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LIÇÃO Nº 13 – A FIDELIDADE DE DEUS

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A fidelidade de Deus é uma das garantias de que o propósito divino sempre será cumprido e que vale a pena nos dispormos a realizá-lo.

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INTRODUÇÃO

– Terminando o estudo dos exemplos bíblicos de provisão divina, estudaremos a respeito das adversidades sofridas pelo apóstolo Paulo em seu ministério.

– A fidelidade de Deus é uma das garantias de que o propósito divino sempre será cumprido e que vale a pena nos dispormos a realizá-lo.

I – A ALEGRIA DE PAULO MESMO ESTANDO PRESO EM ROMA

– Estamos terminando não apenas um trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical mas o próprio ano de 2016, um ano dificílimo para o povo brasileiro, mas que chega ao final com a oportunidade que temos não só de aprender a Palavra de Deus mas de termos consciência que, em meio às crises desta vida, o Senhor está conosco.

– Nesta última lição, nosso comentarista quis dar um exemplo de provisão divina em o Novo Testamento, mais precisamente na vida do apóstolo Paulo, que muito padeceu por causa do Evangelho mas que, mesmo estando preso em Roma, pôde escrever a chamada “carta da alegria”, a carta à igreja de Filipos em que procura animar os irmãos filipenses que se encontravam abatidos por causa da prisão do apóstolo.

– Apesar de estar preso, Paulo não estava desanimado, ao contrário dos irmãos de Filipos.

Entendia que tudo que estava acontecendo era da vontade de Deus e que, por intermédio de sua prisão, ele pudera finalmente ver a igreja de Roma se dedicando à evangelização e, assim, tornando possível seu projeto de, em saindo da prisão, pregar o Evangelho na Espanha, abrindo uma nova frente missionária, desta feita no ocidente do Império Romano, até então não evangelizado.

– Paulo tinha plena consciência de que sua estada em Roma era da vontade do Senhor (At.23:11) e, portanto, tudo o que estava acontecendo estava no pleno controle de Deus e que era bom, tanto para ele, Paulo, quanto para a obra de Deus.

– Temos tudo esta consciência em meio às provações da nossa vida? Temos a intimidade que o apóstolo tinha para podermos vislumbrar, em meio às “cadeias”, a glorificação do nome do Senhor? Pensemos nisto!

– Tendo esta noção a respeito do papel da Divina Providência, Paulo, ao saber por intermédio de Epafrodito, que lhe trouxera uma ajuda financeira da parte da igreja de Filipos, que sempre participara do ministério do apóstolo, que os crentes de Filipos estavam entristecidos e abatidos com a sua prisão, resolveu escrever-lhes uma carta para que tivessem eles a mesma alegria de que estava a desfrutar o apóstolo.

– Esta alegria do apóstolo é mencionada por dez vezes nesta epístola e vale a pena observarmos qual o teor desta alegria para sabermos como devemos nos alegrar apesar das vicissitudes da vida, até porque a alegria espiritual do salvo não decorre das circunstâncias, mas, sim, da presença do Senhor em nossas vidas.

– A primeira alegria expressa por Paulo nesta carta é a “alegria da oração” (Fp.1:4), Como afirma o pastor José Barbosa de Sena Neto, “… A vida de oração é fundamental ao crente; faz parte do seu ministério sacerdotal.

Devemos orar por todos os santos, e fazer isso com a maior alegria e satisfação.

O segredo de orar com alegria é ‘trazer no coração’ aqueles pelos quais oramos, e ao orarmos por eles pedir para eles profundas e ricas experiências na vida em Cristo (1.9-11).…” (Carta aos filipenses: a epístola da alegria! Disponível em: http://www.cpr.org.br/bn-filipenses.htm Acesso em 14 maio 2013).

Temos orado com alegria? Temos alegria quando oramos? – Já temos visto, ao longo deste trimestre, que quem tem uma vida de oração, aproxima-se do Senhor e, por conseguinte, tem melhores condições de saber do propósito divino, passa a ter intimidade com Deus e as coisas que lhe vão acontecendo lhe são muito mais nítidas e claras, de modo que vê nas ocorrência da vida a mão de Deus, de modo que não tem porque desanimar ou fraquejar.

A oração é fundamental para que não permitamos que as adversidades venham a nos fazer descrer da Divina Providência.

– A “segunda alegria” da epístola de Paulo aos filipenses, como dito pelo pastor José Barbosa de Sena Neto, é a “alegria no fato de Cristo ser pregado” (Fp.1:18), “in verbis”: … Os longos anos de prisão de Paulo, longe ser de atraso para o progresso do Evangelho, antes contribuíra para o seu progresso.

Paulo está confinado dentro de quatro paredes, mas na sua imaginação, segundo a linguagem que ele emprega, está na vanguarda daqueles que pregam o Evangelho, indo na frente e abrindo picada para que os demais passem com relativa facilidade (1.12).

 Ao menos duas cousas positivas resultaram da prisão de Paulo: a ‘guarda pretoriana’, a elite do exército romano, estava sendo evangelizada; e, os irmãos em Roma proclamavam o Evangelho com mais desassombro.

Até os inimigos gratuitos do apóstolo estavam pregando a Cristo! E Paulo se regozijava!…” (Carta aos filipenses, a epístola da alegria! Disponível em: http://www.cpr.org.br/bn-filipenses.htm Acesso em 15 maio 2013).

– Paulo sabia que sua missão era a evangelização. Ele mesmo disse ter sido chamado por Deus para evangelizar (I Co.1:17).

Destarte, se o que acontecia na sua vida redundava em evangelização, ele sabia que era o propósito divino para a sua vida. Temos consciência de nossa chamada? Estamos conscientes de nosso papel no corpo de Cristo?

Este deve ser o nosso foco, pois, se o que ocorre em nossas vidas contribui para que este chamado recebido seja cumprido, não temos porque nos desesperar.

– A terceira alegria desta carta é “a alegria na fé” (Fp.1:25), “in verbis”: “…Paulo enfrentava a vida com realismo. Bem sabia que poderia ser condenado à morte, mas para ele vida ou morte lhe era indiferente.

O seu interesse era o bem-estar dos filipenses, e para eles seria mais interessante que Paulo continuasse a viver. Seria para a alegria da fé deles.

A alegria da fé resultante da comunhão dos santos.…” (Carta aos filipenses: a epístola da alegria. Disponível em: http://www.cpr.org.br/bn-filipenses.htm Acesso em 16 maio 2013) (Disponível também em: http://www.desafiodasseitas.org.br/bn-filipenses.htm Acesso em 06 set. 2016).

– O apóstolo Paulo estava preparado para morrer por Cristo, pois, preso em Roma, poderia ser condenado à morte pelo Imperador.

No entanto, o Senhor lhe revelou que não seria desta vez que ele seria martirizado e um dos motivos para isso era que ele deveria animar e alegrar os crentes de Filipos, que não suportariam, naquele momento, a morte do apóstolo.

Paulo vivia, como todo cristão, em função dos outros, para fazer bem ao próximo, a começar dos irmãos na fé.

Se era este o propósito do Senhor, Paulo não esconde isto dos filipenses, dizendo que seria solto e que, uma vez solto, trataria de ir ao encontro dos irmãos de Filipos (Cf. Fp.2:24).

– Devemos sempre atentar que a nossa vida sobre a face da Terra só tem razão de ser enquanto tivermos algo para fazer para o Senhor Jesus.

Cessada a nossa missão, terminada a nossa carreira, nada mais resta senão aguardarmos, no Paraíso, a ressurreição dos que dormiram no Senhor para nos encontrarmos com Cristo nos ares e estarmos para sempre com Ele (Cf. I Ts.4:13-17).

– A quarta alegria da carta aos filipenses é a “alegria da fraternidade cristã” (Fp.2:2). “…Havia em Filipos uma tendência religiosa perigosa, a da fragmentação da Igreja em partidos.

Paulo reúne todos os

elementos que contribuem para união de vida e de amor entre os irmãos, e ainda acrescenta o exemplo supremo de humildade, o da descida de Cristo do trono até a cruz, num esforço de combater o espírito partidário.

 E afirma que o que vai completar a sua alegria é que os filipenses sejam de fato unidos de alma.

Verdadeiramente, nada há que complete a nossa alegria mais do que isso, contemplar a união da igreja local, união essa que resulta de amor e de humildade, a fim de que ‘cada um considere os outros superiores a si mesmo’ (v.3).

Pode haver maior alegria?!…” (SENA NETO, José Barbosa de. Carta aos filipenses: a carta da alegria! Disponível em: http://prbarbosaneto.blogspot.com.br/2008/01/carta-aos-filipenses-carta-da-alegria.html Acesso em 29 maio 2013).

– Jesus veio para nos fazer um com o Pai e com Ele (Jo.17:21), mas também nos mandou que nos amássemos uns aos outros como Ele nos amou (Jo.15:12).

Destarte, temos de ter prazer de conviver com os nossos irmãos e de sermos um corpo com eles (I Co.12:12).

Quando todos temos o mesmo sentimento, o mesmo ânimo, o mesmo amor, estamos a cumprir o propósito divino e, por isso mesmo, temos de nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram (Rm.12:15).

Os momentos de adversidade mais ou menos generalizadas, como é o caso da crise que nos assola, são instantes em que isto se pode perceber com maior intensidade, é uma oportunidade para nos lembrarmos de nossa condição diante dos nossos semelhantes, em especial, dos domésticos da fé.

– A quinta alegria é a “alegria de sofrer por Cristo” (Fp.2:17). “…Nessa carta constantemente Paulo está face a face com a morte; considera o seu martírio como probabilidade.

Neste versículo Paulo se transporta em seu pensamento para o templo em Jerusalém na hora do sacrifício. A vítima está imolada e posto no altar: o fogo está acesso.

Chegou o momento cruciante, o auge da cerimônia toda: o sacerdote derrama sobre a vítima a libação. É o que aperfeiçoa o sacrifício. Paulo se considera essa libação , o que completa o serviço e sacrifício da fé dos filipenses.

O seu martírio seria justamente isso, a libação sobre o sacrifício. Por isso, os filipenses deveriam se alegrar, e alegrar-se juntamente com ele.

Alegria no sofrimento, mesmo que este seja o sacrifício supremo.…” (SENA NETO, José Barbosa de. Carta aos filipenses: a carta da alegria! Disponível em: http://prbarbosaneto.blogspot.com.br/2008/01/carta-aos-filipenses-carta-da-alegria.html Acesso em 29 maio 2013).

– Na sua segunda carta aos coríntios, o apóstolo Paulo descreve quanto sofreu por causa do Evangelho, por causa de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (II Co.12:23-28), sabendo que este sofrimento todo era propósito divino anunciado desde quando Ananias veio orar para que o apóstolo restabelecesse a sua visão, três dias depois de sua conversão (At.9:16).

– Todos os sofrimentos de Paulo eram enfrentados pelo apóstolo como o cumprimento do propósito divino na sua vida e, por causa disto, Paulo os suportava.

É evidente que tudo aquilo lhe causava dores, mal-estares, cicatrizes e reações biológicas, mas o apóstolo não abandonava a fé nem tampouco descria do poder de Deus sobre a sua vida e do cuidado do Senhor.

Ele sabia em quem tinha crido e que era poderoso para guardar o seu depósito até aquele dia (II Tm.1:12). Temos também esta convicção?

– A sexta alegria é a “alegria de receber um amado servo de Deus” (Fp.2:28,29). “…Epafrodito viera a Roma, enviado pelos irmãos filipenses, para servir a Paulo. Isso ele tinha feito com todo empenho.

Adoecera, e tinha estado às portas da morte. Deus, porém, o poupou para alegria sua, alegria de Paulo e alegria dos irmãos filipenses.

O processo contra Paulo estava na véspera de ser resolvido, e, por isso, Paulo espera em breve dispensar com os serviços de Epafrodito, e mandá-lo de volta para Filipos.

Paulo pensa na alegria com que esse fiel servo de Cristo será recebido pela Igreja, e de como será honrado pelos irmãos.

A alegria de receber e honrar um servo amado de Cristo.…” (SENA NETO, José Barbosa. Carta aos filipenses, a carta da alegria! Disponível em: http://prbarbosaneto.blogspot.com.br/2008/01/carta-aos-filipenses-carta-da-alegria.html Acesso em 07 jun. 2013).

– O apóstolo ficara alegre em receber Epafrodito, que tinha vindo da parte da igreja de Filipos para ajudar o apóstolo em suas necessidades materiais. A igreja de Filipos, ao longo do ministério de Paulo, sempre mandava sustento ao servo de Deus.

Mas Epafrodito não apenas veio trazer sustento material para o apóstolo, como também, ele mesmo, mostrou todo o seu amor para com a obra de Deus, pois também ficou à beira da morte, por causa de uma enfermidade (Fp.2:25-28).

– Epafrodito veio trazer ajuda a Paulo, mas, muito provavelmente, ao ver as necessidades do apóstolo, privou-se daquilo que tinha para seu próprio sustento durante a viagem em favor de Paulo e, por causa disto, até adoeceu, mas tudo fez por amor ao Evangelho e ao irmão na fé que se encontrava aprisionado.

Era um homem abnegado, ou seja, que negava a si mesmo em favor do próximo, tanto que fora para Roma para visitar Paulo e lhe levar ajuda sabendo que bem podia ser também incriminado como participante dos delitos daquele preso.

– Epafrodito saiu de sua zona de conforto. Bem estabelecido em Filipos, foi compartilhar das agruras e sofrimentos do apóstolo, foi “procurar uma crise”. Mas por que o fez? Por amor, porque sabia do valor do apóstolo Paulo e das necessidades que ele estava a passar.

Em vez de fugir da crise, Epafrodito foi compartilhar da crise do próximo. Que comportamento bem diferente dos que costumamos ver nos dias de hoje!

– A sétima alegria é a “alegria de estar em Cristo” (Fp.3:1; 4:1,4). “…Quando o Divino Mestre estava se despedindo dos Seus discípulos logo antes do Seu suplício, Ele lhes falava muito em alegria. Disse-lhes:

‘Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza, mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar’ (João 16.22).

Paulo era exemplo vivo desta verdade, pois quando tudo lhe era contrário então era que o seu coração transbordava de alegria!…” (SENA NETO, José de Barbosa. Carta aos filipenses: a carta da alegria! Disponível em: http://www.cpr.org.br/bn-filipenses.htm Acesso em 12 jun. 2013).

– O apóstolo Paulo alegrava-se porque estava em Cristo Jesus. A fonte de sua alegria era Jesus, que, como bem diz o título da famosa obra de Johann Sebastian Bach, é “a alegria dos homens”.

A alegria de Paulo não advinha de uma boa situação econômico-financeira, de uma posição social nem mesmo da sua condição de apóstolo de Cristo.

Não, não e não! Sua alegria decorria do fato de saber que estava em Cristo, ou seja, que fora salvo pelo Senhor Jesus e estava caminhando para o céu, fazendo a vontade do Senhor enquanto ainda peregrinava nesta Terra.

– Por maiores dificuldades que estejamos a passar neste mundo, tenhamos a convicção de que fomos resgatados da vã maneira de viver que, por tradição, recebemos de nossos pais, tivemos os nossos pecados perdoados e, agora, podemos caminhar rumo aos céus, sendo amparados por Cristo e pelo Espírito Santo, nada nos podendo separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm.8:35-39). Isto só pode nos dar alegria!

– A oitava alegria é a “alegria de quem ganha almas para Cristo” (Fp.4:1). “…Nenhuma igreja local que Paulo conseguiu fundar dava-lhe maior alegria do que a dos filipenses.

Foi as primícias de Cristo na Europa, e foi fundada em muita tribulação. Era igreja leal ao seu fundador, uma lealdade provada através dos tempos, mas que nunca falhava.

Não é de admirar que Paulo se alegra na igreja: ‘…meus amados e mui saudosos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados’!

Ah! meus irmãos, que alegria quando encontramos os nossos filhos na fé ‘…andando na verdade, assim como recebemos o mandamento do Pai’!(II João v.4).…” (SENA NETO, José Barbosa de. Filipenses: a carta da alegria! Disponível em: http://prbarbosaneto.blogspot.com.br/2008/01/carta-aos-filipenses-carta-da-alegria.html Acesso em 03 jul. 2013).

– Paulo fora chamado para evangelizar e, portanto, quando via as pessoas para quem ele havia pregado o Evangelho servindo ao Senhor, tinha ele grande alegria em saber que o propósito divino estabelecido a ele estava sendo alcançado.

Paulo era um evangelista, mas cada um de nós também fomos ordenados a pregar o Evangelho e, portanto, mesmo não tendo o dom de evangelista, cada cristão tem o dever de propagar a Palavra de Deus e chamar as pessoas a receber a Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador de suas vidas.

– Se não pregamos o Evangelho, se somos negligentes com esta tarefa que nos foi ordenada por Jesus Cristo, não estamos a agir de modo a cumprir o propósito divino e, assim, não poderemos querer ser alvo da Divina Providência, já que estamos andando em desacordo com ela.

Esta alegria de ganhar almas tem de ser algo que busquemos com afinco, até porque, se nos alegrarmos com as pessoas vindo a crer em Jesus, estaremos na “sintonia do céu”, pois, nos céus, há alegria quando um pecador se arrepende (Lc.15:7,10).

– Somente quem está na “sintonia do céu”, pode resistir às adversidades e aflições desta vida terrena, pois pode perceber, com discernimento espiritual, a mão do Senhor em todas as ocorrências, por mais nefastas que possam parecer, precisamente porque podem vislumbrar o cumprimento do propósito divino, já que se está na “mesma frequência” da vontade de Deus.

Eis aí a importância de termos a alegria de ganhar almas para Cristo.

Não é por outro motivo que um dos galardões a serem recebidos no Tribunal de Cristo será a “coroa de alegria” (Fp.4:1), destinada aos ganhadores de almas.

– A nona alegria é a chamada “alegria de receber donativos” (Fp.4:10). “…Paulo relembra com gratidão as inúmeras vezes que os irmãos de Filipos o tinham ajudado financeiramente.

Tantas vezes nas suas viagens missionárias ele recebia auxílio dos irmãos amados, e agora, estando preso, mandam-lhe um mensageiro, Epafrodito, para servir a Paulo na prisão, mas não o mandam de mãos vazias!

Ele leva consigo uma oferta, donativo de amor da parte dos irmãos filipenses. Paulo tem esta oferta “como cheiro suave, como sacrifício agradável e aprazível a Deus” (v.18).

Notemos de passagem que os dízimos, as ofertas, as coletas especiais – tudo isso na igreja local, não é transação comercial, muito menos um imposto, mas faz parte do ministério sacerdotal de todo crente:

é sacrifício aceitável que se oferece a Deus, é oferta da sementeira, é o aroma suave que agrada a Deus. E traz tanta alegria a tanta gente, como foi no caso de Paulo.

Eu lhe pergunto: sua igreja local tem plano missionário, investimento para suprir as necessidades dos missionários e as de sua família, daqueles que levam ‘a preciosa semente, andando e chorando…’, os quais voltarão ‘com cânticos de alegria, trazendo consigo os seus molhos’? (Sal. 126.6).

Quantos benefícios espirituais recebem aqueles que ofertam com alegria na obra missionária! Muitos são ofertantes anônimos, mas que ofertam fielmente sabendo de antemão, que, ‘no Senhor, o vosso trabalho não é vão’ (I Cor.15.58).

Muito obrigado, de coração, a todas aquelas Igrejas locais e aos irmãos e irmãs muitos deles até anônimos, que têm orado e ofertado generosamente em nosso benefício, para o nosso tão necessário sustento e o de minha modesta família, pois sem este ‘cheiro suave, como sacrifício agradável e aprazível a Deus’, não poderíamos continuar dando tempo integral à obra missionária que o Senhor Deus nos tem confiado.

Muito obrigado!…” (SENA NETO, José Barbosa de. Carta aos filipenses, a carta da alegria! Disponível em: http://prbarbosaneto.blogspot.com.br/2008/01/carta-aos-filipenses-carta-da-alegria.html Acesso em 29 jul. 2013).

– Parece que esta alegria não tem a ver com a alegria espiritual, pois seria um contentamento por receber bens materiais, por ser ajudado nas suas necessidades, algo que é natural e presente em todo e qualquer ser humano, independentemente de ele ser salvo ou não.

– Entretanto, a alegria de Paulo não advinha do valor material recebido, nem de ter ele sido ajudado em meio a apertos financeiros, em momentos delicados para o seu próprio sustento.

Paulo alegrava-se pelo fato de saber que aqueles donativos tinham sido um verdadeiro sacrifício pacífico ao Senhor.

Os filipenses não estavam a ser simplesmente supridores de necessidades materiais do próximo, mas, muito mais do que mera filantropia, estavam adorando a Deus com aqueles donativos.

Faziam-no por amor a Paulo, sem dúvida, mas, antes do que isto, por amor a Deus, por reconhecimento de que era a vontade do Senhor que o apóstolo continuasse a pregar o Evangelho, de que ele estava a cumprir os desígnios divinos.

Assim, antes de estar a ajudar o próximo, os filipenses estavam a participar do propósito de Deus, a cooperar com o Senhor na Sua obra.

– A décima alegria é “o contentamento com o que se tem” (Fp.4:11). Paulo disse que havia aprendido a se contentar com o que tinha, mesmo que suas posses fossem insuficientes para o seu sustento.

– Como afirma Charles Spurgeon em um sermão onde tratou precisamente deste contentamento de Paulo (sermão que foi traduzido e publicado no Portal Escola Dominical, disponível em http://www.portalebd.org.br/classes/jovens-e-adultos/item/1036-ap%C3%AAndice-4-contentamento-um-serm%C3%A3o-de-charles-spurgeon ), este contentamento não é algo que nasça naturalmente do homem, mas o apóstolo disse tê-lo aprendido, prova de que somente uma vida de comunhão com Deus poderia produzi-lo, por ação do Espírito Santo.

– Contentar-se com o que se tem é algo que vem de uma comunhão com Deus, pois a natureza pecaminosa do homem é tendente à ganância e à insatisfação, à insaciedade, pois existe na carne aquela “sanguessuga” que gera as suas duas filhas: “dá, dá”(Pv.30:15).

– O proverbista também diz que “os olhos do homem nunca se satisfazem” (Pv.27:20) e “aquele que tem um olho mau corre atrás das riquezas” (Pv.28:22).

Portanto, o contentamento de Paulo manifesta, claramente, que a alegria que tinha em ser lembrado pelos filipenses não era de ordem material, nem refletia um materialismo que, infelizmente, está presente na vida de muitos obreiros que se dizem cristãos em nossos dias.

– O amor de Paulo era amor a Deus e, por isso mesmo, não poderia ser amor às riquezas, pois quem serve a Deus não pode servir às riquezas (Mt.6:24), outra afirmação bíblica que é por muitos deixada de lado em nossos dias, visto que leva a muitos incômodos por parte de alguns que não estão a viver a verdadeira e genuína fé cristã.

– Paulo tinha aprendido a se contentar com o que tinha, e, por isso mesmo, havia aprendido a estar abatido, tanto quanto a ter abundância; havia sido instruído, ensinado pelo Espírito Santo tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade (Fp.4:12).

– Paulo demonstra aqui uma libertação de todas as circunstâncias desta vida. Estava aqui para cumprir a vontade do Senhor e considerava que Deus, como sendo o Soberano do Universo, podia muito bem querer que ele passasse por necessidades, se isto fosse representar crescimento espiritual para o apóstolo.

– Antes mesmo de ser preso em Jerusalém, quando ainda se preparava para viajar para a capital dos judeus a fim de levar ajuda aos crentes pobres da Judeia, vemos que o apóstolo já havia aprendido esta lição, já que havia escrito aos crentes de Roma que todas as coisas contribuíam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados pelo Seu decreto (Rm.8:28).

– Quem ama a Deus é porque recebeu, antes, o amor de Deus em seu coração (I Jo.4:19) e, portanto, possui um amor totalmente abnegado, desinteressado e que é capaz de tudo suportar, sabendo que as aflições do tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Rm.8:18).

– Muitas das vezes as circunstâncias adversas nos sobrevêm precisamente para que possamos manifestar aos outros este amor de Deus que se encontra em nossos corações.

 Assim como alguns produtos somente exalam o seu aroma precioso quando são devidamente amassados, triturados e moídos, também, por vezes, somente quando passamos por tribulações e severas adversidades é que exalamos o amor de Deus que se encontra em nosso interior, que demonstramos o “bom cheiro de Cristo” que somos (II Co.2:15).

– Paulo era extremamente agradecido pela ajuda que recebia dos filipenses desde o primeiro dia em que começara a evangelizar aquela cidade, mas fazia questão de mostrar aos crentes de Filipos que o amor de Deus está acima de benesses materiais ou de uma filantropia, pois ele já aprendera a se contentar com o que possuía.

– Este aprendizado Paulo não quis que ficasse apenas para si. Aqui ensina os filipenses a que o imitassem, também tendo o mesmo contentamento.

A Timóteo, também, daria o mesmo ensino, pouco depois, ao ensinar seu filho na fé de que “é grande ganho a piedade com contentamento, porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.

Tendo, porém, sustento e com que nos cobrimos, estejamos com isso contentes” (I Tm.6:6-8). Que importante lição para aprendermos em meio a um mundo cada vez mais materialista e ganancioso!

– Ainda fazendo menção ao sermão de Charles Spurgeon, é importante deixarmos aqui registrado que este contentamento não abrangia apenas as circunstâncias adversas.

O apóstolo fez questão de deixar consignado que também aprendera a se contentar com o que tinha nos instantes de opulência, de fartura e de abundância.

– Como afirma o príncipe dos pregadores britânicos, “…Esta segunda parte do conhecimento é igualmente valiosa: ‘Sei ter abundância’. Há uma grande quantidade de homens que sabem um pouco como ser abatidos, mas não sabem de modo algum ter abundância.

 Quando eles são postos na cova com José, eles olham para cima e veem a promessa iluminada e a esperança por um escape.

Mas, quando são postos no topo do pináculo, suas mentes ficam perturbadas e eles estão prontos a cair.…” (Contentamento – um sermão de Charles Spurgeon. end. cit).

– Contentar-se com o que se tem, quando se tem pouco ou o insuficiente, não é fácil, mas contentar-se com o que se tem, quando se tem muito é igualmente difícil, diríamos até mais difícil, pois o autocontrole é de ser exercido para que a pessoa não se torne gananciosa e queira mais do que o que já se tem, máxime num mundo materialista e hedonista como o que vivemos.

– Paulo, porém, estava liberto das circunstâncias desta vida e, como amava a Deus, sabia tanto ter necessidade, quanto ter fartura.

Irmãos amados, que passemos por este mesmo aprendizado do apóstolo, que deixemos que o Espírito Santo nos ensine a ter este nível de maturidade espiritual!

II – A FONTE DA ALEGRIA DE PAULO

– Quando Paulo disse que “tudo podia n’Aquele que lhe fortalecia”, ele estava a dizer que, independentemente das circunstâncias, ele era capaz de suportar tudo por amor a Cristo, sabendo que “estar com Cristo é bem melhor” (Fp.1:23), de que devemos estar completamente desapegados das coisas passageiras desta vida.

– O apóstolo Paulo estava a ensinar os crentes de Filipos de que eles deveriam esforçar-se para atingir um patamar na vida espiritual em que tudo o que se passasse nesta Terra seria indiferente.

O crente deveria manter-se assentado “nas regiões celestiais em Cristo”, onde fora posto pelo próprio Senhor e ali desfrutar de “todas as bênçãos espirituais”, como escreveu aos efésios (Ef.1:3), também uma das chamadas “cartas da prisão”.

– O apóstolo Paulo estava a ensinar os filipenses de que devemos aprender com Cristo e ser completamente desapegados de qualquer coisa desta vida, inclusive do nosso “eu”, vivendo para fazer a vontade de Deus, vivendo para Cristo Jesus, não permitindo que qualquer pensamento ou desejo venha a nos desvirtuar de nossa abnegação por Jesus.

– Como isto é diferente do que ouvimos por aí a respeito de Fp.4:13.

Paulo não estava aí exaltando o seu “eu”, nem tampouco dizendo aos crentes de Filipos que eles deveriam “arrebentar” tudo para fazer prevalecer os seus desejos, pois “nada pode segurar o crente”, mas, bem ao contrário, estava a demonstrar que o salvo deve se conformar à vontade de Deus e saber que isto é o que realmente importa na sua vida, mesmo que isto envolva necessidade, fome e abatimento.

– Paulo exorta, não só os filipenses, mas a nós todos, visto que este texto passou a fazer parte das Escrituras, a termos o mesmo sentimento de Cristo Jesus que deixou a Sua glória para ser obediente até a morte e morte de cruz (Fp.2:5-8).

Por isso, diz que não devemos atentar para o que é propriamente nosso, mas cada qual também para o que é dos outros (Fp.2:4), outros a serem sempre considerados superiores a nós (Fp.2:3).

– O discurso triunfalista que se lastreia no texto fora de contexto de Fp.4:13, entretanto, quer nos levar ao egoísmo, ao individualismo, ao apego às coisas terrenas, é um ensino completamente distorcido do que ensina a Palavra de Deus. Fujamos disto, amados irmãos!

– O apóstolo Paulo dá-nos, ainda, uma importantíssima lição. A libertação das circunstâncias desta vida, o desapego às coisas terrenas não era decorrência de uma força interior do próprio apóstolo, nem mesmo consequência de uma “chamada especial divina” ou de “anos de experiência” no Evangelho. Não, não e não!

– O apóstolo afirmou aos crentes de Filipos que ele “tudo podia” mas “n’Aquele que me fortalece”, ou seja,uma vez mais o apóstolo mostra aos crentes de Filipos que se faz absolutamente necessário estar “em Jesus Cristo” para que se possa conseguir vencer os obstáculos da vida terrena, para que se possa libertar das circunstâncias de nossa peregrinação terrena.

– Para que Paulo pudesse saber estar tanto abatido, quanto ter abundância; instruído tanto a ter fartura, quanto a padecer necessidade, era imperioso que ele estivesse em Cristo Jesus.

– Fora de Jesus, não há como conseguirmos obter vitória neste mundo, não há como nos desvencilharmos das circunstâncias desta vida, não há como fugirmos ao círculo vicioso a que está condenado o homem que não conhece a Jesus.

– O apóstolo Paulo mostra, com absoluta clareza, que a nossa independência das coisas desta vida, das vicissitudes deste mundo é consequência da nossa dependência de Deus.

O apóstolo demonstra que somente tendo Cristo como centro de nossas vidas, de nossas existências, poderemos superar os grilhões que nos prendem às necessidades deste mundo.

OBS: O atual chefe da Igreja Romana, Francisco, em discurso aos bispos da Conferência Episcopal.Latino-Americana (CELAM), em sua recente visita ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, bem falou sobre este “cristocentrismo” que deve existir na Igreja, palavras que, por sua biblicidade, aqui reproduzimos:

“…O discípulo missionário não pode possuir-se a si mesmo; a sua imanência está em tensão para a transcendência do discipulado e para a transcendência da missão.

Não admite a autorreferencialidade: ou refere-se a Jesus Cristo ou refere-se às pessoas a quem deve levar o anúncio dele.

Sujeito que se transcende. Sujeito projetado para o encontro: o encontro com o Mestre (que nos unge discípulos) e o encontro com os homens que esperam o anúncio.

 Por isso, gosto de dizer que a posição do discípulo missionário não é uma posição de centro, mas de periferias: vive em tensão para as periferias… incluindo as da eternidade no encontro com Jesus Cristo. No anúncio evangélico, falar de ‘periferias existenciais’ descentraliza e, habitualmente, temos medo de sair do centro. O discípulo-missionário é um descentrado: o centro é Jesus Cristo, que convoca e envia.

O discípulo é enviado para as periferias existenciais.…” (apud BERLINK, Deborah. Papa critica ‘ideologização’ da mensagem do Evangelho em discurso para bispos. Disponível em: http://oglobo.globo.com/rio/papa-critica-ideologizacao-da-mensagem-do-evangelho-em-discurso-para-bispos-9245582 Acesso em 30 jul. 2013).

– É somente “em Cristo” que podemos ser instruídos e aprender a ser contentes com o que temos.

O aprendizado do apóstolo não se deu na “escola da vida”, nem tampouco foi resultado de sua imersão intelectual na filosofia grega (no qual, aliás, era versado) ou nos altos estudos da lei mosaica com os mestres judeus (e Paulo teve como mestre um dos maiores estudiosos da lei, Gamaliel – At.22:3), mas no seu relacionamento com Cristo Jesus, do qual recebeu diretamente vários ensinamentos (I Co.11:23).

– Do mesmo modo, somente quando estivermos em Cristo, quando estabelecermos com Ele um relacionamento, através de uma vida de meditação nas Escrituras e de oração, é que conseguiremos, também, quebrar as amarras das necessidades terrenas de nossas vidas e atingir este mesmo estágio do apóstolo, impedindo que as adversidades e as circunstâncias venham a abalar nossa espiritualidade.

– Isto se dá porque, quando estamos em Cristo, morremos para o mundo e, portanto, podemos viver exclusivamente para o Senhor.

É o que o apóstolo nos ensina em outra “carta da prisão”, a epístola aos colossenses, onde afirma que para “buscar as coisas de cima”, temos de “ressuscitar com Cristo” (Cl.3:1).

– Estamos “mortos com Cristo quanto os rudimentos do mundo” (Cl.2:20) e, por isso, não mais nos importamos em “satisfazer a carne”, de sorte que não somos mais movidos por interesses próprios, que têm como única finalidade a exaltação do nosso “eu”, a obtenção de posições e vantagens neste mundo passageiro, que não é nosso alvo, visto que estamos visando a cidade celeste, donde esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Fp.3:20).

– O amor cristão demonstrado pelo apóstolo e também pelos crentes de Filipos revela precisamente esta “mentalidade das coisas de cima”.

Somente quem está em Cristo é capaz de se negar a si mesmo e de buscar o bem do próximo, de buscar cumprir a vontade de Deus, pois sabe que o que vale são as coisas eternas e não as alegrias enganosas e passageiras que se oferecem neste mundo.

– Quem está em Cristo pode repetir as palavras do poeta sacro anônimo que nos diz: “O mundo de ilusão deixei, a senda de pecado e dor, pra ir ao meu glorioso lar, ali há gozo, paz e amor.

No mundo não está meu lar, aqui não posso descansar; mas quero sempre avançar, no céu em breve hei de entrar.” (primeira estrofe e refrão do hino 203 da Harpa Cristã).

– Mas não basta estar “em Cristo” para poder aprender a suportar todas as circunstâncias desta vida terrena sem que se tenha qualquer abalo em nossa vida espiritual. O desprendimento das coisas terrenas exige de nós que nos “fortaleçamos em Cristo” a cada dia, a cada instante.

– Paulo diz que tudo podia n’Aquele que o fortalecia, ou seja, além de estarmos em Cristo, o que significa dizer que devemos ser salvos, pertencer ao Seu corpo, que é a Igreja (Ef.1:22; 5:23), torna-se necessário que nos fortaleçamos n’Ele.

– Para alguém se fortalecer em Jesus é preciso, em primeiro lugar, reconhecer que é fraco.

Não é possível que alguém se fortaleça sem que, antes, reconheça que precisa de força, ou seja, que é fraco.

Muitos, em nossos dias, têm desperdiçado a oportunidade de se livrar das coisas desta vida precisamente porque se acha forte e, portanto, não busca o fortalecimento em Jesus.

– Paulo teve este aprendizado da parte do Senhor Jesus. Escrevendo aos coríntios, pôde o apóstolo dos gentios dizer que sentia prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo, pois percebeu que, quando estava fraco, então era forte (II Co.2:10), precisamente porque, após a experiência do espinho na carne, pôde entender que o poder de Deus em nós se aperfeiçoa em nossa fraqueza (II Co.12:9).

– O Senhor, muitas vezes, permite situações em nossas vidas para que nós entendamos a nossa fraqueza, a nossa debilidade, a fim de que, deste modo, permitamos que Ele opere o Seu poder em nós e nos fortaleça, fortalecimento este que nos desprenderá das vicissitudes deste mundo.

– Quando nos gloriamos em nossas fraquezas, ou seja, quando reconhecemos nossa fraqueza e glorificamos a Deus por ela, o poder de Deus vem habitar em nós, pois como que abrimos a porta para que o Senhor venha operar em nós (II Co.12:9).

Quando somos fracos, isto é, quando assumimos as nossas fraquezas, passamos a viver com Cristo pelo poder de Deus em nós (II Co.13:4).

– Não é à toa que, quando da batalha do Armagedom, quando o Senhor Jesus destruirá todas as nações que se levantarem contra Israel, uma das características de tais nações que serão derrotadas será exatamente acharem-se fortes diante de Deus, a ponto de o profeta Joel ter dito que elas dissessem que seriam fortes, afirmação que será o prenúncio de sua derrota (Jl.3:10).

– Para que o poder de Deus possa habitar em nós e nós vivamos com Cristo com este poder habitando em nós, é absolutamente necessário que reconheçamos nossa fraqueza e nos fortaleçamos em Jesus.

– Por isso, o apóstolo foi enfático ao dizer a seu filho na fé, Timóteo, para que se fortificasse na graça que havia em Cristo Jesus (II Tm.2:1). Quando Timóteo se fortificasse na graça de Jesus poderia não só confiar a homens fiéis o que havia aprendido de Paulo, como também poderia sofrer com o apóstolo as aflições como bom soldado de Jesus Cristo (II Tm.2:2,3).

– Quando nos fortalecemos em Cristo, podemos ser bom soldados do exército do Senhor, lutando com êxito contra as hostes espirituais da maldade, devidamente revestidos da armadura de Deus (Ef.6:10-12) e não se embaraçando com os negócios desta vida, tendo condições, assim, de agradar ao Senhor que nos alistou para esta guerra (II Tm.2:4).

– E, para encerrar, vemos que o apóstolo disse que os filipenses bem fizeram em ajudá-lo nas suas necessidades (Fp.4:14) e sua oração foi para que os filipenses tivessem supridas todas as suas necessidades por Deus, que o apóstolo admitiu ser um Deus rico (Fp.4:19).

– Ora, se Deus é rico, por que o apóstolo Paulo não pediu que também enriquecesse os filipenses, diante de sua generosidade?

Porque os filipenses, assim como o apóstolo, deveriam aprender a se contentar com o que tinham (Fp.4:11) e porque Deus, embora seja rico, dono do ouro e da prata (Ag.2:8), não tem o propósito de enriquecer os homens materialmente, mas, sim, de suprir-lhes as necessidades materiais com o suficiente, porque, ao contrário dos perdidos, inimigos da cruz de Cristo,

que só pensam nas coisas terrenas (Fp.3:18,19), os salvos, assim como o apóstolo, tem a sua cidade nos céus donde esperam o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o seu corpo abatido para ser conforme o Seu corpo glorioso segundo o Seu eficaz poder de sujeitar também a Si todas as coisas (Fp.3:20,21). Fazemos parte deste grupo?

– Que as lições que estudamos neste trimestre possam ter contribuído para aprendermos o sentido da crise e como podemos passar por ela, possa nos ter feito aprender o que é a provisão divina e como ela atua em nossas vidas, pois tudo o que se passa tem o propósito de nos tornar preparados para os céus.

Feliz Natal! Feliz 2017!

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

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