:2), ao nos ensinar que devemos pensar no dia-a-dia, cumprir, no tempo certo, o propósito divino, não tendo buscando o pão de cada dia (Mt.6:11) e vivendo dia a dia, sem ansiedade ou indagação sobre o futuro (Mt.6:34).

– Esta administração do tempo é bem deduzida da própria expressão do pregador ao indicar que há tempo para todas as coisas.

Embora não possamos controlar o tempo e, portanto, não termos domínio sobre o tempo de nascer e o tempo de morrer, o tempo de plantar e o tempo de arrancar o que se plantou e assim por diante, podemos nos organizar de forma a que nos conduzamos segundo cada tempo determinado.

Precisamos entender “os sinais dos tempos” (Mt.16:3), o que nos leva, uma vez mais, à constatação de que isto somente será possível se deixarmos uma visão puramente horizontal da vida debaixo do sol e procurarmos ter contato e comunhão com Aquele que controla o tempo.

– A sétima lição que aprendemos com Deus é a de que o tempo não pode ser um fator que mude a nossa confiança n’Ele. Deus diz, solenemente, que vela pela Sua Palavra para a cumprir (Jr.1:12) e que as Suas palavras independem do tempo, pois elas não passam (Mt.24:35).

Embora nós saibamos que há dias bons e dias maus (Ec.12:1; I Pe.3:10), temos a convicção de que o Senhor estará conosco em todos eles (Mt.28:20), pois estamos destinados a viver para sempre com o Senhor (I Ts.4:17).

– Por isso, Salomão volta a insistir que é um dom de Deus que o homem coma e beba, e goze o bem de todo o seu trabalho (Ec.3:13), mostrando-nos que o segredo de termos sentido para a vida é, precisamente, o de entender “os sinais dos tempos”.

O importante é trabalhar e, depois, desfrutar do fruto do seu trabalho, trabalho este que é feito necessariamente dentro de um determinado tempo.

– Salomão é claríssimo ao dizer que sabia que tudo quanto Deus faz durará eternamente (Ec.3:14), ou seja, Ele está acima do tempo, Ele é o Eterno e devemos buscá-l’O, pois Ele já pôs a eternidade em nossos corações.

Esta eternidade do que Deus faz é como que uma senha para que nós O busquemos, para que nós O procuremos, pois “…isto faz Deus para que haja temor diante d’Ele” (Ec.3:14).

– O tempo permite-nos verificar que tudo está sob o controle do Senhor e, assim, termos a noção de que Deus fará justiça a tudo quanto sucede debaixo do céu.

Aqui, aliás, Salomão se antecipa ao filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) que via na ideia de justiça que tem o homem, em meio a um mundo injusto, uma prova moral da existência de Deus, já que esta ideia de justiça só seria possível se houvesse um “acerto de contas” no mundo vindouro, que restabelecesse a justiça que, embora concebida pela mente humana, era inexistente neste mundo, ou, usando da expressão do pregador, nesta “vida debaixo do sol”.

– “Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o intento e para toda a boa obra” (Ec.3:17). A percepção de que há um tempo determinado para cada coisa debaixo do sol traz-nos a convicção de que nada está perdido, que o Senhor fará justiça e que, por isso, não precisamos nos preocupar com o que ocorre, sabendo que tudo está nas mãos do Reto e Supremo Juiz.

– O tempo, também, permite-nos verificar a limitação humana, a sua condição de mera criatura, que vai para o pó assim como os demais animais, sendo o tempo nada mais que uma oportunidade para que sejamos provados pelo Senhor, a fim de que, diante da noção da eternidade e da percepção do tempo, possamos nos voltar para o Senhor “enquanto é tempo”, para que tudo quanto fizermos neste mundo não venha a ser destinado única e exclusivamente aos “bons”, àqueles que, embora vivam debaixo do sol, consigam enxergar “além do sol”.

– Por isso, deve o homem contentar-se com aquilo que faz debaixo do sol, desfrutando do que fizer aqui, reconhecendo que tudo está sob o controle do Senhor e que tudo vem d’Ele e que, portanto, precisamos estar submissos à Sua vontade, fazendo tudo dentro do tempo determinado, para que, então, tenhamos a “nossa porção” nesta vida, sem querer “mandar no mundo”, mas nos submetendo ao verdadeiro “dono do mundo”.

Esta atitude de humildade e resignação, ante a constatação de que tudo está nas mãos do Senhor, é o caminho sábio e que permitirá ao homem não ter, nesta “vida debaixo do sol”, apenas vaidade e aflição de espírito (Ec.3:22).

– Como é difícil, porém, ao ser humano ter esta atitude de humildade e reconhecimento da soberania divina! Dentro de sua soberba, o ser humano quer “mudar os tempos”, “transformar o mundo”, como se pudesse, num lance de mágica, alterar toda a ordem estabelecida e vencer inexoravelmente esta grande limitação que se lhe impôs o Criador, máxime após a entrada do pecado no mundo.

– As duas grandes ilusões do homem medieval, quais sejam, a “pedra filosofal” e o “elixir da longa vida”, não são, na verdade, fruto do pensamento dos alquimistas daquele período histórico, mas, como nos mostra aqui Salomão, duas pretensões humanas que revelam, tão somente, a recusa do ser humano em reconhecer a soberania divina, algo que é bem delineado pelo pregador ao tratar da questão do tempo.

– A busca de um objeto que transformasse tudo em ouro e em riquezas (a “pedra filosofal”) bem como de um remédio que curasse toda e qualquer enfermidade e permitisse a vida eterna (“o elixir da longa vida”) têm sido, em suma, a busca inútil do homem de poder ascender à eternidade sem que precise de Deus, o Eterno.

– O fluxo do tempo e a demonstração de que existe um propósito estabelecido por Deus para tudo quanto ocorre na vida debaixo do sol, bem como a constatação de uma ordem natural das coisas que é despida de qualquer controle humano são mostras que Deus nos dá de que nada é possível sem Ele (Jo.15:5) e que existe algo além da “vida debaixo do sol”.

– É isto que o pregador procura nos mostrar no livro de Eclesiastes. Faz ele um retrato fidedigno de toda a vida terrena, para nos mostrar que esta vida, em si mesma, não faz o menor sentido, é tudo “vaidade e aflição de espírito” e que somente se atentarmos para a noção de eternidade que o próprio Deus pôs em nós e percebemos que tudo segue uma ordenação estatuída pelo Senhor e que, portanto, a Ele devemos recorrer para podermos aproveitar algo neste mundo, poderemos ter algum sentido para a vida.

Que Deus nos ajude a termos esta compreensão e nos impeça de vivermos neste mundo sem qualquer sentido, num vazio que nos faça a passar por aqui apenas em vaidade e aflição de espírito.

 Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Site: http://www.portalebd.org.br/files/4T2013_L9_caramuru.pdf

 

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